Rede Feminina de Combate ao Câncer em União da Vitória tem nova presidente
Na tarde de quarta-feira, 15, aconteceu a Cerimônia de Posse da nova diretoria da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) de União da Vitória. O evento foi realizado no Wooden Class e contou com a participação de voluntários e autoridades do município e da região.
O cargo foi deixado por Rosa Augusta Hausen, que o passou para a mais nova presidente, Sirley Zandoná, que agora assume a missão para o biênio 2023/2024. A eleição aconteceu ainda no ano passado com a escolha da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal.
Durante a cerimônia, Rosa Augusta foi aplaudida pelo seu trabalho à frente da entidade. Com espírito altruísta ela não mediu esforços para incentivar as mulheres sobre a prevenção do câncer de mama. “Continuarei colaborando no que a entidade precisar”, disse.
Graduada em Psicologia Clínica, Organizacional e Escolar, Rosa também é pós-graduada em administração hospitalar e saúde pública; administração de recursos humanos e dinâmica de grupos pela Sociedade Brasileira. Enquanto voluntária na Rede Feminina ela sempre abordou o papel da psicologia no combate ao câncer de mama, o impacto emocional e psicológico do câncer de mama e as angústias, em especial, sobre a feminilidade e baixa estima.
Durante o mandato, Rosa deu continuidade as campanhas já conhecidas da Rede como o Outubro Rosa, Pedal Solidário e caminhadas pelo Vale do Iguaçu. “Quanto antes melhor! O Outubro Rosa sempre vai além da expectativa porque é um movimento popular internacional. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades”.
Por conta da pandemia da Covid-19 a entidade necessitou retomar gradualmente os trabalhos presenciais que foram interrompidos entre 2020 e 2021, como a participação dos voluntários no Hospital São Braz de Porto União e as visitas domiciliares aos pacientes. No período o atendimento aconteceu de maneira remota.
O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) orientam sobre o autoexame às mulheres, instruindo para que apalpem as mamas sempre que se sentir confortável, a qualquer tempo, sem nenhuma recomendação técnica específica ou periódica. Os dados oficiais mostram que é mais comum mulheres identificarem caroços no seio casualmente (no banho ou na troca de roupa) do que no autoexame mensal.
Charles Ronald Van Santen, médico especialista no tratamento do câncer no Vale do Iguaçu, recomenda que mesmo sem sintomas, as mulheres a partir dos 40 anos devem fazer anualmente o exame clínico das mamas e aquelas entre 50 e 69 anos, no caso de baixo risco, se submetam a mamografia, pelo menos, a cada dois anos. “O câncer de pele e de mama são os mais frequentes no mundo. Hábitos saudáveis e uma rotina de exercícios são as principais recomendações para evitar qualquer tipo de câncer”, afirma o médico.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou que são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. As informações são da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada na sede do INCA, no Rio de Janeiro.
A estimativa é a principal ferramenta de planejamento e gestão na área oncológica no Brasil, fornecendo informações fundamentais para a definição de políticas públicas. Ao todo foram estimadas as ocorrências para 21 tipos de câncer mais incidentes no País, dois a mais do que na publicação anterior, com a inclusão dos de pâncreas e de fígado.
Esses cânceres foram incluídos por serem problema de saúde pública em regiões brasileiras e também com base nas estimativas mundiais.
O câncer de fígado aparece entre os dez mais incidentes na região Norte, estando relacionado a infecções hepáticas e doenças hepáticas crônicas. O câncer de pâncreas está entre os dez mais incidentes na região Sul, sendo seus principais fatores de risco a obesidade e o tabagismo.
O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
Ainda, segundo o Inca, em homens o câncer de próstata é predominante em todas as regiões, totalizando 72 mil casos novos estimados a cada ano do próximo triênio, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Nas regiões de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os tumores malignos de cólon e reto ocupam a segunda ou a terceira posição, sendo que, nas de menor IDH, o câncer de estômago é o segundo ou o terceiro mais frequente entre a população masculina.
A pesquisa aponta também que já nas mulheres o câncer de mama é o mais incidente (depois do de pele não melanoma), com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. Nas regiões mais desenvolvidas, em seguida vem o câncer colorretal, mas, nas de menor IDH, o câncer do colo do útero ocupa essa posição.
Uma dama vestida de rosa
Sirley Zandoná é conhecida no Vale do Iguaçu por seu trabalho desenvolvido junto a Ação Social de União da Vitória e também o voluntariado no Rotary Clube. Desde o dia 15, Sirley soma mais uma missão em sua vida que é ajudar os pacientes em tratamento de câncer.
Esta não é nenhuma novidade para ela, pois vestir-se de ‘rosa’ já faz parte da rotina, pois antes de assumir a presidência da Rede Feminina, Sirley já integrava a diretoria da entidade como segunda secretária. A dama vestida de rosa no Vale do Iguaçu pretende dar continuidade ao trabalho desenvolvido por Rosa Augusta e demais mulheres que estiveram na liderança da Rede Feminina. “A nossa intenção é sempre levar o melhor possível aos pacientes e vamos contar com a sabedoria e a experiência de todas as voluntárias e da comunidade em geral”.
A Rede Feminina possui um cadastro próprio de pacientes diagnosticados com câncer para que sejam feitos os acolhimentos e também o apoio as famílias. Os recursos são arrecadados principalmente das vendas do Brechó da Bebel e doações.
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