Ao meu eterno amigo Deodato da Luz Cabral

A melhor fotografia de um povo civilizado é a Imprensa. Ela é o melhor reflexo vivo, luminoso, radiante, de suas características morais e intelectuais


O destaque é de Alexandre Lucas Boiteux no texto ‘A Imprensa em Santa Catarina’ sobre os jornais que circulam a partir de 1931, inclusive o jornal O Comércio, que acaba de completar 90 anos, marcado por uma edição histórica, fundado em 11 de junho, exatamente no ano de 1931, por um catarinense natural de Florianópolis (Hermínio Milis), passando pelas mãos de seus filhos Arí e Orlando e por várias outras pessoas, todas não envidando esforços para que O Comércio seja realmente o reflexo vivo da história, mas nem sempre, infelizmente, luminoso e radiante, porque como ‘fotografia’ da história, que registra em suas páginas fatos relacionados a todos os segmentos da comunidade, também traz em suas páginas notícias que causam profunda tristeza.

Escrever fatos relevantes considerados normais, principalmente enfatizando às iniciativas de ações públicas e privadas, ao autor do texto, não deixava de trazer um até certo elevado grau de euforia, mas quando o fato estava relacionado à perda de uma vida humana causava profunda tristeza.

E nessa última semana, essa profunda tristeza foi causada pela morte do nosso querido amigo Deodato da Luz Cabral, aos 78 anos, deixando a esposa Regina Celli Pinto Cordeiro da Luz, o filho Luis Deodato, além da filha Ana Carolina, dedicada jornalista integrante da equipe de O Comércio.

Ao longo de muitos anos (alternadamente) vivi a realidade de algumas das fases mais importantes dos 90 anos de O Comércio e não foram poucas as homenagens póstumas que redigi, claro que com emoção, porque por mais distante que procurasse me manter do triste fato, a emoção não era ignorada.
Mas agora, passados tantos anos, registrar a morte de um amigo tão especial, confesso que não é só a emoção, mas também são as lágrimas.

Figura amada e respeitada na comunidade, com cerca de 30 anos de serviços prestados à Prefeitura de Porto União, não só pela sua adorável família, entre as quais nossa querida jornalista Ana Carolina, Deodato (carinhosamente chamado de ‘Polaco Deodato’), além de suas tarefas na Municipalidade, esteve sempre envolvido nas mais variadas atividades sociais – Lions Clube – e até esportivas, inicialmente como goleiro de futsal (ainda no tempo do futebol salão) e por último, no tênis de campo.

E foi na Prefeitura Municipal – 93/96 – e no Jóia Tênis Clube que conheci o caráter de homem sério e do tenista ‘teimoso’, mas que compensava no final com exercício de suas habilidades como ‘mestre cuca’, com os mais variados pratos, todos devorados pelo grupo do clube.

E esse pendor pela arte culinária não estava somente no Jóia, mas em promoções de caráter social em nossa cidade, sempre beneficentes.

Bem próximo de completar 55 anos ligados aos meios de comunicação em nossa região – rádio e imprensa -, com mais de três décadas ao hebdomadário “O Comércio”, como se referia ao jornal o inolvidável Arí Milis, também não muito distante das 8 décadas de vida, a convite (eu até entendo como convocação) desses valorosos jovens que hoje comandam o decano da imprensa local, se os anos e a saúde permitirem, vou procurar não decepcionar, sobretudo com a primeira missão que foi confiada de, em nome da equipe, homenagear a memória do amigo Deodato, progenitor da colega Ana Carolina.

Regina (esposa), Ana Carolina (filha), Luis Deodato (filho), João Guilherme (neto) o esposo, o pai, e o avô de vocês, estará sempre na minha – na nossa – memória e orações.

A eternidade agora pertence a ele.

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