15ª edição da Festa Nacional do Steinhaeger e do Xixo movimenta o Vale do Iguaçu
Rede hoteleira praticamente lotada, número recorde de grupos folclóricos participantes e estrutura que ocupou ruas de duas cidades. Esses foram apenas alguns dos destaques da 15ª edição da Festa Nacional do Steinhaeger e do Xixo, realizada nos dias 07, 08, 09 e 10 de dezembro. Um sucesso que, por pouco, não aconteceu.
Durante o mês de outubro, enquanto o Vale do Iguaçu sofria com a enchente, a Associação Empresarial de Porto União (Acipu), que é a organizadora da Festa, chegou a cogitar cancelar o evento. “A gente achou que não era bom fazer a festa porque não tinha como, não existia clima”, comentou a consultora de núcleos e executiva da Acipu, Leocádia Maria Glaza Grabovski.
Contudo, à medida que as águas baixaram, a esperança de realizar a Festa aumentou. “O objetivo da Festa é o quê? É fortalecer a economia local. Não tinha como deixar sem fazer. São 1.100 pessoas diretamente ligadas no trabalho da Festa. São centenas de famílias que têm uma renda extra, que vão aproveitar esse dinheiro durante o Natal. Existiram vários feirantes ligando pra nós, dizendo por favor, não cancelem a Festa, é o nosso ganha-pão, a gente precisa [dela]. Nesse pós-enchente está difícil”, relembrou Leocádia.
A decisão por dar continuidade aos preparativos do evento, segundo Leocádia, veio após conversa com o prefeito de Porto União, Eliseu Mibach, que deu sinal verde para a Festa, com a sugestão de que parte dos recursos do evento fossem doados para famílias vítimas da enchente. “Não é a festa mais perfeita, mas é a melhor que a nossa comissão organizadora está conseguindo fazer”.
No ano passado, o público presente nos quatro dias de evento ficou na casa dos 120 mil. Para este ano a expectativa era que a festa alcançasse os mesmos números da edição anterior, mas a enchente fez com que os organizadores pensassem em um número menor de participantes. Porém, mais uma vez a Festa do Steinhaeger e do Xixo surpreendeu. “A expectativa de público de quinta e sexta-feira foi incrível. Superou realmente as nossas expectativas. Não tinha como andar dentro da festa em alguns horários de pico. E o desfile de ontem foi um desfile de 800 pessoas”, relatou Leocádia.
A participação de grupos folclóricos no desfile e em toda a festa, aliás, também foi uma quebra de expectativa. Neste ano, 21 grupos participaram do evento, aumento em relação à edição anterior. Para Leocádia, essa é uma tendência que tem se confirmado ano após ano. “A gente percebe que os grupos estão crescendo em número. É uma festa muito alegre. A cultura germânica é uma cultura muito forte aqui na nossa região. Então os grupos estão valorizando isso. Todos de traje típico. Não houve nenhuma violação. Está todo mundo respeitando realmente a cultura germânica. Na questão dos trajes típicos, os carros alegóricos são sempre mais criativos. Isso é uma alegria para nós, porque eles ficam o ano todo ali fazendo. Infelizmente a festa não comporta um pavilhão só para os grupos. Eu acho que é bem legal a gente frisar isso. Lá no Oktober todo mundo fala ‘mas os grupos têm pavilhão’. A nossa festa ainda não está desse tamanho. O Oktober já está perto dos 40 anos. Nós estamos ali no 15 ainda. Mas a gente está evoluindo a cada ano. E é bem importante frisar que os grupos serão valorizados cada vez mais. As regras estão sendo seguidas. Isso é muito legal. A comissão está aí para ajudar, para fortalecer, para melhorar. E a gente convida aquelas pessoas, aquelas empresas e instituições que ainda não têm seu grupo folclórico. Tem um ano aí para montar para participar conosco ano que vem”.
Leocádia também destacou o bom movimento nos hotéis do Vale do Iguaçu. “No ano passado, eles quase que lotaram. E esse ano a gente ficava naquela dúvida: meu Deus, como vai ser? Em outubro muitos hotéis nos relataram o cancelamento de várias reservas para a festa. Porque não foi só nós que sofremos com as cheias, com as chuvas. Todo o Planalto Norte foi bastante castigado. A região do Vale do Itajaí também. Então Santa Catarina sofreu bastante no mês de outubro. Mas a expectativa foi superada novamente. Conversamos com a rede hoteleira. Praticamente 100% dos hotéis lotados. Não tem mais como vir pessoal de fora. Talvez um outro hotel, alguém que acabou saindo antes, ou teve que cancelar. Mas foi incrível a quantidade de pessoas que estão vindo de fora”.
Leocádia comentou, ainda, sobre a importância da Festa Nacional do Steinhaeger e do Xixo para a economia das cidades. “Isso está fortalecendo a nossa cidade. O dinheiro está girando aqui dentro. E é isso que nós precisamos. Que o dinheiro fique em Porto União e em União da Vitória”.
Voltar para matérias