Especial Odilon Muncinelli: “Uma linda história de amor e luta”
Há muito tempo nos conhecemos e, em minutos, descobrimos ou, buscamos descobrir o que provocou o encantamento entre o advogado e a professora normalista. A partir deste dia continuamos nos encontrando e conversando muito… havia uma diferença de idade de quase seis anos… um homem maduro, inteligente e muito bonito, o italiano. Foram três anos entre namoro e noivado. O casamento aconteceu a 25 de janeiro de 1969, que durou 54 anos.
Dois anos após, no dia 22 de dezembro de 1970, recebemos o primeiro presente precioso: nosso filho Gianfranco. Quatro anos após, no dia 29 de novembro de 1974, nasceu o Giorgio, o segundo presente precioso. Dois filhos lindos, inteligentes, de boa índole, homens do bem que nos orgulham muito.
Quanta alegria em família e quantos momentos difíceis encarando problemas de saúde, mas sempre unidos em família e reforçados pelos familiares, que hoje já estão no outro plano, o espiritual. Compreensão, ajuda mútua, esforço em comum e tantas alegrias, conquistas e vitórias.
Meu grande e precioso companheiro de vida, o Odilon, foi partícipe na educação dos nossos filhos e na realização profissional da sua amada esposa. Um homem íntegro, inteligente, amoroso, excelente dançarino, pai presente, avô dedicado e, sem dúvida nenhuma, reserva moral como profissional. Aprendi muito com o Odilon, amadureci com seu conhecimento e desenvolvi uma coragem ímpar com seu incentivo e bons conselhos.
Sempre demonstrou seu amor ao dedicar-se à família e valorizar ações da esposa, dos filhos, noras e netos… desde verificar os deveres escolares como complementar o ensino para garantir boa aprendizagem. Costumo dizer que cresci intelectualmente nas mãos do Odilon. Apesar de ser uma mulher segura profissionalmente, minhas emoções eram sempre reforçadas pelo Odilon.
Ele amou intensamente e foi da mesma forma amado por sua família. Seus netos, Enzo Luigi, Cícero Domenico, Sarah Giulia e o Pietro o consideravam um “acervo ambulante”, tal seu amplo e profundo conhecimento geral. Apesar de sua competência e habilidade com as palavras, não aceitava ser denominado “historiador”, dizia ser um “anotador da história”.
Foi um grande colaborador do Jornal O Comércio, com sua Coluna Lex – Notas e Comentários, escreveu sobre assuntos diversos e hoje, está completando 20 anos de Coluna Milho no Monjolo, moendo e despejando Cultura x Educação. Um homem simples, de educação refinada no trato com as pessoas. Exercitava a humildade que é própria das grandes personalidades. Um grande poeta… quantos belos poemas escritos para homenagear sua amada. Já publicou livros, histórias de Instituições, homenageou pessoas… uma elegância admirável para escrever e até para aconselhar e fazer as devidas correções, quando se faziam necessárias.
Respeitou muito a sua família, seu lar, seus amigos e foi um perfeito anfitrião. Seu escritório, aqui ao lado, era o seu segundo lar. Gostava de uma boa prosa e ficávamos conversando na varanda da casa apreciando o por do sol, as flores, o arvoredo e a passarinhada se movimentando no jardim.
Era disciplinado, responsável e muito organizado no seu trabalho. Nos últimos anos, apesar das cirurgias e tratamentos adequados, a sua baixa visão atrapalhou/dificultou, mas persistiu na pesquisa e escrita com muita dedicação. Incentivava as pessoas a colocarem no papel suas ideias, seus sonhos e suas realizações. Um dia em conversa eu disse: “Nós somos a história, nós fazemos a história, nós vivemos a história, nós modificamos a história, mas abençoados os que registram a história”... ele já registrou a minha fala e, abençoado, com seu invulgar conhecimento e seus escritos, registrou muitas histórias dos municípios que amou: União da Vitória, onde nasceu e viveu até os 28 anos, quando casou e veio residir em Porto União, que ele adotou com amor. O Odilon era apreciador de uma boa música, um bom livro, um bom filme e uma boa prosa. Viveu como escolheu viver, viveu bem e feliz.
Odilon querido, você já está sendo atendido e muito bem cuidado no plano espiritual. Aqui nesta encarnação, fez seus resgates e evoluiu espiritualmente para conquistar seu espaço numa das moradas do Pai. Lamentamos e choramos de saudade, mas há paz nos nossos corações pela linda vivência, pelos cuidados, pelo amor e companheirismo vividos.
Você é um Espírito Especial.
Porto União, 11 de abril de 2023.
Aldair Wengerkiewicz Muncinelli
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