Porto União homenageia ferroviários neste sábado, na praça Noely Luiz Giacomini
Luiz Jorge Uliniki é muito grato pela vida. O coração do maquinista ferroviário aposentado e artesão de Porto União guarda muitas histórias de uma vida ligada pelos trilhos do trem. “Maquinistas, sim, com muito orgulho! Transmitida de geração em geração, desde criança víamos os trens circulando, com uma admiração maior pela Maria Fumaça. Todo o fim de semana elas (as máquinas) estacionavam no depósito que ficava perto de nossa casa para a manutenção. Estava no nosso sangue a administração pelos trens; veio de família”.
Natural de União da Vitória, porém registrado em Porto União, Luiz Jorge é filho de Ferroviários. O pai Procópio foi metalúrgico Ferroviário. A mãe, Ana Maria, de origem polonesa, era dona do lar. Jorge cresceu com o irmão Augustinho, que também exerceu a função de maquinista Ferroviário. “Fomos criados praticamente a beira da estrada de ferro. Morávamos perto dos pavilhões da Rede Ferroviária Federal, perto da rodoviária de União da Vitória”.
Luiz Jorge iniciou os seus estudos no Colégio Balduíno Cardoso em Porto União. Mais tarde, cursou por um breve período o curso de administração de empresas na antiga Face em União da Vitória. O pai de Luiz faleceu aos 44 anos de idade em atividade. “Nesse ínterim tivemos que sair do local onde morávamos e passei a trabalhar aos 13 anos de idade entregando compras nas casas. Eu era balconista. Depois ingressei no exército de Porto União onde fui aprovado no Curso de Formação de Cabos (CFC), sendo o primeiro classificado. Mais tarde permaneci na função de secretário do sub comando do 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado por três anos. Até em atividade bancária eu participei. No entanto, surgiu a oportunidade de um curso de auxiliar de maquinista na Rede Ferroviária Federal. Meu irmão e eu ingressamos juntos em Porto União como auxiliar de maquinista. Depois eu fui aprovado no curso de maquinista. Até a privatização eu trabalhei como maquinista de União da Vitória a Irati, Porto União a Mafra, Videira e Uruguai, na Linha Sul. Minha vida foi nos trilhos”, conta.
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Luiz Jorge está entre os nomes de ferroviários do Vale do Iguaçu que serão homenageados neste sábado, 30, às 9h30, na praça Noely Luiz Giacomini, no bairro Santa Rosa. A iniciativa foi aprovada pela Câmara de Vereadores e está sendo organizada pela Administração e Secretaria de Cultura e Turismo de Porto União. “O dia do Ferroviário foi oficializado em 30 de abril, porque nesta data no ano de 1854, foi inaugurada a primeira linha férrea do Brasil numa viagem que contou com a ilustre presença do imperador Dom Pedro II e da imperatriz Tereza Cristina”, conta a secretária municipal de Cultura e Turismo, Alice Schnornberger.
Lembra a secretária que Porto União, em setembro do ano passado, prestou uma homenagem aos ferroviários durante o aniversário de 104 anos da cidade. O intuito é levar a público o nome dos trabalhadores das estradas de ferro, sendo o local escolhido a Avenida dos Ferroviários, a conhecida Perimetral, um dos locais mais movimentados do município. “Estamos homenageando um a um com seus nomes e função exercida junto a ferrovia. A iniciativa repercutiu positivamente. No decorrer dos meses foram incluídos mais nomes passando de 100 para 210 homenageados. A intenção é que esta homenagem percorra toda a extensão da Perimetral chegando até a área central da cidade”, afirma Ussiel Cundinho Fernandes Dias é coordenador de Cultura e Turismo em Porto União.
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Primeiro Maquinista de trem
George Stephenson construiu uma máquina chamada Locomotion para a Stockton & Darlington Railway, que foram em 1825. Esta máquina, com uma simples chaminé e um engate externo, tinha uma capacidade na caldeira mais adequado para transporte de carga do que de passageiros.
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