FINADOS: “Data que recordarmos com gratidão àqueles a quem devemos a vida”

Religioso de União da Vitória reforçou a importância do Finados para os cristãos

 

Foto: Arquivo

“Há quem morra todos os dias.

Morre no orgulho, na ignorância, na fraqueza.

Morre um dia, mas nasce outro.

Morre a semente, mas nasce a flor.

Morre o homem para o mundo, mas nasce para Deus.

 

Assim, em toda morte, deve haver uma nova vida.

Esta é a esperança do ser humano que crê em Deus.

Triste é ver gente morrendo por antecipação…

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 E a lembrança de nossos mortos, despertando, em nós, o desejo de abraçá-los outra vez.

Essa vontade de rasgar o infinito para descobri-los.

De retroceder no tempo e segurar a vida.

Ausência: – porque não há formas para se tocar.

Presença: – porque se pode sentir.

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Foto: Arquivo

Trechos do poema “O nascer para o além”, do Padre Juca e com adaptação de Sandra Zilio, foi escrito para o Dia dos Finados, celebrado na terça-feira, 02 de novembro.

Assim como autor do poema, o padre Sidnei Reitz, da Catedral Sagrado Coração de Jesus de União da Vitória, acrescenta que a data celebra a memória das pessoas que nos deixaram.

O chamado Dia de Finados é considerado feriado nacional no Brasil. “O que eu tenho percebido é que aqui na Catedral e também nas outras comunidades do Vale do Iguaçu, as pessoas têm colocado o nome de seus entes falecidos em orações. Assim como na nossa vida honramos àqueles que nos antecederam como um sinal de reconhecimento pelo que fizeram; queremos honrá-los expressando que eles estão vivos em nossos corações. É uma data muito importante para que a gente possa recordar com muita gratidão àqueles a quem devemos a vida”, disse.

O religioso lembra que para este ano a Catedral programou três horários para as tradicionais missas, porém, seguindo os protocolos sanitários de combate à Covid-19. As celebrações acontecem nesta terça-feira, 02, às 7h, às 10h e às 19h.

Os primeiros registros de orações pelos cristãos falecidos datam do século 1, quando era costume visitar túmulos de mártires. Já no Brasil, a tradição é visitar os cemitérios e levar flores, acender velas e rezar pelos entes queridos que já morreram.

Para o padre, a pandemia evidenciou a fragilidade da vida. “A pandemia fez com a gente percebesse a nossa vulnerabilidade maior. Somos passageiros, peregrinos nesse mundo. A pandemia fez com que a gente olhasse a morte como algo mais próximo do que se pudesse imaginar. Não estou falando isso para amedrontar, mas sim, para intensificar a nossa vivência aqui na terra. A pandemia evidenciou isso; que dê um momento para o outro possamos não estar mais aqui”.

De acordo com ele, o Dia de Finados vai além de uma questão cultural. A data leva anualmente fiéis a cemitérios e igrejas a fim de rezar e oferecer flores e velas a parentes e pessoas próximas que já faleceram. Segundo o religioso, falar sobre a morte é uma situação difícil que, para muitos, é insuperável. “É complicado falar sobre esse assunto, mas devemos encará-la como uma passagem para a vida ressuscitada. Devemos olhar para o horizonte com esperança e vislumbrar uma vida sem fim; pensar em uma vida ressuscitada conforme a nossa fé cristã. A morte deve ser encarada como uma uma etapa da vida. Deus não é malvado; é aquele que nos ama”.

padre Sidnei Reitz, da Catedral Sagrado Coração de Jesus de União da Vitória | Foto: Gazeta Informativa

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