No primeiro semestre de 2023, o Paraná registrou um impressionante crescimento econômico de 8,6%, mais que o dobro da média nacional (3,7%) e superior à evolução da China no mesmo período (6,3%). Causa de comemoração pelos impactos positivos na vida da população, como a abertura de mais de 66 mil novas empresas e a menor taxa de desemprego dos últimos nove anos, esse fato deve ser celebrado também por outro motivo.
O mais recente relatório da ONG SOS Mata Atlântica revelou redução de 64% no desmatamento da floresta desse bioma no Paraná nos primeiros oito meses do ano, o que demonstra que o vigoroso aumento do PIB estadual foi alcançado de forma sustentável, conciliando prosperidade material com responsabilidade ambiental.
Essa redução significativa na devastação ilegal é resultado de um planejamento eficaz, que envolveu aumento da fiscalização, programas de reflorestamento, ações educativas e o uso de tecnologia, como imagens de satélite. Graças a essas iniciativas o Paraná preserva quase 6 milhões de hectares da mata atlântica, representando o maior remanescente em pé desse ecossistema no Brasil.
Somos um estado em que um terço da economia é proveniente da agricultura. Reconhecemos a importância da terra e trabalhamos em harmonia com o meio ambiente. O Paraná bate recordes anuais na produção de alimentos, é líder no segmento de proteína animal e o segundo maior produtor de grãos do Brasil. Concomitantemente ao aumento da produção, segundo dados do Instituto Água e Terra (IAT), também houve um crescimento na cobertura florestal natural nos últimos anos, com um acréscimo de uma área equivalente 20 mil campos de futebol entre 2017 e 2022.
Reconhecido pela OCDE, que reúne as 36 maiores economias do mundo, como um exemplo global de crescimento com desenvolvimento sustentável, o Paraná ganhou essa distinção graças ao trabalho do poder público com produtores, agricultores e empresários, que acreditam e investem em tecnologia e inovação para proteger os recursos naturais.
Infelizmente, quando falamos do agronegócio, uma grande parcela da população ainda associa essa atividade quase exclusivamente a latifundiários. Nada mais equivocado. No Paraná, 85% das propriedades são de pequenos produtores. Por isso temos um compromisso em promover o desenvolvimento rural sustentável e valorizar a agricultura familiar.
Outra conquista recente do Paraná nesse grande cenário é a inclusão de um modelo de gestão compartilhada de uma Unidade de Conservação com as etnias kaingang, guarani ñandeva, guarani-mbya, avá-guarani e tukano numa publicação da ONU sobre ações de resistência às mudanças climáticas.
Estudos recentes da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) demonstram que a demanda por alimentos deve crescer 13% na próxima década.
É nesse cenário de investimento em ciência e tecnologia, aumento de produção e preservação do ambiente que o Paraná conquista cada vez mais espaço como Supermercado Verde do Mundo.
Carlos Massa Ratinho Junior é governador do Paraná. Este artigo foi publicado originalmente na Folha de S. Paulo