Grupo de Bombeiros da Reserva de Porto União se especializa na busca por desaparecidos

Lidar com o desaparecimento de uma pessoa não é tarefa fácil, nem para familiares e amigos, nem para os profissionais acionados para auxiliar. Em Porto União, uma equipe de Bombeiros da reserva se especializou nas buscas por desaparecidos.

Grupo de Bombeiros da Reserva de Porto União se especializa na busca por desaparecidos

Treinamento com máscaras Full Face. Foto: acervo pessoal

O grupo, que é comandado pelo Sargento Gato, atua desde março do ano passado. Uma das intenções, segundo o sargento, é permitir que a guarnição do 9º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM) de Canoinhas não fique desprovida de bombeiros da ativa durante as buscas por um desaparecido. “Se lá em Mafra ocorre um afogamento é preciso fazer buscas. Para não desguarnecer a guarnição, porque esse tipo de busca às vezes demora vários dias, nós vamos lá, montamos um centro de comando e levamos uma equipe especializada em mergulho. Vamos lá e ficamos até conseguir êxito”, explica.

Para o Sargento Gato, a existência do grupo é benéfica pois agora o batalhão conta com uma equipe capaz de suprir a necessidade das guarnições com profissionais que possuem muito conhecimento e experiência. Em atuação há pouco mais de um ano, o grupo já realizou diversas buscas, tanto aquáticas quanto terrestres, chegando a ficar mais de dez dias em um único atendimento. Atualmente, o grupo possui uma série de equipamentos para auxiliar nas buscas, como drones e máscaras de mergulho que permitem a comunicação sob a água.

O sargento também explica que o grupo não é acionado em todos os casos de desaparecimento. O primeiro atendimento, em todos os casos, é realizado por uma guarnição de bombeiros da ativa. Se, após determinado tempo, as buscas não forem exitosas, o grupo de Porto União entra em ação. A duração das buscas, segundo Gato, depende da gravidade e do histórico do desaparecido.

Buscas no Rio São João.

O sargento relembra o caso de uma senhora que se perdeu na mata e, devido a problemas psicológicos, sempre se escondia da equipe quando os avistava. Ou ainda do desaparecimento de um menino em um rio, onde a equipe trabalhou por cinco dias, em uma extensão de quase três quilômetros. Questionado sobre casos marcantes em sua carreira, Gato relata que toda busca deixa marcas, principalmente por conta dos sentimentos envolvidos. “A dor da família marca porque a gente sofre junto, principalmente quando envolve criança”.

Além das buscas em si, o sargento lembra que uma das funções da equipe é tranquilizar familiares durante esse momento que pode ser desesperador para quem espera o retorno de um ente querido. “Nós levamos o psicológico para as famílias pelo fato de a gente estar trabalhando há anos. A gente sabe que os mais afetados são os familiares. A família está desesperada então a gente tem que ter o psicológico para tratar essas pessoas com carinho e mostrar que estamos procurando encontrar essas pessoas e conseguir êxito nessa missão”.

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