Espaço Cultural: Dia do Soldado e nostalgia

Na Semana do Soldado, no dia 22, aos acordes do triunfal “O Guarani”, um integrante do 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado, Batalhão Juarez Távora, adentrando naquela praça de eventos num tanque de guerra, proferiu a Oração do Combatente Blindado. Momento de nostalgia que ativou na memória o compositor Antônio Carlos Gomes, personagem já conhecido, desde os primeiros anos escolares, como o primeiro brasileiro a levar o nome do nosso País ao exterior, através da música, no Teatro Scala de Milão.

Imaginei quão importante eram aqueles acordes musicais, escolhidos também como abertura para o noticiário “A Hora do Brasil”, que relacionados com a história daquela Instituição já por anos instalada por aqui, à vida dos soldados integrantes ou dos que já cerraram fileiras nas diferentes companhias de trabalho. Pessoas dotadas não somente de valores militares e de habilidade no manejo das armas, mas de virtudes, solidariedade, respeito, responsabilidade… no exemplo de Caxias e, naquela solenidade, com os militares que por suas ações eram condecorados com medalhas e, após, saudados por seu Comandante.

Soldados que, com bravura, entoando “Fibra de Heróis” do compositor Guerra Peixes, levaram-me a pensar nas entradas para as salas de aula, quando a cada dia cantava-se um hino…

Com suas fardas e perfilados em pelotões, trouxeram-me de volta momentos com meu pai a contar-nos sobre o Tiro de Guerra, que integrou para fazer o serviço militar quando aqui ainda não havia o 5º BEC.

Espaço Cultural: Dia do Soldado e nostalgia

Dos dois números 5 de metal que, colocados na túnica da farda, guardara com orgulho e carinho…

Lembranças dispersas permitindo interrogação:

Que culpa temos de viver desde quando Alberto Nepomuceno, compositor cearense, fez letra para a introdução do Hino Nacional e ela foi incluída nas escolas?

Letra que ficou guardada em algum escaninho da memória, porque aprendi e muito cantei quando estudava na Escola Normal, e pelos anos 60–70 nas aulas de Educação Moral e Cívica, ensinei alunos nos cursos ginasial e científico.

Formandos e professores do Ginásio Casimiro de Abreu, em Porto Vitória, turma da qual saíram dois prefeitos e todos aprenderam cantar a introdução do Hino Nacional. Cantaram inclusive em apresentações públicas onde, na plateia, estavam autoridades civil e militar.

Eram aulas onde valores revelavam virtudes com muitas atividades práticas distribuídas em comissões de alunos: na confecção de um jornal mimeografado, no trabalho social, na hora cívica com o hasteamento da Bandeira e até de preservação do patrimônio.

Algum tempo antes do Dia da Bandeira, alunos da comissão da Hora Cívica eram incumbidos de recolher das repartições públicas, através da prefeitura, as bandeiras rotas. No dia 19 de novembro, no pátio do Ginásio, um pelotão de soldados do 5º BEComb, convidado, sob a coordenação de um graduado que após explicações sobre a data e o ato, um aluno iniciava a incineração.

Realmente essa comemoração do Dia do Soldado ativou-me a memória para concluir que, hoje, mudanças ocorreram na educação e foram muitas em virtude de hábitos que derivam em costumes.

Penso, entretanto, que os valores básicos, aqueles que fazem parte do dia a dia de cada um, que formam um ser humano para viver em sociedade, cônscio de suas responsabilidades, do respeito e da disciplina, não esmoreçam. E, na hora certa, um não é sempre necessário na educação.

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