A filha de Alcione Maria de Castilho Gonçalves escolheu a maneira mais sublime de aparecer para o mundo: ela simplesmente brilha. De uma presença marcante onde quer que esteja e dona de um vozeirão de dar inveja a qualquer um, Andrea Gonçalves foi a escolhida para uma reportagem especial em homenagem às mulheres pela passagem do seu dia, neste 08 de março. Das tantas profissões que Andrea poderia ter escolhido, como modelo, por exemplo, pela tamanha beleza e jovialidade que a acompanham, ela sempre esteve decidida e encarou os desafios de uma mulher no meio artístico. Não foi e não é fácil, porém a artista acredita em uma história musical; a sua história nos palcos da vida.

Sua carreira iniciou aqui, em União da Vitória, sua cidade natal. “Aos 17 anos de idade, um amigo músico chamado Carlinhos Sibut me chamou para fazer um teste na Banda By Brazil. O Eloi Arving de Lara e outros músicos estavam iniciando o projeto banda de baile; então nascia a Banda By Brazil”, conta.

Andrea há 15 anos reside em São Paulo. “A música estava meio de lado. Porém em 2016 voltei a compor, gravei algumas músicas e também clipes, em torno de uns seis, inclusive alguns gravados em União da Vitória, que ficaram bem legais e estão disponíveis no YouTube e em todas as plataformas digitais. Em 2018 fui convidada para um show em Porto União durante a Festa Nacional do Xixo e, no mesmo ano, participei de shows em São Paulo. Eu estava mesmo focada em compor e em fazer lançamentos nas plataformas digitais. Já em 2019 lancei mais um single e um clipe com mais uma composição de minha autoria. Mas, com a pandemia da Covid tudo se restringiu a lives e plataformas digitais”, compartilha.

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A cantora admite ter um carinho muito grande pelos moradores do Vale do Iguaçu. “Tenho visitado pouco as cidades. Atualmente só tenho o meu filho aí, que é muito conhecido também na música. O nome dele é André Arving de Lara e é ele quem comanda a Banda By Brazil atualmente e a Banda The Odatos. Meu filho vem [a São Paulo] me ver e por isso vou pouco aí. Minha mãe já é falecida, sendo ela uma fonte de inspiração para mim”, diz.

Casada há 17 anos com o Rogério, com quem tem uma filha, Andrea é muito focada nos seus projetos de vida. Aos 50 anos, a artista, que já foi considerada como uma intérprete à frente do seu tempo, soube inovar e ousar quando subia no palco. “Sempre fiz o que acreditava enquanto artista. Penso que eu pude servir de exemplo a outras cantoras aí de União da Vitória e Porto União que iniciaram as suas carreiras depois de mim. Em 1994 eu usei uma roupa ousada, com transparência e me apresentei, era praticamente um topless. Foi algo bem vanguardista e que marcou. É difícil entrar no círculo dos famosos, não que eu almeje isso atualmente, porém eu faço tudo gradativamente e sem pressa. Porém, no sentido comercial da música é preciso de um círculo midiático, ao qual hoje o meu esposo e eu somos os investidores do meu trabalho”.

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“A música está no meu sangue”

Andrea atualmente faz shows mais pontuais. “Neste momento não estou vivendo da música, é um hobby. Sou dona de um restaurante aqui em São Paulo. A música está no meu sangue. Desde pequena acompanho a arte, pois meu pai tocava violão e eu gostava muito. Aos sete anos de idade eu comecei a cantar na igreja católica e passei a me sobressair. Aos 17 anos iniciei a carreira profissionalmente na Banda By Brazil. Eu sempre repito que ter o dom é um dos requisitos, pois é necessário mais do que isso, como foco e determinação. Eu fiz aulas de canto e sempre busquei aprender”.

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Fã de mulheres na música, Andrea cita a cantora brasileira Elis Regina, que ficou conhecida pela sua competência vocal, musicalidade e presença de palco, foi aclamada tanto no Brasil quanto internacionalmente, e comparada a cantoras como Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Billie Holiday.

Entre as suas inspirações na arte, também acrescenta Chiquinha Gonzaga que foi uma compositora, instrumentista e maestrina brasileira. Autora da primeira marcha carnavalesca com letra e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. “Não é fácil ser artista mulher, em especial nos anos 80 e 90 e também em cidades do interior, pela sua tradição. Eu brinco que muitos músicos ouvem até hoje a seguinte pergunta: você é músico, mas trabalha com o que (risos)? No entanto, eu citaria outras muitas mulheres maravilhosas que nos abriram caminho porque graças a Deus hoje temos muitas mulheres no ramo e conquistando o seu espaço. Eu respeito todos os gêneros musicais. Ah, como já disse minha mãe Alcione Maria tem o meu respeito e foi para ela que eu fiz a música Guia-me”.

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Brilhando no Chile

Muito embora Andrea tenha dito que a música hoje ocupe um lugar de hobby em sua vida, temos que abrir um parênteses e, até quem sabe, discordar. A menina que apresentou o seu primeiro canto em União da Vitória, hoje também é conhecida e brilha no Chile.

Em 2020, um pouco antes do anúncio dos primeiros casos daCovid-19 no Brasil, Andrea foi convidada para interpretar a trilha sonora do El Gran Azul (O Grande Azul), um curta-metragem que em 40 minutos explora assuntos como a solidão e depressão. Escrito e dirigido por Roy Vargas, o curta estreou no dia 14 de fevereiro deste ano. “Pretendo em junho me deslocar até o Chile para a gravação da canção Lienzo de Amor em português e também de um clipe. A canção para o curta, que é lindíssimo e que eu super recomendo, foi gravada em espanhol. Bem, para eu falar sobre a música no filme eu preciso citar a Fabiana Maros, que é uma atriz e modelo que mora no Chile há muitos anos e que também é filha de União da Vitória. Nos conhecemos há muito tempo e nos reencontramos pelas redes sociais. Atualmente a Fabiana está participando de clipes musicais no Chile e pelo instagram ela acompanhou os meus trabalhos artísticos. Em uma de nossas conversas ela comentou sobre a música Guia-Me que é o meu xodó. Conversa vai e conversa vem, a Fabiana apresentou as minhas músicas para o Roy Vargas, diretor do curta. Ele gostou e me contactou para cantá-la em português. Eu topei na hora. Porém, como o Roy estava envolvido com o El Gran Azul ele me deu de presente a canção Lienzo de Amor para eu gravar em espanhol. Ela não é de minha autoria, mas é incrivelmente linda e foi um presente. Então somos duas filhas de União da Vitória com um trabalho legal no Chile. Estou muito feliz e orgulhosa por fazer parte da trilha sonora do filme. Já adianto que teremos novidades com este mesmo diretor. Gostaria de acrescentar ainda que eu fiz faculdade de direito e que faltou pouco para eu terminar, acredito que um semestre; digo isso porque eu trabalhei um período na área e sei fazer muita coisa, porém o lugar que eu me sinto bem é o palco. Se você me perguntar o que eu mais gosto de fazer é cantar; é estar no palco. Faço música e a música me faz! Faz ser amor, saudade, paixão e tudo que vier do coração. Canto, pois cantar é tirar o sumo da alma e te dar!”.

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Saiba mais

A história artística de Andrea  você confere no Instagram como @andreagoficial.

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8 de março

O Dia Internacional da Mulher é uma data comemorativa que foi oficializada pela Organização das Nações Unidas na década de 1970. Essa data simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens. Inicialmente, essa data remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a luta das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.

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