Por onde anda Edenilson Alves? Lembra dele?

Pode ser que Edenilson Leodonio Alves saiba disso hoje, enquanto lê essa reportagem. Por diversas vezes, antes da abertura dos festivais da canção em União da Vitória e região, a presença de Edenilson acelerou o coração da plateia, mas também amedrontou os candidatos que o teriam como um forte concorrente. Edenilson subia ao palco e já conquistava as maiores notas dos juradores e arrancava inúmeros aplausos da torcida e gritos como “você já ganhou” ou “o prêmio é seu”. Ele solta a voz aguda com uma facilidade, sendo esta a sua marca registrada. O regente de bandas e de corais já acumula mais de 600 troféus de destaque em festivais da canção.

Por onde anda Edenilson Alves Lembra dele

Foto: arquivo pessoal

Edenilson é filho de Pedro Leodonio Alves e Olga Alves. Nascido em 10 de maio de 1970, na cidade de Caçador (SC), o menino cresceu com a música sempre ao seu lado. “Os meus pais em 1971 mudaram para União da Vitória para melhores oportunidades. Fui criado em um ambiente musical onde meu pai estava sempre com o seu violão e quando podia cantava em dueto com a minha mãe. Gostavam mesmo das músicas de sua época. O meu irmão mais velho Ilson L. Alves já se destacava cantando em eventos da escola, festivais na região, apresentações na rádio local, entre outros. Nós éramos em seis irmãos, sendo eu o mais novo, porém sempre interessado em ouvir os meus pais e o meu irmão tocar e cantar. Cada um em seu estilo, sendo que os meus pais cantavam músicas de Tonico e Tinoco, Teixeirinha; o irmão era mais do repertório de cantores da jovem guarda como Roberto Carlos, Erasmo Carlos entre outros.  Essa influência foi inevitável para eu também trilhar esse caminho. Aos doze anos eu comecei a estudar violão. Foi então que aprendi os meus primeiros acordes e levadas e não parei mais”, conta.

Formado em licenciatura em Música pela Universidade Metropolitana de Santos (SP), pós-graduado em Educação Musical pela Universidade Batista de Minas Gerais (MG) e pós graduado em Regência Coral pela Universidade Adventista de Engenheiro Coelho (UNASP), Edenilson possui um vasto repertório de participações em eventos que tiveram a música como destaque. “No período de 1984 a 1990 participei de quatro corporações musicais da época, sendo a Banda Marcial Túlio de França, na época sobre o comando do excelente professor Valdecir Maia; Banda Municipal Maestro Emílio Tabuada Diez, sob a regência do professor Raulino Bortolini; Corporação Musical Bernardina Schleder, com a regência do professor Sérgio Santana e a Corporação Musical Falcões Dourados do Colégio José de Anchieta também sob a regência do professor Sérgio Santana. As experiências em bandas e fanfarras rendeu minha primeira oportunidade em conduzir uma corporação musical, podendo assim, colocar em prática as minhas ideias e o meu formato de trabalho. Então em 1991, indicado pelo professor Sergio Santana, eu assumi a Banda do Colégio São José de Porto União, com o nome fantasia de Fundação Musical Fascinação”.

Foto: arquivo pessoal

O talento do artista também animou tradicionais bailes nos anos 80 e 90, durante a sua passagem no Grupo Vice Versa, dirigido pelo saudoso Orivaldo Lindzmayer, mais conhecido por Alemão em União da Vitória. Edenilson segue na música e mantém a sua simpatia como cartão de visita. Ele lembra ipsis litteris de todas as suas passagens em eventos, festivais e os músicos que até hoje o inspiram. “Com o apoio do então diretor do Colégio São José, o Frei João, conseguimos feitos inéditos em nossa região para a época, como tri campeã catarinense na categoria fanfarra com um pisto, bi campeã sul brasileira categoria fanfarra com pisto, campeã paranaense representando a cidade de Cruz Machado, vice-campeã nacional de fanfarras e banda categoria fanfarra com um pisto. Também participamos do desfile e de apresentações dentro das programações da conceituada festa do shop em Blumenau, a Oktoberfest em 1993, entre outros vários eventos e concursos que conquistamos os primeiros lugares”, recorda.

Além dos palcos, Edenilson também trabalhou por 15 anos como regente da Banda Municipal de Paula Freitas e por 19 anos na Banda Municipal de Cruz Machado, tendo participação em eventos culturais e concursos de bandas; todos com bons resultados. “Sempre gostei de tocar violão e também um pouco de teclado, além dos instrumentos específicos usados em bandas e fanfarras como os de percussão e instrumentos de sopro para poder assim iniciar novos alunos em aulas teóricas e práticas”. 

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Além de regente de bandas, Edenilson também trabalha desde 1997 como regente de corais. “Meu primeiro coral infanto juvenil foi na cidade de Paula Freitas com as crianças do Colégio Marina Marés de Souza, com o apoio da então diretora Marcia Fernandes Tomacheski e da minha auxiliar, o meu braço direito Helena Golenia; dirigi por dois anos o coro de jovens cantores do colégio Barão do Cerro Azul de Cruz Machado, regente do Coral da Terceira idade de General Carneiro nos anos de 2000 a 2019”.

Atualmente, Edenilson transfere toda a sua expertise na área musical atuando como regente do Coral Municipal de Putinga (RS). “No período de recesso devido a pandemia foram produzidos vários vídeos em formato mosaico com boa repercussão nas redes sociais”.


Unidos pela música

Além do vozeirão, Edenilson possui muitos amigos e admiradores, sendo os seus principais fãs, a sua família. Em 1993, ele se casou com Maria Terezinha Lopes Alves onde tiveram três filhos, a Renata de Kássia Alves, Guilherme Alexandre Alves e André Edenilson Alves. “A Renata, minha filha mais velha, apesar de sua formação em Biomedicina, gosta muito de cantar, tocar violão e trompete; o meu filho do meio, o Guilherme, também formado em Direito, porém nas horas vagas gosta de praticar e estudar violão; quando mais jovem tocava trombone e bombardino (Euphonium) na banda municipal na época em que eu estava na regência. O meu filho mais novo, o André, tem síndrome de Down e o seu hobby é escutar música e cantar alguns trechos também”.


Festivais

Em mais de duas décadas, Edenilson também é cantor solo em festivais de interpretação de música nas suas várias modalidades, como MPB, Gospel, Italiana, Nativista e Sertaneja. “Esses festivais de interpretação acontecem com frequência em quatro estados da federação: Paraná, Santa Cataria, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Cada evento cultural desses em que participo tem a sua relevância, mas um dos que mais marcou a minha carreira foi o CRICAP Festival que aconteceu apenas três edições até hoje, onde eu ganhei o primeiro lugar em duas delas, 2002 e 2004. O formato do CRICAP era em ser realizado o festival com várias eliminatórias em diversas cidades dentro do estado do Rio Grande do Sul e a grande final na cidade de Santo Cristo (RS) cujo prêmio máximo foi um bônus de R$ 30 mil para fazer um dos cursos disponíveis na faculdade da UNIJUI (RS)”.

Por onde anda Edenilson Alves Lembra dele

Foto: arquivo pessoal

Com um repertório variado devido ao estilo específico para cada evento, o artista já passou pelo canto erudito, MPB, sertanejo, nativista e gospel. “Sempre tem aquelas canções especiais que marcaram mais e que levantaram o público, como “Granada” Versão Agnaldo Rayol, Gaivota Dourada gravada pelo saudoso Jessé, Não Chores por mim Argentina, versão Claudia. Claro que essa última canção fiz adaptação na tonalidade para a minha tessitura vocal”.

Como cantor lírico, ele participou de festivais de interpretação da música italiana com resultados importantes, como vice-campeão nacional da música italiana o FEST’ITÁLIA onde o formato do festival, no período de pandemia da Covid-19, foi por envio de vídeo caseiro. Os jurados eram diretamente da Itália o que tornou o resultado ainda mais relevante. “Participei como integrante dos Três Tenores Para Elas nos anos de 2017 e 2018, evento realizado no Teatro Alfredo Sigwalt da cidade de Joaçaba (SC) para homenagear o dia internacional da mulher no mês de março. Com a casa sempre lotada, o formato do show era com o repertório voltado a música erudita italiana”.


Um pouco mais sobre Edenilson

Quem é Edenilson?

De família humilde aprendi valores importantes para enfrentar os obstáculos inevitáveis que a vida nos impõe em toda nossa trajetória. Sou acima de tudo uma pessoa muito persistente.

Ser maestro é…

Conduzir, dirigir e coordenar a função do músico em sua individualidade e coletiva diante de um grupo musical, seja ele uma banda, coral ou orquestra. Nome de origem italiana, MESTRE, é um cargo de alta responsabilidade.

Como avalia a história musical…

Teve um período importante com início nos anos 40 e que permaneceu por algumas décadas a chamada Era de Ouro do rádio no Brasil, onde foi criada a “Orquestra Brasileira” dirigida pelo arranjador e compositor Radamés Gnattali destinada a tocar repertório da música brasileira e sua repercussão foi imediata a nível nacional com seus arranjos e composições genuinamente brasileira. Tivemos grandes nomes em nosso cenário musical como Heitor Villa Lobos, Carlos, Gomes, Tom Jobim, Francisco Buarque de Hollanda. Temos hoje ótimas obras de compositores brasileiros que poderiam e devem ser incluídos nos repertórios de nossas orquestras, estimulando e alimentando nossa cultura que é muito rica e precisa ser mostrada e conhecida, não só pela classe erudita, mas sim popularizar entre as demais classes sociais.

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O que União da Vitória e região significa para você?

Significa muito para minha vida e trajetória, pois foi em União da Vitória e Porto União e nas cidades vizinhas como Paula Freitas, General Carneiro, Cruz Machado que eu tive a oportunidade de trabalho, desenvolvendo novas experiências, conhecendo pessoas importantes que vieram somar e alcançar o sucesso de cada lugar que passei.

Inspiração musical…

Foram os meus pais e meu irmão, depois é natural seguirmos em outras direções nos espelhando e admirando as tantas possibilidades de se fazer música e absorvendo a cada estilo, cada modalidade como a música clássica europeia, gospel, folclórica, sertaneja raiz, MPB, indígena e tantas outras culturas e, assim, você poder imprimir essas influências do seu jeito misturando tudo e criar a sua personalidade e identidade musical.

 

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