João Darcy Ruggeri: 100 anos de uma vida dedicada à cultura, ao conhecimento e ao amor

Há um século, João Darcy Ruggeri traça um caminho de grandes feitos. Natural do Rio Grande do Sul, o ex-vereador de União da Vitória e membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi), esteve no Vale do Iguaçu pela primeira vez em 1947. Anos depois, voltou à terrinha para fundar a Rádio Colmeia. Durante sua vida, presenciou grandes momentos das cidades e ajudou a formá-las.

João Darcy Ruggeri também se voltou para a espiritualidade, seja como seminarista ou como membro da Maçonaria, onde alçou o posto de Grão-Mestre. Sua dedicação aos estudos e a cultura também são destaque na vida deste centenário.

João Darcy Ruggeri: 100 anos de uma vida dedicada à cultura, ao conhecimento e ao amor

João Darcy Riggeri no lançamento do livro “Eles e Eu”. Foto: acervo pessoal

Em comemoração ao aniversário de João Darcy Ruggeri, o professor Aluízio Witiuk o recebeu em seu programa de entrevistas da FM Verde Vale 94.1 para uma conversa sobre a trajetória desta importante figura do Vale do Iguaçu. O Comércio reproduz em suas páginas alguns trechos da conversa, que pode ser conferida, na íntegra, no YouTube @PortalVvalenoticias.

Confira:

Aluizio Witiuk (AW): Doutor João Darcy, nos conte um pouco sobre o início da sua vida.
João Darcy Ruggeri (JDR): Este menino de quase 100 anos nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, de onde saí com 11 para 12 anos e vim morar em Santa Catarina com meus pais. Aos 12 anos, depois de completar o segundo ginasial, fui estudar em seminário camiliano, na antiga cidade de São Luís, hoje Iomerê, Santa Catarina, próximo lá da região de Videira. Foram seis anos que me deram uma formação espiritual e cultural o suficiente para depois de lá começar a reconduzir a minha vida a outro sistema. Naquela época o seminário era clausura, a gente ficava no seminário e se quisesse ver os pais, eles teriam que vir a nós.

Eu estudei no grupo escolar Paula Gomes, que ficava nos fundos do Palácio Piratini, em Porto Alegre. Eu estive lá com meus filhos, estivemos lá quando eu fiz 80 anos e fomos visitar o grupo escolar. Muita emoção ali. Tem história. Eu morava lá na rua General Câmara que é cognominada a Rua da Ladeira porque é uma subida que sai da Rua da Praia em direção ao Palácio Piratini. Estudei começando no grupo escolar e depois estudei no ginásio Aurora em Caçador. Fiz o segundo ano e dali fui para o seminário. Do seminário eu saí após seis anos e não tinha uma formação completa, porque estudo de seminário não era reconhecido pelo ensino público. Em 1954, antes de falecer, Getúlio, por decreto, reconheceu o ensino de seminário anexando ao ensino público.

Em 1956 eu fui ao seminário, para minha surpresa havia uma secretária atendendo. Na minha época só entravam duas mulheres: a mãe e a filha para pegar nossa roupa para lavar. Não tinha mulher, a não ser as Irmãs na missa e a professora, minha eterna, querida, Maria Aparecida, que era minha professora de português no seminário. Era um anjo. Por isso, morreu muito cedo por uma infecção. Não havia penicilina, não havia antibiótico naquela época. Quando cheguei lá perguntei: o Padre Diretor está? A secretária me respondeu: está sim senhor. Ela não perguntou quem era eu, o que eu queria, só chamou.

Chegou o padre com 2 metros de altura. Padre Pascoal tinha sido o meu aluno de Latim no ano anterior, porque havia carência, um padre só que dava latim, então no ano anterior eu tinha meus bicos lá como professor. Nos abraçamos. Nós dois choramos ali. Fiquei uma semana ali, retirando o meu status, os meus estudos para voltar a estudar. Pasmem, tive que fazer um curso meio científico, que eu fiz técnico em Contabilidade. Depois fiz Economia, e depois é que eu fiz Direito. Então estudei bastante, li bastante, gosto de conversar bastante também, principalmente.

AW: Por que o senhor está aqui hoje? Pela sua ação como acadêmico, como ser humano. Como é que eu posso ocultar através da mídia local uma pessoa como o senhor, uma referência e exemplo?
JDR: Eu gosto de dizer muito para as pessoas falarem sobre o amor. Eu sou um homem perfeito da minha concepção. Não tem desvio que eu saiba, ou não, então… Não sei. O amor é o sentimento, não é um ato. Não é um momento, não é uma consequência. Então nós temos que nos amar porque todos nós vamos morrer. Essa é a única coisa certa que existe no mundo. Mas eu não me preocupo com isso porque não fui eu que inventei a morte. Quem me deu a vida que cuide da minha vida. Eu peço e agradeço, sempre esperando continuar. Se não der certo, eu quis, eu não tenho culpa. Mas temos que semear amor para colher paz, felicidade e união entre as pessoas.

AW: Como é que eu vou colher amor, paz e união, se não semear? É aquela parábola dos talentos. O servo recebe os talentos e multiplica e entrega a seu senhor. O que recebeu apenas um talento o enterrou. Infelizmente, o mundo hoje está cheio de pessoas com um talento enterrado.
JDR: Mas é ambição. Eu tenho que ter o melhor carro que o do amigo. Eu tenho que ir em uma emissora melhor do que a sua. Eu tenho minha casa, ela tem que ser melhor que a sua. Então eu tenho um pensamento que diz o seguinte sobre a inveja. A inveja só será virtude quando valer a pena invejar o invejado. Pelos seus atos, pelos seus bons hábitos, o seu bom procedimento, pela sua capacidade, pelas pessoas de bem. A inveja é boa, ela é virtude.

AW: Sua história de vida é um exemplo, é uma referência para aqueles que querem realmente construir um mundo melhor. Como se iniciou sua vida profissional? Hoje, o senhor é uma pessoa que se destaca junto a Maçonaria, foi Grão-Mestre aqui no Paraná, mas também, por outro lado, o senhor fez ações maravilhosas em União da Vitória e Porto União e região.
JDR: Quando saí do seminário tive uma vida bastante difícil, porque o estudo do seminário, como eu disse, não era reconhecido. Então meu falecido pai me ajudava e eu fui aprender a dirigir com caminhão e fui me virando. Passei a ser motorista de um caminhão representando uma cervejaria. Eu era representante e motorista. Transportava mercadoria para o Rio Grande do Sul. Foram experiências que me valeram muito. Depois participei de uma sociedade em uma transportadora que viajava para São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre com caminhões de carga.

Isso durou muito pouco tempo porque numa passagem fui entrevistado por uma rádio e o dono da rádio gostou da minha voz, queria que eu fizesse os noticiários da rádio e eu concordei.

Aí eu fui a Pato Branco, para transmitir uma partida de futebol, porque eu era meio bonzinho de futebol. Então eu viajava numa caminhonete naquela região e tinha uma partida. Um clássico local que era o Palmeiras contra o Internacional local. Eram duas famílias que comandavam os times. Quem dirigia [a caminhonete] era o Ivo Tomazoni, que depois foi um guerreiro do sudoeste, um bravo de um homem, meu amigo. Chegou a presidente da Assembleia Legislativa. Sempre atuante. Uma hora ele disse assim para mim: João, eu preciso descansar um pouquinho, você transmite para mim? E eu peguei o microfone e fui transmitindo. Eu conhecia todo o pessoal por que eu jogava com eles ali. Quando ele voltou, terminada a partida, um cidadão se aproximou de mim e disse: gostei da sua voz, do seu trabalho. Eu tenho duas concessões para o Paraná, para rádio, gostaria que você fizesse uma sociedade comigo. Eu disse: eu tenho uma para Santa Catarina. (…) Combinamos de conversar em janeiro. Marcamos um encontro.

Em 15 de janeiro eu vim a Porto União e nos encontramos. Conversando, eu escolhi Porto União para concessão de Santa Catarina, foi escolha minha. (…) Acordamos, fizemos a sociedade, e no dia 15 de janeiro de 1956 eu fixei residência no Hotel Iguaçu e passei às tratativas para fundar a rádio Colmeia.

Tive muita ajuda do Doutor Lauro Müller Soares, que era o prefeito. Ele nos forneceu o terreno no bairro São Pedro e mandou construir pela prefeitura a casa do aparelho do transmissor. Tinha que instalar [a rádio] e me disseram que havia um prédio recém construído na Siqueira Campos e o proprietário morava em Ponta Grossa. Eu liguei para ele e ele veio e nós já celebramos um contrato. Peguei o primeiro e o segundo andar, e até cheguei a morar por uns tempos no terceiro andar. Ali nos instalamos, fizemos um auditório, e no dia 06 de agosto de 1956, nós inauguramos a rádio no Cine Luz, que era da família Petry. Foi uma festa apoteótica, maravilhosa. Eu trouxe dois conjuntos do Rio de Janeiro. Era o Trio Irakitan e o Trio Margot, que eram sucesso mundial na época, eram fantásticos.

E assim nasceu a Rádio Colmeia. Eu trepava em postes para fazer as ligações. Eu tinha uma maleta que eu transmitia a missa lá da igreja, fazia as ligações via telefone. Quando foi inaugurado o moinho, que o Souza Naves estava lá, ele era o senador e eu fui gravar a transmissão. A gente transmitiu o futebol dos campos.

AW: A rádio, naquela época em que os senhores criaram essa emissora para Porto União, era de muita relevância.
JDR: Recebemos na fase experimental informações do Uruguai e da Argentina que estavam sendo ouvidas no rádio, a gente repetia as informações. Em 1958 o Brasil foi pela primeira vez campeão do mundo. (…) Em agosto e outubro eu transmiti diretamente do Maracanã através das ondas curtas da prb2 em cadeia com a nossa Rádio Brasil e Argentina e também Brasil e Portugal na apresentação da seleção para o Brasil completinho com Pelé, Garrincha, Vavá. (…) Essas histórias eu faço questão de contar para o povo saber [e não pensar] não mas ele veio aqui, fundou a rádio, falou, ganhou dinheiro e foi embora. Não. Nós trabalhamos.

AW: Meu caro Dr. João Darcy. Nós precisamos saber do senhor um pouquinho sobre a irmandade. O senhor foi Grão-Mestre em várias unidades. O senhor representou a irmandade em todos os lugares do nosso Brasil, reestruturando, reiniciando, valorizando através do seu conhecimento. Eu gostaria que o senhor falasse um pouco dessa trajetória.
JDR: Eu posso afirmar que eu fui indicado por um ex-sacerdote da Igreja Católica, professor Guilherme Guimbala. Ele era meu professor da faculdade de Direito. Ele, não sei porque, me escolheu. Mas eu fui escolhido. Eu era na época, se não em engano, diretor no Instituto de Previdência do Estado do Paraná. Eu fui iniciado no dia 07 de outubro de 1957. No momento de passar às solenidade pertinentes, hoje muito diferente, naquela época terríveis. A gente passava por provas muito preocupantes porque nós éramos totalmente ingênuos sobre a questão. Esses momentos não permaneceram na minha memória, mas no momento em que me desvendaram os olhos e disseram: faça-se a luz, eu sentia, espiritualmente, uma transformação.

A Maçonaria percorreu trechos muito difíceis no período em que era proibido que a família soubesse que o marido, o filho, o irmão era maçom, porque era um segredo absoluto. Era total reserva, fechada. Não podia falar porque a sociedade não nos entendia. Falavam, inclusive, que a Maçonaria tinha parte com outras entidades que não Deus, e não é verdade. Quem não acreditar em, seja o seu Deus, tem que acreditar na existência de um ser superior que rege a nossa existência aqui. Sem isso, não será maçom. E o segundo, se a sua família não concordar não será também.

(…) Houve uma mudança radical. Hoje nós nos reunimos com as famílias. É uma instituição que eu ainda reputo como sublime, porque nos obriga a praticar o bem e a mão que dá, a outra não vê. Então a gente faz o bem e não fica dizendo ‘eu fiz, eu doei’. Não, foi a instituição que doou. No lançamento dos meus livros, eu fiz uma doação de 500 livros para a Fraternidade Feminina. O que foi lançado eles vão mandar para todas as lojas, que são mais de 150 no estado, mas vão mandar ir para loja para arrecadar, para ir nos bairros mais doentes, nos hospitais, nos asilos, nos albergues para distribuir e fazer o bem. É uma instituição filosófica e filantrópica e iniciante.

[Para entrar] tem um padrinho que indica. Passa por um processo de estudo, de seleção. Hoje já mais ou menos porque já está mais aberta para a comunidade, mas eu quando fui apresentado tive que apresentar antecedentes de 20 anos. Eu fui galgando.

Eu, como advogado, fui bastante chamado para trabalhar. Então fui juiz nos nossos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. E eu participava do Judiciário. Então havia carência de advogado naquela ocasião. Eu era juiz do Tribunal Corregedor do Tribunal de Justiça e presidia o Tribunal Eleitoral. Cheguei ao ponto, inclusive de na gestão do querido saudoso Grão-Mestre Nacional na época, Francisco Moreira Pinto, fui Procurador Geral da Maçonaria no Brasil. Equivale a ser o Procurador da República no mundo fora da Maçonaria. Eu fui por seis anos. Por uns seis meses mais ou menos fui subprocurador para a região Sul. Isto depois de ter sido Grão-Mestre de 1991 a 1995.

Em 1995 ele já me chamou para ser subprocurador, e em 1996 procurador geral até 2001. (…) Então eu estava sempre prestando serviço, na minha obrigação como Grão-Mestre. Eu estou convivendo hoje como Grão-Mestre de honra do Paraná e do Brasil. E eu tenho minha história dentro da instituição. Não fiz nada além da minha obrigação. E continuo. O que eu fiz no lançamento do meu livro, por exemplo, eu achei muito pouco. Não tinha outra coisa para dar, dei livros. Não sei se todos vão gostar.

AW: O senhor falou de algo muito importante, falou sobre amor. Isso é fantástico.
JDR: A base estrutural da Maçonaria é Fraternidade. Eu hoje faço parte do Conselho Federal. Já pedi demissão duas vezes, não me deram, acho que estão esperando que eu faça 100 anos. Mas nós tivemos uma reunião online e eu falei para meus nobres pares de conselho que a história do passado é onde assenta-se a Maçonaria do presente, e assim será para todos os tempos. A história que o irmão e meu amigo e confrade, todos nós aqui estamos construindo agora, ela está servindo de base para outros que vão nos suceder. Então é importante a gente pensar e isso a Maçonaria nos ensina muito: o desapego à matéria, a convicção da vida do depois que nos ensina a fazer o bem, e a certeza de que nós estamos aqui emprestados, somos instrumentos de alguma coisa por alguma razão, por algum motivo.

Há aqueles que vem para o bem. Tem aqueles que não aceitam a oportunidade do bem e se entregam à covardia, à maldade e à violência, como nós estamos vivendo hoje no país. Não adianta a gente ter cultura e dela se valer para fazer o mal. Porque essas pessoas não se conscientizaram que todo prazer tem seu momento finito, todo prazer tem sentimento finito. Ele termina quando começa a apertar a consciência ou quando não tem mais prazer. Ao fazer o bem, você tem uma satisfação que permanece. Fazer o mal sobrecarrega a consciência.

Eu, por exemplo, sou católico. Quando estive internado em junho do ano passado no hospital, o Padre foi lá e me confessei e comunguei. Mas a Maçonaria é uma instituição. Prega respeito às instituições, a liberdade, igualdade e fraternidade. É o trinômio que norteia todas as nossas atividades.

AW: Sobre sua gestão como vereador em União da Vitória, há no cemitério um monumento municipal que eu gostaria que você falasse sobre.
JDR: Eu estou descendo a Manoel Ribas, indo para o meu escritório e o Expedicionário Sebastião, baixinho, me chama: vereador, vereador, você sabe que eu sou Expedicionário? Respondi que sabia, que o havia visto desfilar no dia 07 de Setembro. Ele continuou: mas o senhor sabe que, se eu morrer, não tenho onde ser enterrado? Porque naquela época eles estavam passando a pão e água. Eu disse: não se preocupe, pois vai ter. Chegando no escritório bati um anteprojeto de lei criando o mausoléu dos Expedicionários. Nasceu ali. À noite, peguei a assinatura de todos os vereadores. Todos concordaram, esse espírito foi geral, reparto todos os méritos com os vereadores da época. E o Farid Guedes começou a construção e não conseguiu terminar. Quem terminou foi o Tancredo, que substituiu o Farid na prefeitura.

AW: Agora vamos falar sobre o seu livro, “Eles e Eu”.
JDR: Eu viajando ao serviço como Grão-mestre e em outras reuniões a trabalho, fui presidente do Lions também, volta e meia estava fazendo os discursos. A [minha esposa] Iracema um dia me disse: você fala tão bonito determinadas coisas, por que que você não grava e não faz um livro? Eu carrego desde então uma caneta e quando vem a inspiração eu escrevo. Então, eu escrevo, eles me mandam. Por isso “Eles e Eu”. Eu disse no lançamento que sou católico, batizado e crismado. Tenho minha crença dentro da Igreja Católica. Minha Santa Terezinha padroeira desde criança, com meus pais que começaram a me pôr na religiosidade. Nossa Senhora, tenho o terço aqui que antes de deitar eu sempre rezo. Mas eu vejo no espiritismo uma ciência. Uma ciência que Deus nos deu. Que você pode ter sensibilidades para você ter contatos espirituais ou proteção espiritual Divina por intermédio dele. Por isso que eu pus lá. Eu eu sei quem sou. Eles, eu só agradeço. Não sei, mas eu quero estar com eles, e que eles estejam comigo.

(…) Se nós temos uma alma, a nossa vida é nossa alma, nós temos que acreditar que alguns de nós podem ter a liberdade de vir orientar e nos ajudar, porque você pede a proteção do anjo da guarda, do Espírito Santo. (…) Então, eu vejo que este momento aqui é um momento cultural, mas profundamente ligado ao espiritual porque nós estamos construindo o bem, procurando construir o bem, informando o certo, informando a verdade e conclamando pessoas para o bem.

Eu tenho aproximadamente, entre provérbios, aforismos, e conclamação à Pátria, à República, praticamente uns 16.000 ou 17.000 textos. (…) Eu vou me concentrando, vou escrevendo. Tenho papel na cabeceira da cama. Quando me ocorre eu tenho que escrever porque se eu não escrever na hora, vai embora. É impressionante.

E esse “Eles e Eu” faz despertar muito na gente o sentimento do amor. Nós temos que disseminar o sentimento amor. (…) Não existe amor ao carro, existe uma empatia de você com um carro, um sentimento de alegria, de satisfação plena. Você não ama uma matéria. Você tem que amar a vida, amar os sentimentos, amar alegria, amar a dor. Amar a paixão não. Paixão é amor fingido. Nós devemos viver o amor, o amor filial, o amor maternal, o amor da família, o amor dos irmãos, o amor àqueles que sofrem, até àqueles que são ignorantes, àqueles que nos ignoram, que não gostam de nós, porque são uns coitados, porque não sabem porque é que não gostam de nós.

(…) Mas é um sentimento que eu gostaria de ter assim melhores expressões para dizer como te faz feliz, amar. Como é gostoso você amar, você pode dizer Witiuk eu te amo e sou um homem perfeito. Dizer o mesmo para qualquer um de vocês com todo respeito hoje. “Ah, mas eu sou casada”. Eu digo eu te amo para o teu marido também. Nós temos que disseminar o amor para evitar a violência, evitar guerra, traição. Porque quem ama não trai, quem ama não vilipendia, quem ama não assalta, quem ama não mata. “Ah, ele matou por amor”. Mentira. Ele matou por ciúme, por amor próprio só. Um amor próprio besta. Ele se achou traído ou presumidamente traído e matou. Então, não. O amor é um sentimento que você tem que amar o que você é. Comece amando a si próprio.

(…) Às vezes eu passo pelo espelho e fico me olhando. Talvez querendo verificar e checar a minha alma. Então eu fico pensando quem sou, porque sou, para onde vou. Então daí os pensamentos “Eles e Eu”. Eles nunca me deixam porque eu preciso de vocês.

AW: Que prazer enorme, que alegria estar aqui e colhendo palavras que são frutos maravilhosos e acrescentando a vida da minha pessoa e quem nos acompanha. Precisamos socializar as coisas boas para elas não ficarem no ostracismo.
JDR: Uma convocação que a gente precisa fazer, e esse é o momento oportuno para isso. Vamos derrubar as cercas, os muros, barreiras. Eu ainda sou do tempo em que se perguntava pra vizinha se ela tinha uma xícara de açúcar para emprestar, até um pouco de café, o chimarrão entre os vizinhos. Criar um ambiente de fraternidade para reconstruir a felicidade que está faltando para muita gente nesse país. Isso é amor. Para reconstruir um momento de paz, felicidade e de união, sabendo que nós amanhã ou depois a gente tá indo embora daqui. Então vamos deixar a nossa foto com uma parede pra ela. Vai chegar o dia em que seremos uma foto, vamos deixar uma parede para essa foto construindo o bem, a felicidade e o amor.

Possui alguma sugestão?

Clique aqui para conversar com a equipe de O Comércio no WhatsApp e siga nosso perfil no Instagram para não perder nenhuma notícia!

Voltar para matérias