Em pronunciamento na manhã desta sexta-feira, 24, em Brasília, o ex-juiz federal Sérgio Moro comunicou sua DEMISSÃO do Ministério da Justiça. O estopim para a decisão foi a exoneração o então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado por ele ao cargo.
Na quinta-feira, 23, o Presidente da República, Jair Bolsonaro havia comunicado a Moro a intenção de mudança no comando da PF, o que teria desagrado Moro, e intensificado o desgaste entre eles que já vinha acontecendo a alguns meses.
Os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) foram incumbidos por Bolsonaro, para convencer Moro a desistir do pedido.
Durante a madrugada de hoje, foi confirmada a exoneração de Maurício Valeixo do comando da PF, o que impulsionou a convocação de um pronunciamento de Moro para comunicar sua decisão.
Nos bastidores da política, comenta-se que em alguma coisa há consenso entre Bolsonaro e o Congresso. Pois os chefes das duas Casas Legislativas – Rodrigo Maia na Câmara e Davi Alcolumbre no Senado – são a favor da demissão de Valeixo, que simboliza a Operação Lava Jato.
A decisão
No pronunciamento, Moro fez uma cronologia desde o período que atuou coo juiz Federal onde ganhou notoriedade com a Operação Lava-Jato até o aceite do convite de Bolsonaro, para assumir o Ministério da justiça, onde lhe foi prometida “carta branca para nomear” que quisesse.
Segundo ele, desde o segundo semestre do ano passado, Bolsonaro já demostrava o interesse na troca do comando da PF, o que iniciou um desgaste. Moro afirmou que “Valeixo nunca sairia voluntariamente da PF”.
Bolsonaro teria o interesse de nomear para o comando da PF, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. Moro enfatizou a intenção de Bolsonaro em ter o controle nas ações da PF.
Moro agradeceu a indicação de Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça, e que seu substituto possa ser uma pessoa com critérios técnicos e que realize um bom trabalho.
Sobre o futuro, Moro afirmou que irá descansar com a família, após anos de intenso trabalho como juiz Federal, e Ministro da Justiça.