Espaço Cultural: Mensagem de Natal

Senhor, nesse último mês do ano quando cristãos, como eu, aguardam mais uma vez a chegada de Seu Filho, o Menino Deus, na manhã ensolarada que amanhece, volto-me à Sua Imagem para agradecer a vida que me deste; a alegria de ter uma família querida que me ama; amigos sinceros que me estendem abraços com palavras carinhosas e alguns, que no anonimato, enviam-me bons fluídos de luz e paz aceitando-me como sou sem precisar mudar.

Agradeço os momentos que me deixaste com um pé na saudade, afastada de muitos, num mundo que parece já não ser mais meu, para proporcionar-me o Natal das lembranças guardadas no tempo: o perfume madeiro do pinheirinho colhido num sítio e seu brilho num canto da sala.

A poesia, que em mim ainda pulsa, para descrever o sublime quadro idealizado por Francisco de Assis e há mais de dois mil anos é reverenciado nos templos e nas casas.

Sob um céu estrelado,  naquela noite,  pastores tomavam conta  de suas ovelhas.

Na calmaria reinante  entre as montanhas trinavam sons de flautas.

De repente, novos sons, vindos não sei de onde, traziam belas melodias.

Vinha dos Anjos, anunciando o nascimento do filho de Deus.

Uma estrela maior e intensamente brilhante chamou a atenção de todos e foi seguida por pastores, vendedores, camponeses, negros e brancos, ricos e pobres.

Espargindo-se em raios de luz pelas campinas, ela guia a todos para uma estrebaria.

Alí, uma criancinha quase nua, cercada pelos pais, repousando sobre as palhas de uma simples manjedoura, ergue os bracinhos e com seu sorriso ilumina a cena.

No espaço rude, dividido com os animais, recebe Reis que de longe chegam trazendo-lhe presentes.

Na beleza dessa cena, a Sagrada Família deixa gestos de amor, simplicidade e humildade.

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É o amor Divino num ambiente de fraternidade, que hoje, nos desencontros da vida pela ganância, pelo poder e incompreensão, deixa de existir entre pessoas e povos.

E assim, numa prece de agradecimento almejo, Deus, que entre os homens de boa vontade, a chegada de mais um ano permita seja instalada no coração de todos a solidariedade, a capacidade de perdoar, a sensibilidade de apreciar a beleza de um por de sol, a calma de uma noite que chega, o alvissareiro amanhecer dos pássaros, o sorriso de uma criança e que tudo, tudo isso, se estenda até um próximo Natal.

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