Após quatro anos, Donald Trump retornará à Casa Branca
Por volta das 07h30 de quarta-feira, 06, a agência de notícias Associated Press (AP) projetou a vitória de Donald Trump no estado de Wisconsin, o que garantiu para o republicano os 270 delegados necessários para ser eleito. Embora não seja oficial, a projeção feita pela AP é historicamente aceita pela sociedade americana. O resultado oficial das urnas pode levar dias, devido às particularidades das eleições dos Estado Unidos.
Durante a madrugada, antes mesmo das projeções confirmarem sua vitória, mas com tendência de que fosse se concretizar, Trump realizou um discurso aos apoiadores. “Este foi um movimento como nunca se viu antes. E, francamente, acredito que foi o maior movimento político de todos os tempos, nunca houve algo assim neste país e talvez na Terra”, iniciou.
Nos Estados Unidos, um candidato pode ser eleito sem receber a maioria dos votos da população. Foi assim que Trump chegou à Casa Branca pela primeira vez, em 2016. O sistema americano é baseado em colégios eleitorais, formado por 538 delegados. Cada estado possui um número definido de delegados de acordo com o tamanho da população. O candidato vencedor em cada estado, leva todos os delegados. Para ser eleito presidente, é necessário obter, no mínimo, 270.
Neste ano, porém, Trump melhorou sua performance, conquistando tanto os delegados, quanto a maioria no voto popular, fato que foi destacado em seu discurso. “Este será verdadeiramente o auge dourado da América, é isso que temos. Esta é uma vitória magnífica para o povo americano que nos permitirá fazer a América grandiosa novamente. (…) Também vencemos o voto popular. Isso foi ótimo. Vencer o voto popular foi muito bom, posso dizer. É uma sensação maravilhosa de amor”.
Além da conquista do partido com Trump, os republicanos também conquistaram maioria no Senado, e disputam a manutenção do controle da Câmara dos Representantes. “O número de vitórias no Senado foi absolutamente incrível. Fizemos tele-rallies com cada um deles. Às vezes fazíamos dois ou três. É incrível ver essas vitórias. Ninguém esperava isso — ninguém”, comentou o presidente eleito.
Fato surpreendente da eleição foi o aumento de eleitores de Trump entre os latinos e os jovens. Trump levou vantagem sobre a concorrente, Kamala Harris, do partido Democrata, em diversos grupos, como homens e pessoas brancas. “Esta campanha foi tão histórica e de muitas maneiras, temos a maior, a mais ampla, a mais unida coalizão, nunca viram nada assim em toda a história americana. Nunca viram, jovens e idosos, homens e mulheres, áreas rurais e urbanas, todos nos ajudaram hoje à noite, se pensarmos. Estava assistindo hoje à noite e eles estavam fazendo uma grande análise das pessoas que votaram por nós, nunca vi algo assim, veio de todos os cantos.
Sindicalizados, não sindicalizados, afro-americanos, latinos, asiático-americanos, árabes-americanos, muçulmanos-americanos, tivemos todos e foi lindo. Foi um realinhamento histórico, unindo cidadãos de todas as origens em torno de um núcleo de bom senso.”, disse Trump.
O atentado sofrido pelo republicano em 13 de julho também foi lembrado em seu discurso. “Vamos fazer o nosso país melhor do que nunca. Muitas pessoas me disseram que Deus poupou minha vida por um motivo. E esse motivo era salvar nosso país e restaurar a grandeza da América, e agora vamos cumprir essa missão juntos. Cumpriremos essa missão. A tarefa não será fácil, mas trarei cada gota de energia, espírito e determinação que tenho na alma para o trabalho que vocês confiaram a mim”.
Impossibilidade de reeleição
A constituição americana prevê, na Vigésima Segunda Emenda, que nenhuma pessoa pode ser eleita mais de duas vezes, seja de forma consecutiva ou não. Desta forma, Trump, que já teve um mandato, não poderá concorrer em 2028. “Ontem, enquanto eu estava no meu último comício de campanha, nunca mais farei um comício, você acredita? Acho que fizemos aproximadamente 900 comícios desde o começo — 900, 901, algo assim. Muitos comícios! Foi triste, todos estavam tristes. Disse a muitas pessoas que este era o nosso último comício, mas agora estamos indo para algo muito mais importante porque os comícios foram usados para nos colocar nesta posição onde podemos realmente ajudar nosso país, e é isso que vamos fazer”.
Kamala reconhece derrota
Ainda na quarta-feira, Kamala discursou para apoiadores reconhecendo a derrota, e frisou que o país deve prezar por uma transição pacífica. “Temos de aceitar o resultado da eleição. Falei com o presidente eleito Trump e disse que vamos ajudá-lo na transição e que faremos uma transferência pacífica de poder. Um ponto fundamental da eleição nos EUA é que, quando perdemos, aceitamos. Isso é o que nos distingue de tiranias a monarquia”.
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