Praça Memorial Mulher em Porto União é palco de aplausos

A Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi) e a Administração Municipal de Porto União em um trabalho conjunto homenagearam às mulheres neste dia 8. A cerimônia aconteceu ao ar livre, com início às 16 horas, na Praça da Mulher, localizada na esquina das ruas Hilário André Dezordi e Demétrio Charan, no bairro São Pedro.

DETALHES DO ANEXO  Praca-Memorial-Mulher-em-Porto-Uniao-e-palco-de-aplausos-4.jpeg 10 de março de 2023 218 KB 1600 by 1200 pixels Editar imagem Delete permanently Texto alternativo Describe the purpose of the image(opens in a new tab). Leave empty if the image is purely decorative.Título Praca Memorial Mulher em Porto Uniao e palco de aplausos (4) Legenda Descrição URL do arquivo: https://www.vvale.com.br/jornalocomercio/files/2023/03/Praca-Memorial-Mulher-em-Porto-Uniao-e-palco-de-aplausos-4.jpeg Copy UR

A Praça, conforme a Lei Nº 4.683, de 17 de agosto de 2020, foi uma iniciativa destinada a área de lazer e convivência dos moradores e visitantes em Porto União. De acordo com o prefeito Eliseu Mibach, a partir dessa Lei, foi iniciado um trabalho com a Alvi com o intuito de prestar uma homenagem às mulheres falecidas e, que se destacaram em diferentes setores na história do Vale do Iguaçu. Desde o Dia Internacional da Mulher (8 de março) o nome delas passam a fazer parte do Memorial da Mulher, com uma com uma placa sugerida pela administração.

Para o presidente da Alvi, Roberto Domit, a homenagem foi mais do que merecida. “São mulheres merecedoras de todo o nosso carinho”, disse.

Roberto Bona, artista plástico e músico no Vale do Iguaçu, presenteou aos presentes com uma linda canção em homenagem à elas.

Na continuidade, o cerimonialista do evento, Aluízio Witiuk, também membro da Alvi na cadeira de nº 30, fez a leitura da biografia das homenageadas e convidou os familiares e amigos para receberem a placa e os aplausos do público.


Dia Internacional da Mulher

Foi oficialmente criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1977. No entanto, o dia 8 de março já era utilizado por movimentos femininos como uma data para celebrar a luta pelos direitos das mulheres desde o início do século 20. Vários eventos influenciaram a criação da data, mas dois entre eles são lembrados como determinantes para sua oficialização. O primeiro – o incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York, em 1911 – foi uma tragédia que levou às capas dos jornais as terríveis condições de trabalho a que as mulheres eram submetidas. O segundo – um marco da História Contemporânea, a marcha das mulheres russa por pão e paz em 1917 – iniciou uma revolução de efeitos globais que reverberam até hoje


Homenageadas no dia 08 de março

ADELAIDE BARBOSA (1915)    

UMA MULHER  INCANSÁVEL EM PROL DA COMUNIDADE

Trabalhou como voluntária no Hospital 26 de outubro. Costurava roupas de cama, aventais, sapatilhas e toucas. Não deixava os bebês saírem do hospital sem levar um enxoval. Atuou com muita dedicação no período da enchente de 1983, separando, organizando e distribuindo donativos. As roupas que não estavam em bom aspecto levava para lavar e consertar. Sofreu um duro golpe com a perda do seu filho João Augusto, sua nora e netos, num acidente de automóvel.

 ADÉLIA FALK (1902)      

MULHER  ATENTA ÀS NECESSIDADES DO PRÓXIMO

Teve uma vida bastante ativa na família e na comunidade. Muito religiosa. Membro atuante da Congregação Feminina do Sagrado Coração de Jesus, na Igreja matriz de Nossa Senhora das Vitórias. Participou como voluntária nos eventos da Igreja e visitas a doentes. Grande colaboradora do Hospital São Braz e grande incentivadora para a instalação da maternidade naquela casa de saúde.

ANNA  FRIDA WINKLER  (1892)    

MULHER COMERCIANTE EM PORTO UNIÃO

Conhecida nas cidades como Frau Winkler. Nascida na Alemanha, se estabeleceu em Porto União como proprietária da Casa de Louças na Rua Prudente de Moraes. Serviu a população por mais de 40 anos tendo nas prateleiras todos os utensílios domésticos da época e de vários preços. Além do grande número de brinquedos modernos como de corda e pilhas, que foram novidades por aqui. Mulher de fibra, que entre  tantas outras, é merecedora de ocupar um lugar no Memorial  da Mulher.

ANTONIETA  NOGUEIRA SOARES  (1912)  

MULHER ALTRUÍSTA E CARIDOSA

Sempre humilde e discreta nos atendimentos caridosos, seja com alimentos, roupas ou palavras amigas. O conforto por ela proporcionado vinha até mesmo em forma de lazer, quando ao piano proporcionava horas de entretenimento e de alegria aos humildes. Seu nome foi indicado como Patronesse da Apae de Porto União pelo espírito altruísta e préstimos no trabalho voluntário; sempre demonstrados em relação ao próximo.

AQUILINA  PANZONI GODINHO  (1940)  

MULHER DEDICADA A ATIVIDADES SOCIAIS EM BENEFÍCIO DA COMUNIDADE

Em 1995, Kelly e Rosana sua prima, começaram a trabalhar para o Hospital São Braz, fazendo um bazar no final do ano para arrecadarfundos destinados para auxílio nas necessidades do hospital. Cheia de entusiasmo e de boas ideias decidiu organizar um bazar cujos lucros seriam destinados à Rede Feminina de Combate ao Câncer, também em parceria com sua prima e A amiga Rosana. Desde então, a renda do Bazar passou para a Rede Feminina de Combate ao Câncer. Esses eventos contribuíram para a Unidade Oncológica do Hospital São Braz e foi algo dignificante para que as mulheres pudessem receber tratamento adequado, com exames mais completos que não existiam anteriormente.

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AUREA DE SOUZA CLAUSEN (1927)   

PRIMEIRA MULHER VEREADORA EM UNIÃO DA VITÓRIA

Trabalhou na Escola  de Aplicação José de Anchieta e foi Inspetora de Ensino e integrante do Movimento Brasileiro de Alfabetização. Sempre engajada nas causas culturais. Adentrou o campo da política e foi a primeira vereadora em União da Vitória. Eleita e diplomada como vereadora suplente e  nos anos  1974-1975  assumiu em substituição ao titular. Vale registrar que na época o mandato não era remunerado, mas era exercido com elevada competência e zelo. Foi a mulher pioneira que abriu caminhos enfrentou palanques de comícios, debateu boa política e quebrou velhos paradigmas.

Deixou seu nome marcado na história da política local e da Câmara de vereadores União-vitoriense.

BERNARDINA DE SOUZA SCHELEDER

MULHER PROFESSORA NO INICIO DO SÉCULO XX

Nasceu em Curitiba e estudou até o quarto ano primário no Colégio Dona Júlia de Souza Vanderley. Aos 14 anos veio morar em União da Vitoria e aos 19 anos casou-se com os Teodoro Schleder. Aos 30 anos ficou viúva e com sete filhos para criar. Começou a lecionar em sua própria casa, no Bairro Tocos (hoje São Pedro) e também estudava com alguns professores que a preparavam para um exame em Curitiba. Prestou exames e foi aprovada e pôde continuar lecionando. Entre 1918-1920 se mudou para uma casa no Rio D’Areia, próxima a Madeireira Miguel Forte. A escola funcionava na frente da casa e nos fundos era sua moradia. Bernardina foi uma jovem corajosa que soube abrir caminhos para se tornar professora.

CATARINA TACK ULRICH (1905)   

MULHER  EMPRESARIA:  HOTEL CASA VERDE

Foi uma mulher que muito trabalhou com seus préstimos culinários e comerciais  para com a população de União da Vitória e de Porto União. No período de instalação da Rede Ferroviária os funcionários precisavam de um espaço para dormir e comer. Quatro quartos foram  construídos pelo casal, para abrigar e servir refeições para dez ferroviários. O imóvel passou a ser conhecido como Pensão Casa Verde. Por volta da IIª Guerra Mundial a casa foi demolida e deu lugar a um prédio de alvenaria com estrutura suficiente para um hotel. Com a mesma cor verde o estabelecimento passou a ser Hotel Casa Verde. A locomoção ferroviária aos poucos foi desativada e crescendo o transporte rodoviário, a classe de motoristas deu um salto como pensionistas Catharina, uma baluarte na construção da empresa familiar, mesmo sendo mãe e criar nove filhos sempre esteve, junto ao esposo, a frente de atividades difíceis e indispensáveis para o desenvolvimento da empresa.

DAGNI CAESAR DA COSTA (1917)

UMA  MULHER COM HABILIDADES ARTÍSTICAS

Filha, esposa, mãe, professora e avó, foram alguns dos papéis de Dagni. Mulher inteligente e culta que desde cedo demonstrou personalidade forte, indo em busca do que acreditava ser importante, com uma capacidade enorme de oferecer bondade, generosidade e lealdade. Possuidora de habilidades manuais, se destacou em artes plásticas, produzindo telas de natureza morta. Iniciou seus estudos em Poço Preto (hoje distrito que pertence a Ireneópolis. Por volta dos 12 anos, na companhia de sua irmã mais nova, Carmem,  frequentou o Colégio Santos Anjos, ficando no internato até a sua formatura no magistério. A profissão de professora era considerada por Dagni como algo de contentamento, sentia prazer em ensinar a seus alunos aquilo que mais tinha habilidade, artes. Começou sua carreira de professora no Grupo Escolar Professor Balduino Cardoso, em Porto União e se aposentou no Grupo Escolar Professor Serapião, em União da Vitória.

DELCI A. HAUSEN CHRSTI  ( 1940 )   

UMA MESTRA  SÁBIA E GENEROSA

Bacharel em Filosofia e licenciada em Filosofia pela Faculdade de Filosofia de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, concluiu seu mestrado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como Mestre de Educação na área de Psicologia Educacional. Transferindo-se com seus pais para Porto União, iniciou sua vida profissional lecionando no Colégio Santos Anjos, no Colégio Estadual Cid Gonzaga e, em União da Vitória, na Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras e na Faculdade Municipal de Administração e Ciências Contábeis. Professora e Diretora da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória, conferencista e promotora de cursos, despertou gerações para propostas inovadoras, transmitindo esperanças futuras àqueles que labutam na arte de ensinar. Seu belo trabalho feito na educação teve continuidade no voluntariado de ação comunitária. Sensível a dor dos semelhantes também coordenou um grupo de amigas para reabrir a Rede Feminina de Combate ao Câncer.

DORILDA JOANA DA SILVA (1928)    

UMA MULHER  QUE  DEDICOU SUA VIDA  AOS POBRES

Ela era uma pessoa feliz e bem relacionada. Rezava o terço toda segunda-feira com amigas e vizinhas, e tinha sua turma de lanche quando conversavam e se divertiam. Neca relata que sua mãe foi presidente do Apostolado da Oração por vinte anos. Acrescentau: “Foi mamãe que iniciou o lanche do Apostolado da Oração, que fez por muitos anos, até sua morte”. Com o dinheiro do lanche ela ajudava o seminário, comprava toalhas para a Igreja e tudo que faltasse. Como Ministra da Eucaristia levava a Santa Eucaristia para pessoas doentes, em casa. Foi ela que idealizou o sopão para os pobres, servido às segundas-feiras, na cozinha da Igreja. Nem viajava mais para não deixar de fazer a sopa para a qual fornecia, também, ingredientes, como carne, verduras e pães. Dorilda foi uma liderança cristã, verdadeira seguidora de Jesus e de seus ensinamentos, muito digna representante de tantas lideranças leigas que, como ela, se doaram e se doam à vivência de sua fé, em benefício da comunidade, com os olhos voltados em primeiro lugar para os mais desfavorecidos.

ELLY ANA MIBACH  (1932)              

MULHER COM MÃOS ABENÇOADAS  

Elly foi uma pessoa muito humilde, trabalhadora e, apesar de sua pouca escolaridade, era muito culta, religiosa e até política. Sempre foi do lar, mas preocupava-se com as pessoas, especialmente aquelas que sofriam entorses nos membros inferiores e superiores. Era aí que ela se dedicava às massagens pelas quais ficou muito conhecida. Foi um dom que herdou de seu pai, o senhor Pedro Scheid, que em tempos antigos vinha de barco a vapor de Porto Vitória a União da Vitória para fazer massagens às pessoas que se machucavam e eram atendidas na antiga Farmácia Moderna. Estas massagens eram conhecidas como “colocar o nervo no lugar”. Muitas foram as pessoas que passaram pelas massagens da senhora Elly, agradecidas pelo feito de alívio da dor. Ela atendia todos com muito carinho e respeito. Era uma pessoa versátil e de uma educação ímpar. Um dos destaques de sua versatilidade era o cuidado com a horta e as flores. Na sua horta plantava verduras, ervas e chás de todas as espécies as quais distribuía a quem precisasse. Era também muito religiosa. Fica para as futuras gerações a referência de alguém que acreditava na vida com empatia e que foi amável com todas as pessoas, independente de classe social, raça, cor e credo religioso. Hoje seu nome junta-se a outros no Memorial da Mulher, criado pelo seu filho Eliseu.

ELLY SCHULTZ WEINAND (1904)     

A PRIMEIRA MULHER PROFESSORA DE DATILOGRAFIA          

Entre os anos de 1928 e 1929, Elly e seu esposo, construíram uma bela residência, edificação eclética como um castelinho, contendo duas salas destinadas à realização das aulas. Numa época em que para ingressar no serviço público, para trabalhar num escritório ou escrever muitas laudas, era indispensável utilizar-se da máquina de escrever, em pouco tempo a residência abrigou uma Escola de Datilografia. Muitos jovens e adultos foram alunos de Dona Elly, avaliados após três meses de aulas e demonstrando sua familiaridade com o teclado num teste escrito em tempo previsto. Ela percorria a sala, observando os exercícios realizados em 12 máquinas, todas da marca Remington, atendendo à solicitação de cada aluno e cuidando da postura dos mesmos ao datilografar. Dona Elly, sempre dotada de muitas prendas domésticas, cuidou com esmero de sua residência durante seu tempo de vida. Uma mulher corajosa, nunca esmoreceu frente aos ditames entristecedores que a vida lhe impôs. Com o falecimento de seu companheiro em 1952, de sua filha em 1978 e de seu filho em 1980, já com idade avançada, teve forças para continuar nos trabalhos da casa. Sua bela residência, hoje ao encargo do Município, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Estadual de Santa Catarina permite dar continuidade a diferentes trabalhos, concorrendo para o desenvolvimento cultural da população.

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