Ministro Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, visita União da Vitória

União da Vitória recebeu a liberação de R$ 2,16 milhões em ajuda humanitária. O repasse será feito pelo governo federal e os recursos deverão ser utilizados pela Defesa Civil para compra de itens básicos como alimentos, produtos de limpeza e higiene e colchões para as famílias atingidas pela enchente. A cidade foi a primeira de 34 municípios paranaenses com estado de situação de emergência e calamidade reconhecidos pelo governo federal a ter o projeto de ajuda humanitária aprovado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Ministro Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, visita União da Vitória

Foto: André Zanetti

“Três planos já foram recepcionados por nós. Um desses planos, ontem (terça-feira, 31), já foi aprovado. Já foram empenhados 2 milhões e 160 mil reais para o município de União da Vitória, mas os 34 municípios podem entrar com seus planos de ajuda humanitária e, além do que o governo do estado do Paraná já tem feito através da Defesa Civil Estadual, o governo federal também está à disposição”, comentou o ministro Waldez Góes na manhã desta quarta-feira, 1º, em Curitiba, momentos antes de se dirigir à União da Vitória, onde participou de reuniões com gestores, empreendedores, lideranças e agricultores e também com prefeitos e Defesa Civil de cidades da região afetadas pelas enchentes.

Além do recurso já liberado para União da Vitória em ajuda humanitária, o ministro indicou que há também o recurso de R$ 259 milhões disponível para as cidades que decretaram estado de emergência ou calamidade para serem utilizados pela Defesa Civil. “Tudo o que diz respeito à ajuda humanitária, restabelecimento e reconstrução, de acordo com os planos de trabalho apresentados pelos municípios, nós vamos dar apoio. Não tem limite financeiro, orçamentário. É de acordo com o plano. O povo que precisa, o prefeito traduz isso em um plano e a gente apoia. Nós estamos trabalhando junto com a Defesa Civil do estado do Paraná. Isso é muito importante porque auxilia melhor os municípios. E na transversalidade o Governo Federal tem ações ligadas a vários ministérios. O Ministério dos Transportes já está atuando. O Ministério das Cidades já vai disponibilizar os recursos [que forem necessários] para a reconstrução de casas. O MDS e a antecipação dos programas sociais. A Caixa Econômica na disponibilidade do FGTS. Então cada ministério tem o seu orçamento próprio e vai tratando. O ministério da Saúde vai passar reforçando o fundo a fundo de cada município que solicitar e ainda disponibilizar um kit que pode atender, cada kit, até 1500 pessoas com vários tipos de medicamentos. Então depende exclusivamente da necessidade de cada município”, completou o ministro.

Waldez também destacou a importância de discutir políticas estruturantes para amenizar o efeito das cheias. “Essa situação, as previsões é que se repitam em 2024 e 2025. Se o El Niño vai se repetir mais dois anos, nós precisamos agora trabalhar a resposta, mas também discutir políticas estruturantes para fazer a mitigação, criar a adaptação porque não vão diminuir os eventos climáticos, então nós precisamos nos adaptar a essa realidade”.

O prefeito de União da Vitória, Bachir Abbas, relatou que, entre vários pedidos foram feitos ao ministro, incluindo questões de moradia e auxílio a empresas e agricultores. “Um dos pontos para você conseguir esses recursos, tanto no primeiro momento, que é a ajuda humanitária, para depois a reconstrução, é o reconhecimento de estado de calamidade que é feito pelo governo do estado e governo federal. Já estão sendo canalizados alguns recursos e a gente já está fazendo esse trabalho de reconstrução. São muitos pontos para serem focados. A questão de novas residências, de novas casas para realocar. Muitas pessoas não vão poder voltar para sua casa porque as casas não estão em condições. A reconstrução de estradas, a questão do setor empresarial, linhas de crédito, prorrogação de impostos”.

O pedido de atenção para a população que perdeu o lar também foi uma questão para o prefeito de Porto União, Eliseu Mibach. “Estou com um documento em mãos solicitando 120 casas para o município de Porto União para a população de baixa renda”, relatou.

“Nós temos previsão de infraestrutura em diversas áreas, e mais do que aquilo que já está previsto de moradia, investimento na área de saneamento, investimento na área da saúde”, completou o deputado federal Aliel Machado.


Preocupação com o setor empresarial

Os efeitos da enchente na manutenção de empregos também foi um destaque na fala das autoridades presentes na reunião com o ministro Waldez. O deputado federal Nelson Padovani, presidente da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, comentou que é importante que se garanta que as empresas que ficarem paradas durante o período de calamidade tenham como pagar seus funcionários. “Nós não podemos ter demissão em massa, esse é o nosso grande problema, vai ser uma tragédia se a União da Vitória tiver mil desempregados, se Porto União, se São Mateus do Sul demitir”.

O vice-governador do Paraná, Darci Piana, também abordou o assunto, destacando que foram liberados recursos para o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para que possa fazer empréstimos com para ajudar as empresas. “Ouvimos as lideranças locais, pequenos empresários e moradores para que juntos, governos estadual, municipal e federal, possamos fazer mais e melhor pela população que precisa do poder público neste momento”, disse. “Os comércios estão com dificuldade, muitas empresas estão fechadas, várias perderam seus estoques e precisam de suporte. Vamos intensificar os trabalhos para mitigar todos esses danos”, acrescentou.


Infraestrutura

A reorganização dos municípios foi citada pelo deputado federal Tadeu Veneri. “A região teve uma grande perda agrícola. A gente sabe que vai precisar reconstruir as casas, a gente sabe que vai precisar reconstruir as estradas, as indústrias vão ter que de alguma forma se reorganizar”.

Quanto a soluções estruturais para mitigar o efeito das enchentes, o deputado estadual Hussein Bakri comentou que o governo estadual já solicitou estudos técnicos ao IAT. “Nós temos que buscar uma solução definitivamente. O principal hoje é achar uma solução para União da Vitória e para o rio Iguaçu. (…) Se for possível, ninguém vai fugir dessa possibilidade”.

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