Atleta da NBA para cadeirantes monta time no Vale do Iguaçu
O mês de setembro de 2022 – o dia ainda será confirmado – ficará marcado com o primeiro jogo do time de basquete para cadeirantes de União da Vitória. Um dos esportes mais praticados por paratletas em todo o país está chegando ao Vale do Iguaçu. Um projeto que tem na Associação Paradesportiva de União da Vitória, a APUV, a sua idealizadora, e que conta com o aval de um dos atletas paraolímpicos mais bem-sucedidos do país. Valmir Silvestre Souza desembarcou por aqui com um objetivo bem definido: realizar o sonho de ser o precursor de uma equipe de basquete em cadeira de rodas.
Silvestre é natural do Estado de Pernambuco e se mudou para o Rio de Janeiro quando tinha 16 anos. E para quem questiona como ele escolheu União da Vitória para desenvolver esse esporte, a resposta é simples. “Eu fico até emocionado em falar o nome dele. O Josias (Josias Machado Carneiro, técnico da Seleção Brasileira da modalidade) me disse que tinha o sonho de fazer o basquete em cadeira de rodas em União da Vitória e me convidou, eu estava nos Estados Unidos. E como eu também tinha esse sonho de trazer o esporte, a modalidade para quem não conhece, aceitei o desafio”, conta. O amigo Josias é natural de Castro (PR), além de treinar a Seleção Brasileira, comanda um time na cidade de mesmo nome.
A vida de Silvestre tomou novos rumos. Atualmente, ele concilia o trabalho na APUV, na montagem da equipe em União da Vitória, com a carreira de paratleta. É o único brasileiro, hoje, jogando no Orlando Magic, time da liga norte-americana de basquete, a NBA, que mantém uma equipe de basquete em cadeira de rodas. Nos próximos meses, vai para os EUA disputar a NBA para cadeirantes com o Magic.
“Eu sou atleta paraolímpico há 18 anos. Eu vim para esta cidade maravilhosa porque tem muita gente capacitada aqui, muitos portadores de deficiência que podem estar ingressando no esporte”, destaca. “O basquete é uma modalidade cara por causa das cadeiras de rodas, da manutenção, mas é um esporte bonito. O jogo é emocionante para quem está olhando. Então imagina a emoção de quem está jogando”, diz Silvestre. “Eu vim para União da Vitória com a mala e a coragem. Eu falei para o professor Josias: conte comigo. Ele está super feliz com tudo o que está acontecendo. Conseguimos a quadra da Uniuv para treinar, a universidade abraçou a nossa causa”, destaca.
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O projeto tem, até o momento, oito paratletas inscritos. “Faltam alguns detalhes. Na verdade faltam algumas cadeiras de rodas, estamos correndo atrás. Temos cinco cadeiras de uma associação de Guarapuava que vai repassar para nós, que são seminovas, em condições de jogo por um bom tempo. Fizeram preços acessíveis para a APUV. Uma cadeira nova custa R$ 8 mil, ele estão repassando por mil reais cada. É interesse deles que o esporte cresça aqui em União da Vitória também. Estamos na batalha para poder começar os treinamentos o quanto antes”, acrescenta Silvestre.
No dia 22, quando a equipe será apresentada, o time de Castro (PR) estará no Vale do Iguaçu para uma partida amistosa. “Quando o Silvestre iniciou este projeto, foi feito um levantamento que apontou que temos, aproximadamente, 2.500 pessoas com alguma deficiência aptas a praticar esporte no Vale do Iguaçu. É um número aproximado, podemos até ter mais. Quem sabe daqui a dois, três anos, não veremos as pessoas vestindo a camisa do time de basquete para cadeirantes de União da Vitória nas ruas da cidade”, projeta o tesoureiro da APUV, Júlio César Domingues Woitowicz.
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