“Intromissão do Estado na prevenção do crime é essencial”
O delegado da 4ª Subdivisão Policial de União da Vitória (4ª SDP), Douglas Possebon e Freitas, acredita que o Estado unido e integrado com a comunidade promova um decréscimo nos índices de criminalidade. O delegado concedeu entrevista à CBN Vale do Iguaçu e a pauta foi a segurança pública.
A afirmativa de Douglas vem ao encontro da fala do secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogerio Greco. Em setembro de 2021 o secretário conversou com a conselheira Fernanda Marinela, presidente da Unidade Nacional de Capacitação do Ministério Público (UNCMP), vinculada ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
“Embora a violência seja grave e preocupante, ninguém é maior do que o Estado; não há criminalidade que resista”, disse. No entendimento do secretário a criminalidade é cíclica. “Quando surgiu a Lei dos Crimes Hediondos, na década de 90, o crime principal era o de extorsão mediante sequestro. Depois, vieram o crime de roubo a bancos e a carros-fortes e furtos a caixas eletrônicos. E, agora, furto ou roubo com o chamado ‘novo cangaço’, expressão que se refere a ações praticadas por bandidos em cidades do interior do Brasil”.
Periodicamente, segundo Rogério, os secretários de Justiça e Segurança Pública se reúnem para fazer operações integradas. “As organizações deixaram de ser localizadas e passaram a ser transnacionais. Hoje, elas ultrapassam as fronteiras do Brasil. Se as forças nacionais não agirem unidas e integradas, o combate às facções criminosas estará perdido”, pontua.
O delegado de União da Vitória também aposta nas ações integradas entre a polícia civil e a militar no combate à criminalidade. “A intromissão do Estado na prevenção do crime é essencial. Focando na criança e no jovem evitamos os desvios de conduta que geram a criminalidade. Programas sociais junto ao jovem significam muito”, afirma.
Um exemplo no Estado é o Programa Paraná Seguro que tem por objetivo contribuir para a redução dos índices de criminalidade violenta de jovens entre 15 a 24 anos, localizados em 27 municípios do Estado, escolhidos previamente pelo governo estadual e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em virtude da concentração de situações de vulnerabilidade social, exposição à violências, em geral, e à vitimização letal, em particular.
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Além disso, segundo o delegado da 4ª SDP, a segurança pública brasileira também enfrenta desafios estruturais, ou seja, quando há a ampliação de pessoal nas delegacias, mais rápida acontece a resolução dos crimes e a devolutiva do atendimento à comunidade. “Com incremento de pessoal conseguimos desafogar os inquéritos policiais em andamento e dar fôlego no atendimento em conjunto com a Polícia Militar”.
O delegado lembrou que na sexta-feira, 06, foram empossados em União da Vitória novos policiais civis para atender a população do Sul e do Centro-Sul do Paraná. A cerimônia que aconteceu na 4ª SDP contou com a presenta do deputado estadual Hussein Bakri. “Na 4ª SDP serão lotados um investigador e três delegados, enquanto Mallet receberá dois novos investigadores. Para o Instituto de Identificação de União da Vitória já foi designada uma nova papiloscopista. O prédio da delegacia de União da Vitória é de 1996 e, até então, é a primeira vez que teremos quatro delegados trabalhando ali simultaneamente”, conta.
Já no Paraná foram contratados 416 novos policiais civis (141 delegados, 200 investigadores, 50 papiloscopistas e 25 escrivães). “A distribuição dos novos servidores leva em consideração um estudo da Polícia Civil sobre a necessidade de cada região”, disse.
Douglas reassumiu a chefia da 4ª SDP em agosto de 2021. Ele havia exercido a função entre 2015 a 2019; também em 2016 foi nomeado como delegado responsável pela delegacia da mulher em União da Vitória.
Além da chefia em União da Vitória General Carneiro , que atua nas cidades de, Bituruna, Porto Vitória, Cruz Machado e Paula Freitas, Douglas também é o titular na Delegacia da Mulher. “O álcool tem sido um grande problema nas famílias. Ninguém aguenta um companheiro agressivo não é mesmo? Percebo que as forças de segurança hoje estão muito mais preparadas à serviço da comunidade. Um exemplo foi que as mulheres hoje contam com um atendimento humanizado e célere porque contam com uma estrutura própria para atendê-las”.
Douglas conta que em 2022 a região de União da Vitória registrou 19 homicídios. “O número preocupa, no entanto, acreditamos em um decréscimo nesta estatística no futuro. Vale dizer que o número de roubos na região de União da Vitória diminuiu consideravelmente”.
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