Noites atípicas de 23 e 24 últimos, vivemos em nossas cidades no setor cultural. O Cine Teatro Luz Uniuv com dependências, lotadas, trouxe ao palco um Concerto Músico Teatral que muito bem revergurou a tradição, os hábitos e costumes típicos, a cultura espontânea de um vilarejo nesse nosso querido País.

Novamente o grande empreendimento artístico do Cantare, atualmente com cinco corais divididos por idades e naipes, marcou o sucesso artístico aguardado desde sempre pelo público.

Reunidos, para a organização e apresentação do espetáculo, pessoas se engajaram na direção e regência, na preparação vocal e regência auxiliar, no roteiro e direção cênica, num grupo de músicos com acordeon, flauta transversa, percussão, violão e piano, com figurinista, cenógrafos e sonoplastas, também na iluminação e mídia, mais os personagens e cantores, que passo a passo, contaram uma história de amor.

Retratando o cenário de um vilarejo, tem a igrejinha como pano de fundo para toda a trama amorosa dos dois personagens, que iniciada nos verdes anos ultrapassa o tempo, gravado na memória de antiga moradora e vai, através da música, envolvendo todos os grupos para em ações mostrarem os costumes da época.

Enquanto o personagem amoroso da história vai embora para outras terras, vem a tona tudo o que se passa numa rua, numa praça, desde as brincadeiras das crianças, com músicas do Coro Infantil; vem ainda, com os integrantes do Coro Juvenil, estudantes uniformizados nas saídas de aula…

Sempre acompanhados por flauta e violão, em meio a tudo, ali também é lugar por onde passa um cortejo fúnebre, com integrantes do coro Misto, revelando um pesaroso momento em suas vestes e na música que interpretam…
Logo a tristeza se amofina, pois os intérpretes do Coro Infanto Juvenil trazem algo que consola, cantando a saudade do amor que um dia poderá partir; e o grupo do Coro Feminino interpretando a mocinha namoradeira com seus desejos e trejeitos…

Lá também se encontram as vozes do Coro Infanto Juvenil e do Coro Misto para, juntos, interpretarem, solenemente, as músicas sacras das missas, nos domingos, às dez horas…

O cavalheiro amoroso que deixara ali sua amada, retorna após muitos anos e a reencontra através da antiga moradora e de uma florista, naquele ambiente de gente humilde e feliz, exaltada com muita alegria pelo Coro Misto.
Como em toda a comunidade interiorana, há uma banda musical para dar alegria aos que se reúnem no coreto da praça frente a igreja. É um momento de descontração para músicos e coro misto, unidos, marcarem o compasso e darem seu show.

Finalmente O Vilarejo simples, de moradores que preservam sua história através da música e dos costumes, reunindo-se aos domingos para compartilharem de um pequeno espaço de lazer, mostra ao que veio. E um grande coro, reunindo todos no palco, ovacionado na música de abertura do Cantare, encerrar mais um brilhante espetáculo.

Percebemos a riqueza que temos quanto a tessitura vocal das pessoas nessa nossa terra. Desde as crianças e jovens, aos adultos sopranos, mezzos, contraltos, barítonos e tenores, que orientados na técnica conveniente e disciplinados em naipes, finalmente, podem formar um grandioso, belo e harmonioso conjunto.

Parabéns Cantare, parabéns por ter mostrado no palco, pelo menos um pouco, a cultura espontânea do nosso povo.

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