O “nascimento” na política de Alexandre Passos Puzyna e Eliseu Mibach
Ano de 1972, o Brasil era comandado pelo presidente Emílio Garastazu Médici. Os governadores dos estados e os prefeitos das capitais eram eleitos por colégios formados por líderes políticos, delegados estaduais e federais, sem a participação dos eleitores, com exceção de milhares de municípios, como Porto União e União da Vitória.
Apenas dois partidos – Arena e MDB
Os antigos partidos, como PSD, UDN, PTB (não mais que cinco) foram extintos, surgindo a Arena, partido de apoio ao regime dominante. E o MDB, partido de oposição.
E, em 1972, os eleitores de Porto União e de União da Vitória foram às urnas para eleger seus prefeitos, vices e vereadores.
Cada partido – Arena e MDB – podia concorrer com até três candidatos. E a soma geral dos três definia quem seria o eleito. Muitas vezes o mais votado acabava ficando de fora…
Em 1972, em União da Vitória, venceu a chapa do MDB, com Alcides Fernandes Luiz (prefeito) e Domício Scaramella (vice-prefeito, mas que estava na metade de seu mandato como deputado estadual).
Em Porto União, a primeira vitória de Alexandre Passos Puzyna
Em Porto União tudo indicava que o ex-prefeito Victor Buch Filho (o prefeito do Cinquentenário em 1967) seria eleito com tranquilidade. Parecia improvável que alguém que superasse Victor Buch Filho.
O partido era o mesmo (Arena), mas podia concorrer com até três candidatos e na soma o candidato mais votado seria confirmado para o cargo, desde que superasse os candidatos do MDB.
A grande surpresa!
Líderados pelos saudosos Josué de Oliveira (advogado) e João Maria Olinger (vereador), além da vereadora Salime Farah, que no pleito de 1969 obteve votação consagradora, foi escolhido um nome que nunca tinha se envolvido na política: Alexandre Passos Puzyna.
Mas ele foi o que obteve o maior número de votos e, com sua vice, a médica Salime Farah, assumiu em janeiro de 1973, comandando Porto União até dezembro de 1976.
No pleito de 1976, Victor Buch Filho, ainda pelo Arena, voltou ao cargo, ficando até o final de 1982, já que o mandato de todos os prefeitos foram prorrogados por dois anos.
Gilberto Francisco Brittes
Em União da Vitória, em 1976, também com mandato prorrogado até 1982, foi eleito, pela Arena, o jovem vereador Gilberto Francisco Brittes.
Em 1982, Puzyna retoma o comando de Porto União
Em 1982, Alexandre Puzyna, desta vez para um mandato de seis anos (pelo MDB), junto com o vice Ilário Sander, foi eleito pela segunda vez prefeito de Porto União.
Em abril de 1986 ele renunciou ao cargo e concorreu a deputado federal constituinte, conquistando uma vaga com cerca de 60 mil votos. Mas em 1990, na reeleição, teve menos de 22 mil votos, mesmo assim assumindo por longo período o cargo na condição de suplente do MDB.
Terceira eleição para prefeito
Em 1996, pelo PMDB (a letra P foi acrescentada a sigla do partido), Puzyna voltou a concorrer e conquistou com facilidade seu terceiro mandato de prefeito de Porto União, desta vez com um companheiro de chapa a vice que, como ele mesmo em 1972, também estava fora de qualquer circunstância ou contexto político: Eliseu Mibach.
A trágica morte de Puzyna e a ascensão de Mibach
Passados pouco menos de dois anos do terceiro mandato conquistado em 1996, em dezembro de 1988, em grave acidente, a dramática morte do prefeito Puzyna.
Eliseu assume
O vice-prefeito Eliseu Mibach, além das circunstâncias dramáticas com a morte do titular Puzyna, assumiu a Prefeitura em um período difícil, com problemas complicados, notadamente no setor financeiro da municipalidade.
Mas administrou com parcimônia, colocando ‘a casa em ordem’. Aí, sem problemas, tendo como companheiro a vice o contabilista Renato Stasiak (pelo PMDB), foi eleito para um mandato de 4 anos.
Dois reveses
Mas aí vieram dois reveses como candidato. Em 2008 (não mais pelo PMDB, mas pelo PSDB) para aquele que foi seu vice-prefeito Renato Stasiak e em 2012 para o ex-vereador Anízio de Souza.
Vitórias em 2016 e 2020
No pleito de 2016 (PSDB), Eliseu, com o empresário Percy Storck (PSD) como vice, retomou o comando da Prefeitura, vencendo seu vice de 2001/2004, Renato Stasiak.
Já no pleito de 2020, coligado na majoritária com o agora MDB, que ofereceu o empresário Érico Rosenscheg, que já tinha sido vereador e vice de Renato Stasiak, conquistou seu terceiro mandato de prefeito de Porto União, que vai até 31 de dezembro de 2024.
Eliseu Mibach, somando os mais de dois anos após a morte de Alexandre Puzyna, em dezembro de 2024, no término do atual mandato, passa a entrar na história como o prefeito mais longevo de Porto União, com mais de 16 anos no cargo.
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