Suposto planejamento de atentado em Paula Freitas mobiliza autoridades
Um suposto planejamento de atentado em uma escola de Paula Freitas preocupou os moradores da cidade e da região no início da semana. Em grupos do WhatsApp as mensagens demonstravam o temor dos pais e da comunidade escolar do Colégio Estadual Marina Marés de Souza.
“Alguém tá sabendo de um caso que estavam tramando uma chacina nas escolas de Paula Freitas? Disseram que os piá foram presos”, dizia uma mensagem em um grupo na rede social.
Segundo o delegado da 4ª SDP de União da Vitória, Douglas Possebon, nove adolescentes teriam criado um grupo no WhatsApp e supostamente estariam tramando o atentado. O caso foi denunciado às autoridades pelo diretor do colégio. Os adolescentes envolvidos foram interrogados e, segundo Possebon, considerou-se que “não há risco de possível execução da violência”.
Em nota, o colégio comunicou que “algumas situações com alunos fugiram da normalidade do cotidiano escolar. Diante dos fatos ocorridos, a escola acionou os órgãos de proteção, sobretudo Polícia Civil, Núcleo Regional de Educação e Vara da Infância e Juventude para a verificação devida. Rapidamente a patrulha escolar se mostrou ativa para intervenção e auxílio necessário junto aos envolvidos”.
O chefe do Núcleo Regional de Educação, Carlos Alberto Polsin, destacou a atuação dos órgãos de proteção no caso em questão.
“O núcleo e os demais órgãos de proteção estão tomando as medidas cabíveis para que o ambiente escolar permaneça seguro. Inclusive, ressaltamos a atuação da Patrulha Escolar para a manutenção da segurança e bem-estar nas escolas. Sendo assim, a escola permanece com as aulas normais, com a plena confiança no trabalho desenvolvido”, informou Polsin.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.
Atenção aos sinais
O uso da internet pode ser benéfico para crianças e adolescentes, mas assim como na vida real, requer supervisão de pais e responsáveis. O juiz da Vara da Infância e Juventude, Carlos Eduardo Mattioli Kockanny, indica que a solução não é investigar secretamente os passos dos jovens, mas sim manter conversas francas e sinceras sobre a vida dos mesmos.
“É muito importante que os pais fiquem atentos, que conversem com os filhos, que dialoguem, que procurem conhecer quem são os amigos, amigas dos filhos, das filhas. Não é o caso de puxar o celular, querer ver as mensagens secretamente, não é isso, mas ter diálogo, ter conversa, sentir, deixar um espaço para os filhos falarem, trazerem à tona as situações que eles vivenciam. Isso é de extrema importância na convivência familiar, inclusive para identificar aí que os filhos estejam sendo forçados por alguém a fazer algo errado, incentivados, ou qualquer coisa nesse sentido”, explica.
/O juiz aponta que caso pais ou responsáveis descubram algo que os assustem ou que causem preocupação, podem procurar presencialmente a Vara da Família na rua Professora Amazília, nº 780, das 12h às 18h, ou por meio das redes sociais. A vara de União da Vitória atende o próprio município, além das cidades de Bituruna, Cruz Machado, General Carneiro, Paula Freitas e Porto Vitória.
“Nós vamos averiguar com calma como estamos fazendo agora, mas também com rapidez, com bastante detalhismo o que está acontecendo para que não paire nenhuma dúvida sobre qual real intenção ou se alguém falou sem pensar, falou por bobeira, foi na onda de outra pessoa”.
Kockanny explica que, após a realização da denúncia, o caso é investigado para que se possa averiguar se realmente existe a possibilidade de uma violência ou se se trata apenas de uma ameaça.
“Até que ponto isso [a ameaça] foi levado mais adiante ou não, nós vamos trabalhar nessa elucidação. Também para descobrir porque alguém pensa numa coisa tão pesada. De repente se o aluno ou aluna é vítima de um problema lá do passado vamos ajudá-lo a resolver também, seja da maneira que for. Então nós temos esse aparato de acolhimento também em pódio familiar. Uma situação mais pesada, urgente pode e deve procurar a polícia”, comenta.
Kockanny também indica que, em caso de denúncia de urgência, é possível acionar o 190 ou se dirigir a uma unidade policial.
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