O IBGE divulgou na quarta, 23, uma pesquisa que revela mais sobre o respeito ao isolamento social. O levantamento concentra a análise em agosto e mostra que quatro em cada dez paranaenses não estavam respeitando o isolamento social. Entre os 11,46 milhões de residentes no Estado, 108 mil (0,9% do total) não adotaram nenhuma das medidas de restrição para a pandemia, enquanto outros 4,47 milhões (38,9%) não apenas fizeram quanto até mesmo reduziram o contato com outras pessoas.
Na comparação com o mês de julho, a redução foi importante no número de pessoas que ficaram em casa e só saíram por necessidade básica (de 4,75 milhões para 4,25 milhões) e de pessoas que ficaram rigorosamente isoladas (2,84 milhões para 2,63).
Além disso, também chamam a atenção os resultados por faixa etária, escolaridade e pelo rendimento domiciliar per capita.
Quanto à idade, por exemplo, os jovens com até 13 anos e a população idosa, com 60 anos ou mais, apresentava o maior porcentual de pessoas em isolamento, com 94,9% e 81,8%, respectivamente. Por outro lado, 63,9% das pessoas com idade entre 30 e 49 anos não estavam isoladas, índice que é de 52,7% entre as pessoas com idade entre 50 e 59 anos e de 45,2% entre a população na faixa entre 14 e 29 anos.
Considerando-se a renda, temos os dois grupos com maior rendimento domiciliar per capita (quatro salários mínimos ou mais e entre 2 e 4 salários mínimos) como os grupos que menos aderiram ao isolamento social, com índices de 50% e 46,8%, respectivamente.
Assim, analisando os números quanto à escolaridade, as duas camadas mais escolarizadas, com Ensino Médio completo, Superior incompleto, Superior completo ou com pós, como os menores índices de isolamento social, de 57,4% e 56,5%. Em contraste, 79,8% da população sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto só saiu de casa por necessidade básica, porcentual que é de 56,5% entre a população que tem ensino fundamental completo e ensino médio incompleto.
Cai número de pacientes com síndrome gripal
A PNAD COVID19 Mensal de agosto mostra que, no Paraná, houve queda no número pessoas que apresentaram algum dos sintomas relacionados à síndrome gripal. No mês passado, 632 mil pessoas apresentaram algum sintoma, 148 mil a menos que em julho (780 mil) e cerca de 266 mil a menos do que em maio (898 mil).
Em relação ao número de pessoas que fizeram algum teste para saber se estavam infectadas pelo Coronavírus, houve aumento em relação a julho. Em agosto, 766 mil pessoas fizeram esse teste no Paraná, cerca de 246 mil a mais que em julho (520 mil). Das pessoas que fizeram o teste em agosto, por volta de 123 mil testaram positivo, mais que o dobro do que o verificado em julho (60 mil).
Desocupação cai pela primeira vez
Desde o começo dos levantamentos da PNAD COVID19 Mensal iniciados em maio, pela primeira vez a desocupação deu sinal de queda no Paraná. Em agosto, 645 mil pessoas estavam desocupadas no estado, cerca de 24 mil pessoas a menos que em julho (669 mil). Após duas altas seguidas (junho e julho), a taxa de desocupação caiu para 11,2%, uma queda de 4,3% na comparação com julho (11,7%).
O estudo ainda mostra que no mês passado, o número de pessoas ocupadas aumentou em 42 mil, elevando-se de 5,07 milhões para 5,11 milhões. O número de pessoas não ocupadas que não procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade, mas que gostariam de trabalhar na semana anterior também sofreu queda. Em agosto, esse montante foi de 440 mil pessoas, 19 mil a menos que em julho (459 mil).
O mesmo movimento foi verificado também no total de pessoas ocupadas e afastadas do trabalho devido ao distanciamento social. Em julho eram 286 mil e em agosto diminuiu para 170 mil, o que representou a terceira queda seguida desde maio. Das pessoas ocupadas e afastadas do trabalho, cerca de 73 mil deixaram de receber remuneração em agosto, o que corresponde a um decréscimo de 63 mil em relação a julho (136 mil).