Setor mantém projeção de crescimento de supermercados para 2022

Mesmo com os desafios impostos pela pandemia da Covid-19, o setor supermercadista foi o maior gerador de empregos no País, com 156.120 novos postos gerados, sendo 57.214 novas vagas em 2020, e 98.906, em 2021. A informação foi divulgada em março deste ano pela Agência Brasil.

O setor foi responsável por 6,1% do total de novos postos de trabalho no período 2020/2021, de acordo com o Mapa dos Empregos no Setor de Supermercados, realizado pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserrj) em conjunto com a consultoria Future Tank. Ainda, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) acredita que as vendas de supermercados devem avançar 2,8% em 2022.

O empresário da região Sul do Paraná, Clemente Bahniuk, com MBA em Gestão e Varejo, está confiante para o crescimento do setor supermercadista para o 2º semestre deste ano.

Diretor da Rede Bahniuk há 14 anos, Clemente é um entusiasta e pesquisador de assuntos econômicos e de negócios. Atualmente, ele faz parte da diretoria da Associação Paranaense de Supermercados (APRAS) e afirma proximidade com os colegas do setor no Vale do Iguaçu. “Sou aquela pessoa que está muita próxima da realidade supermercadista dos colegas. A troca de informações faz toda a diferença. Eu visito regularmente os supermercados das cidades e região e ouço os anseios dos comerciantes e também as expectativas”, diz.

Setor mantém projeção de crescimento dos supermercados para 2022

Foto: acervo O Comércio


Confira a entrevista:

Jornal O Comércio (JOC): Em abril aconteceu a 39ª Feira e Convenção Paranaense de Supermercados (Mercosuper), em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O senhor participou do evento?

Clemente Bahniuk (CB): Participei sim. Hoje eu faço parte da diretoria da APRAS-PR e com a nossa união e grupo forte de pessoas que integram a entidade, o setor supermercadista vem trazendo esse impulso para a economia, não apenas para o Paraná, mas sim, para todo o Brasil, por ser considerada uma atividade essencial à população. A Mercosuper foi um destaque no Paraná e no Brasil com demonstrativos da força supermercadista, em especial em tempos da pandemia. As redes supermercadistas hoje estão fazendo a diferença em suas cidades de atuação.

JOC: Qual será o futuro do supermercado?

CB: Se ele continuar sendo o mesmo que ele já foi há dez ou quinze anos eu temo que ele não vai sobreviver. É um setor que dia após dia vem agregando serviços e com muita oportunidade à população. O nosso trabalho hoje como supermercadista é fazer com que esse cenário possa tomar um outro rumo, ou seja, nós dependemos de uma economia solidificada e forte e, hoje, percebo que o Brasil, em especial o Paraná, vem fazendo a diferença. Nós, os supermercadistas, lutamos diariamente com a indústria e fornecedores para obtermos uma economia forte e uma inflação baixa; tudo para proporcionar uma economia para o bolso dos consumidores.

JOC: Qual a grande lição para o setor na pandemia?

CB: Por ser um ramo que é considerado essencial [porque as pessoas precisam comer, não é?] todos os colaboradores de supermercados foram guerreiros durante o período. Juntamente da APRAS lutamos pela vacinação de nossos colaboradores na região. A cada dia percebemos que contamos com ótimas redes supermercadistas, de empresas familiares e com um excelente trabalho. Mesmo eu sendo do Bahniuk sou um super defensor da classe e represento a APRAS. A expectativa para o setor é positiva para 2022 e percebemos que estão sendo feitos investimentos e abertura de novas lojas. É preciso sempre se reinventar e trazer novidades. O intuito é sempre a experiência, aliando a qualidade e o preço justo ao consumidor.

JOC: Nos Estados Unidos o Walmart domina setor. É uma possibilidade para o Brasil?

CB: Na minha opinião o brasileiro é muito bairrista e precisa de calor humano. O Walmart no Brasil não deu certo e acredito que não vai dar; as redes regionais vem crescendo e o brasileiro não vive de processados, ele gosta é das gôndolas e do envolvimento com os colaboradores no supermercado. Temos sim um diferencial nas nossas redes nacionais.

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JOC: O setor emprega mão de obra significativa no País?

CB: Eu entendo que para muitas pessoas o ramo supermercadista foi o seu primeiro emprego. Você já deve ter conversado com alguém cujo primeiro emprego dela foi em um supermercado. Eu vejo que pela envergadura e força da rede supermercadista que vivemos hoje a posição é de destaque e de crescimento. Como eu já lhe disse, o brasileiro gosta é de calor humano. A empregabilidade tem sido expressiva sim.

JOC: Quais os desafios para o setor?

CB: Primeiro eu diria que se refere a gestão de pessoas, pois estamos com uma geração de pessoas muito imediatistas, diferentemente do que víamos no passado. Também, almejamos uma carga tributária mais justa; aprimoramento na gestão de estoque e de conhecimento. Um exemplo é o atacarejo que pensávamos que seria passageiro, mas não; ele veio para ficar no Brasil.

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