Voluntária do Vale do Iguaçu presta auxílio em abrigos de animais no RS
Além do apoio às pessoas vítimas das enchentes, existe uma outra frente muito importante trabalhando no Rio Grande do Sul: a do resgate e cuidado de animais. Segundo o governo gaúcho, até a quarta-feira, 05, mais de 12 mil animais haviam sido resgatados no estado, como o emblemático cavalo Caramelo, que conquistou para si a atenção do país e colocou sob os holofotes a necessidade de cuidar das vítimas não humanas da catástrofe.
No Vale do Iguaçu, a questão não foi esquecida pelos protetores. Entre eles está Luisa Fecht Bindemann, membro do Anjos de Patas, que passou uma semana no Rio Grande do Sul prestando serviço voluntário em abrigos de animais.
A jornada de Luisa começou no dia 14 de maio, quando a jovem saiu de União da Vitória e foi até Curitiba para pegar carona em uma van com destino ao Rio Grande do Sul. A protetora ficou abrigada em uma igreja na cidade de Gravataí na companhia de outros voluntários. Diariamente, um ônibus levava o grupo até a cidade de Canoas para prestarem auxílio no abrigo Matias Velho. “Todo lugar que a gente ia, a gente era muito bem recebido pelos gaúchos, todos agradeciam imensamente por a gente estar lá ajudando. (…) A todo momento estava sendo resgatados animais das águas e de cima dos telhados. Então a gente fazia esse primeiro atendimento e muitos animais estavam muito debilitados e a maioria ia para a parte dos internamentos”, comenta.
No abrigo em questão, segundo Luisa, haviam cerca de três mil animais abrigados. Muitos deles, segundo a protetora, não serão encontrados pelos donos, seja por falta de condições dos tutores de buscarem os animais, ou até mesmo por falecimento. “Muitos animais vão precisar de adoção depois que tudo isso passar”.
Entre as inúmeras histórias ouvidas por Luisa durante o trabalho voluntário, uma em especial ficou marcada em sua lembrança. “A história que com certeza mais me tocou foi a de uma resgatista que foi resgatar os animais ali das águas e ela escutou uma gatinha miando muito. Esse miado vinha de dentro de uma casa. Quando eles entraram nessa casa, possivelmente a tutora já havia falecido e essa gatinha estava muito desesperada. Eles resgataram essa gatinha do forro e levaram para fazer esse primeiro atendimento [no abrigo]”.
Agora, de volta ao Vale do Iguaçu, Luisa deseja força para os voluntários e população do Rio Grande do Sul. “Eu conheci muitas pessoas maravilhosas que estavam ali com o mesmo propósito, que era ajudar. Sou muito grata por ter conhecido essas pessoas. Quero agradecer também pela recepção do povo gaúcho, que mesmo passando por toda a situação, eles conseguem abraçar a gente. Também os voluntários que estão lá, eles acolhem. Também quero desejar força, muita força para as pessoas que perderam suas casas, seus empreendimentos, enfim. Desejo do fundo do meu coração que tudo passe e com certeza tudo isso vai passar”.
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