Alunas da escola Nilo Peçanha recebem premiação do VcPodeCast

As alunas Joana Gabrielli Lara da Rosa, Rayssa Yasmin Gomes Barbosa e Sandriely Soares, do 9º ano 1 da Escola Estadual de Educação Básica Nilo Peçanha, são campeãs estaduais do concurso “VcPodeCast”, promovido pela Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) durante a Semana do Rádio. No podcast, orientado pela equipe da FM Verde Vale – 94.1, as meninas abordaram o tema “A importância do Rádio na nossa vida”.

Alunas da escola Nilo Peçanha recebem premiação do VcPodeCast

As alunas Joana Gabrielli Lara da Rosa, Rayssa Yasmin Gomes Barbosa e Sandriely Soares com o locutor Marco Aurélio durante visita aos estúdios da Verde Vale FM.

Na manhã de quarta-feira, 25, o assessor de imprensa da Acaert e um dos responsáveis pelo concurso, Marco Aurélio Gomes, esteve na sede do Grupo Verde Vale para entregar a premiação às campeãs, que na oportunidade aproveitaram para conhecer as instalações dos veículos do Grupo.

Por terem vencido a etapa regional do concurso, as alunas ganharam um troféu, um certificado, e uma caixa de som JBL. Somam-se a isso a premiação de campeãs estaduais, que também inclui troféu e certificado, além de uma Alexa.

Foram 85 escolas participantes, inscritas por 65 emissoras associadas, envolvendo 3.500 alunos de todo o estado de Santa Catarina. “É com grande satisfação que a gente está aqui trazendo os prêmios para vocês, alunas que participaram desse concurso VcPodeCast. Quero agradecer ao Eduardo e toda a sua equipe, as professoras, diretoras, que entenderam o propósito da ação, que á falar sobre o rádio, valorizar esse meio tão importante para a sociedade”, comentou Marco Aurélio.

O Gerente Executivo do Grupo Verde Vale de Comunicação, Andrews Batista, destacou a importância de a escola ter aberto as portas da instituição para o projeto, permitindo que as crianças tivessem contato com o mundo do rádio, um meio de comunicação ouvido por milhões de pessoas diariamente.

“Eu tenho muito a agradecer às escolas que participam desse tipo de ação que o Grupo Verde Vale sempre provoca e promove”, completou o editor-chefe, Eduardo Carpinski.

A jornalista e âncora do programa União é Notícia, Jaqueline Castaldon, frisou que o diferencial do podcast das alunas da escola Nilo Peçanha foi abordar a importância do rádio para a população. “Elas mostraram, na prática, o quanto o rádio muda a vida delas, mostrando também o quanto é importante para a sociedade em que elas vivem, no bairro em que elas vivem. Com isso, mostrando para todo mundo a importância do rádio para a sociedade como um todo. Acho que essa foi a grande cereja no bolo do podcast das meninas. Para nós, poder receber tudo isso com elas, entregar para elas tudo isso é muito gratificante. Pela história da Verde Vale na cidade, com a população, em meio a esse momento complicado que a gente está vivendo, mais uma vez mostrando a força do rádio e mostrando a força que nós temos na sociedade, principalmente para ajudar a população. Acho que isso realmente é o nosso grande presente, é o nosso grande prêmio”.

“Foi muito bom a gente ter participado porque a gente não sabia que a gente teria essa capacidade para fazer algo tão bom que todo mundo iria gostar. Obrigada pela oportunidade”, declarou Sandriely, falando também em nome das companheiras de grupo, Joana e Rayssa.

Ouça o Podcast


A escolha

Cada escola indicou o seu melhor podcast. Foram escolhidos um trabalho para cada região: Regional 1 (Grande Florianópolis); Regional 2 (Sul); Regional 3 (Vale do Itajaí); Regional 4 (Norte); Regional 5 (Meio Oeste); Regional 6 (Oeste), Regional 7 (Planalto Norte) e Regional 8 (Planalto Serrano). Entende-se como regional a divisão administrativa da Acaert. Os trabalhos foram analisados por um júri formado por jornalistas convidados.

Os oito vencedores regionais disputaram, então, a etapa estadual, que escolheu os três melhores podcasts de Santa Catarina. Além das alunas do Nilo Peçanha, alunos da escola de Educação Básica São Cristóvão, de Capinzal, e da escola de Educação Básica Felisberto de Carvalho, de Palmitos, foram os campeões estaduais.


Escreve o leitor

“Filha, liga o rádio para mim. Sua mãe precisa ouvir a hora certa!”

Lá em casa, imperava a lei. Sem o rádio, meu pai não ficava. Para ele, acordar às cinco horas da manhã era tão automático quanto o ligar do aparelho de som. Lembro-me de, certa vez, na inocência de uma criança, questioná-lo com um “Mas para que deixar o rádio ligado só para escutar o homem informar as horas a cada dez minutos?” E, balançando a cabeça em desaprovação, como se censurasse meu infante pensamento, meu pai, prontamente, respondeu minha indagação com um: “Tem horas que é só o rádio, minha filha. O tempo certo é só o do rádio”. Não é que eu não compreendesse a importância do meio de comunicação, eu só não entendia o porquê de precisar deixá-lo ligado para algo, aparentemente, tão simples.

Um dia, cansada de acordar cedo só para erguer o volume do aparelho, minha traquinagem de menina resolveu desligá-lo. E, nessa ocasião, não foi a voz do locutor que invadiu meus sonhos impedindo-me de dormir, foram os gritos da minha mãe, nervosa por ter perdido a hora de levantar-se para o trabalho. Naquela manhã, compreendi o real motivo de ser responsabilizada com tão nobre função: o rádio era o despertador da minha mãe.

Em minha casa, as ondas sonoras transportavam gotas de alegria. Quando pequena, ainda no tempo da fita cassete, costumava telefonar para a emissora, com o intuito de ouvir minha música preferida no ar. Quando meu pedido tocava, meu ritual iniciava: apertava, rapidamente, o botão do play para gravá-la do começo ao fim. Nos momentos do faz de conta, a mágica da criatividade infantil entrava em cena e transformava-me em locutora. Trancada em meu quarto, tinha por hábito gravar parte da programação para replicar, do meu jeitinho, depois.

Espontaneamente, elaborava roteiros, criava cenários e adequava meu tom de voz para anunciar diferentes notícias. E foi assim que o rádio me ensinou as primeiras lições de comunicação e expressão. Ao fim da “graduação”, concluída ainda nos primeiros anos da infância, apaixonei-me pelo poder das palavras, o que me levou a prometer que, quando crescesse, também tentaria usar a minha voz para transformar vidas. E assim se fez: tornei-me professora.

No início de setembro, a Jaqueline entrou em contato com o Nilo Peçanha, escola em que leciono, para propor um desafio: participar de um concurso estadual de podcast. Ao confirmar nossa participação, minha mente foi inundada de memórias, pois, assim como minha versão criança, meu 9º 01 também estava encantado com o poder da comunicação. No desenvolver dos podcasts, a sala de aula converteu-se em sala de reuniões para a elaboração de roteiros, e a biblioteca virou um estúdio de gravação. 1, 2, 3… Toda a turma estava envolvida em um projeto em que nossos alunos foram protagonistas de todo o processo de aprendizagem.

Sob a orientação da Jaqueline Castaldon e do Eduardo Carpinski, cinco podcasts foram produzidos. Nas vozes de nossos estudantes, histórias pessoais foram eternizadas e a importância do rádio reafirmada. Na programação de sábado, o podcast escolhido para representar a escola foi reproduzido aos ouvintes da FM Verde Vale. Extasiados, meus pequenos artistas compartilhavam as sensações: “Professora, eu ouvi as meninas no rádio!”, “Professora, na hora em que tocou, meu pai aumentou o volume e chamou todo mundo para escutar!”, “Professora, a gente ganhou?”.

Quando o brilho no olhar de nossos alunos invadiu nosso campo de visão, tivemos a certeza de que já havíamos vencido. Na educação, vencemos todas as vezes em que damos voz aos sonhos de nossos educandos.

Por que o rádio é importante para a nossa vida? Uma das vencedoras do concurso, a quem eu, orgulhosamente, chamo de minha aluna, ao receber o prêmio estadual, respondeu: “Porque eu não sabia que era capaz de desenvolver um trabalho tão legal a ponto de tocar e impressionar pessoas”. Mais um encantamento: a sorridente menina descobrira o poder das palavras.

O rádio é campeão em sintonizar nosso coração na estação afetiva correta. Enquanto escrevo, dou-me conta de que três gerações foram personagens deste texto. A primeira continua tendo razão: a hora certa é só a do rádio. O tempo passou, mas o rádio continua sendo nosso despertador e professor.

Não perca a hora, caro leitor, deixe as ondas sonoras sintonizarem seu coração.

Nossos agradecimentos à equipe da FM Verde Vale. Obrigada por acreditarem no potencial de nossos alunos!

Valéria Miechotek – Outubro de 2023

Possui alguma sugestão?

Clique aqui para conversar com a equipe de O Comércio no WhatsApp e siga nosso perfil no Instagram para não perder nenhuma notícia!

Voltar para matérias