Duplicação da BR-476 é tema de audiências públicas realizadas pelo IAT

O sonho da duplicação da BR-476 no trecho entre União da Vitória e Lapa ganhou mais um capítulo. Está marcada para a semana que vem uma série de audiências públicas para apresentação de estudo do impacto ambiental que poderá ser causado à região caso as obras saiam do papel.

Duplicação da BR-476 é tema de audiências públicas realizadas pelo IAT

O estudo foi encomendado pela Infra S.A. e realizado pela empresa MRS Estudos Ambientais Ltda. com intenção de obter a chamada Licença Prévia (LP), documento que determina a viabilidade da obra em questão. “De maneira geral, o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) é importante para assegurar que as atividades humanas sejam realizadas de forma sustentável e responsável, de maneira a proteger o meio ambiente e a saúde humana a longo prazo”, explica Marco Salgado, representante da MRS.

As audiências estão sendo organizadas pelo Instituto Água e Terra (IAT) e serão, segundo Marco, uma oportunidade para a população elucidar as dúvidas relativas ao processo.

De acordo com o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) disponibilizado pelo IAT em seu site, o EIA encontrou 43 possíveis impactos causados pela duplicação da BR-476. Destes, 31 foram considerados negativos, contudo, para todos eles foram propostas medidas de controle para que as obras sejam realizadas de maneira sustentável.

Os impactos considerados negativos preveem alteração na qualidade da água, perda de habitat e diminuição de indivíduos de espécies nativas da fauna e flora da região, aumento de espécies exóticas, incômodo à população durante as obras, entre outros.

Entre os 12 impactos considerados positivos, destacam-se a geração de emprego e renda, melhoria na mobilidade, melhoria no escoamento de produtos, diminuição do tempo de viagem e atração de novos investimentos.

Os prós da duplicação da BR476 apontados pelo estudo vão ao encontro da visão de representantes da região. “Essa duplicação, com certeza, será uma das obras mais importantes da história de União da Vitória e da região. Acompanhamos diversas regiões que tiveram a melhoria da sua malha rodoviária, que tiveram duplicações, [e vimos] o desenvolvimento que aconteceu em seguida. Então é uma briga de todas as lideranças, de todos os prefeitos, de toda a classe empresarial da região para que essa duplicação aconteça porque, com certeza, trará impactos muito importantes para a região de União da Vitória, para a região da Amsulpar (Associação dos Municípios Sul Paranaense)”, comenta o prefeito de União da Vitória, Bachir Abbas (PP).

“A duplicação traz mais segurança aos passageiros, mais eficiência logística e reduz o tempo do transporte”, aponta o deputado estadual Alexandre Curi (PSD), que acredita que as obras deixariam a região mais atraente para investimentos e a instalação de empresas. “Isso ajudaria e muito o desenvolvimento do Vale do Iguaçu, porque [a BR-476] é a principal ligação da região com a capital do estado e, consequentemente, com o porto de Paranaguá”, completa.


Necessidade de conservação

Quando questionados sobre a qualidade da BR-476 no trecho entre União da Vitória e Lapa, nossos leitores foram quase unânimes em descrever a via em uma palavra: péssima. Entre os relatos, as maiores reclamações foram a respeito dos buracos, falta de sinalização e de pintura de faixas, além do trânsito intenso.

Para a estudante Beatriz Skrzypa a situação da BR-476 se tornou um incômodo. “São muitos buracos e, quando consertam, não dura muito tempo. Quando fazem recapeamento não pintam as faixas e não tem como ver onde a gente está indo com o carro”.

Uma leitora que preferiu não se identificar relatou já ter presenciado diversos acidentes, além de citar o medo de transitar ao lado de caminhões que, às vezes, entram na contramão para desviar dos buracos na pista. Para ela, além da duplicação, outra ação que poderia contribuir para a qualidade da BR-476 seria a pavimentação em concreto, a exemplo do realizado na PRC-280, em Palmas.

Sobre obras de conservação, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), órgão responsável pela BR-476, informou que “no trecho questionado são realizadas ações de manutenção, conservação e restauração da pista existente”.


Duplicação da BR-476 não está nos planos do Dnit

Apesar de ser um bom sinal, a realização do EIA e possível obtenção da LP não indicam que obras para a duplicação do trecho estejam no planejamento do Dnit, pelo menos em um futuro próximo. Questionada sobre a intenção de realizar a duplicação, a autarquia informou à reportagem de O Comércio que “no momento não há previsão de duplicação deste segmento, uma vez que o volume de tráfego não indica tal necessidade”.

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Segundo dados do Dnit, em 2021, 5.700 veículos, em média, passaram diariamente pelo posto de medição localizado em São Mateus do Sul. Número similar aos demais pontos da BR-476, com exceção dos trechos na região metropolitana de Curitiba, já duplicados. Por lá, o Volume Médio Diário Anual (VMDa) chega a alcançar o pico de 30 mil veículos.

A maior parcela do tráfego na região do posto de São Mateus do Sul em 2021 foi de veículos de passeio e motos, sendo essas duas categorias responsáveis por 56% do volume diário em 2021. Os outros 44% ficaram a cargo dos ônibus e caminhões. Ou seja, na região, carros e motos dividem espaço, quase que igualmente, com ônibus e veículos de carga. Já no trecho mais movimentado da BR-476, ônibus e caminhões representaram 21% do tráfego diário no mesmo período.


Serviço

Audiências Públicas de apresentação do Estudo de Impacto Ambiental da duplicação da BR-476/PR

União da Vitória

Data: 25 de abril (terça-feira)

Horário: 19h

Local: Cineteatro Luz | Rua Carlos Cavalcante, 124 – Centro

São Mateus do Sul

Data: 26 de abril (quarta-feira)

Horário: 19h

Local: Colégio Estadual Duque de Caxias | Rua João Gabriel Martins. 546 – Centro

Lapa

Data: 27 de abril (quinta-feira)

Horário: 19h

Local: Câmara Municipal da Lapa | Alameda David Carneiro, 390

Perguntas por e-mail:  audiencia476@infrasa.gov.br

Perguntas por Whatsapp: (61) 9.9644.8417

Perguntas por telefone em horário comercial: (61) 3426-3820

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