110 anos se passaram desde o fim da sangrenta Guerra do Contestado. Considerado o maior conflito brasileiro por disputas de terras do século 20, o episódio ainda é lembrado e estudado pelo seu povo. Um exemplo foi que na catarinense Irani, de 18 a 22 de outubro, uma programação foi preparada para refletir o assunto. O evento teve envolvimento de representantes das forças armadas do Paraná e Santa Catarina, historiadores, professores, estudantes e comunidade.

O historiador e colunista da CBN Vale do Iguaçu, Aluízio Witiuk, marcou presença nas atividades do Contestado. Ele que já ministrou palestra sobre o tema nos Estados Unidos, chamando a atenção para os estados do Paraná e Santa Catarina, também colaborou para a realização do ato no Irani. “Foi um período de guerra, porém hoje focamos no acordo de paz, pois almejamos a paz e que assim seja! É um resgate da história para o seu povo”.

Conta o historiador que o Combate do Irani, ocorrido em 22 de outubro de 1912, é o marco inicial do conflito. “A Guerra do Contestado foi um episódio armado ocorrido de outubro de 1912 a agosto de 1916. O conflito envolveu posseiros e pequenos proprietários de terras contra os governos dos estados de Santa Catarina e Paraná, além do Governo Federal brasileiro. Seu principal líder foi considerado santo, o monge José Maria. No confronto, morreu o comandante das tropas de Segurança Paranaense, o coronel João Gualberto e também o monge José Maria. Mais de 20 mil pessoas morreram e milhares de pés de Araucárias foram destruídos”.

+ Possui alguma sugestão? Clique aqui para conversar com a equipe de O Comércio no WhatsApp

No Irani o ponto alto da programação aconteceu na manhã de sábado, 22, na Praça da Igreja Matriz, com desfile, apresentações culturais e discursos sobre o tema. Já a Semana do Contestado envolveu os estudantes da rede municipal e estadual de ensino do Irani.

O Major Antunes, da Polícia Militar do Paraná, disse que o intuito do evento foi exaltar o projeto Bandeira da Paz. “A bandeira branca, símbolo dos seguidores de José Maria, é muito forte. Marcou presença no conflito e hoje traz uma mensagem de paz e de fortalecimento de união”, disse.

A cidade de Matos Costa, com o intuito de resgatar a história do Contestado, aprovou em 2017, o Projeto de Lei que institui a Bandeira do Contestado como Símbolo do Município. Na Semana do Contestado, comemorada anualmente de 20 a 27 de outubro, fica obrigatório o hasteamento da bandeira em eventos oficias do município e na rede escolar pública e priva Aluízio Witiuk da, em todas as comemorações cívicas e históricas.

No pano branco retangular da bandeira, segue a Cruz verde de seda aplicada na parte central superior. “A tradição religiosa do José Maria é muito antiga. O conflito terminou em 1916, tornando Porto União (SC) e União da Vitória (PR) cidades irmãs”.

---

Serviço

Quer saber mais, confira a entrevista com o historiador Aluízio Witiuk na página da CBN Vale do Iguaçu – 106.5 FM.

 

Voltar para matérias