Auditores da Justiça Eleitoral de Santa Catarina conferiram ontem as urnas que já foram lacradas na última sexta-feira, 16. De acordo com o chefe do cartório local, Brainer Kirst, uma audiência pública aferiu o funcionamento das 157 urnas eletrônicas que estarão à disposição dos municípios de Porto União, Irineópolis e Matos Costa, que compõem a 25ª Zona Eleitoral da Comarca de Porto União. “São 127 urnas que serão usadas na eleição e outras 30 que estão de reserva, caso aconteça a falha de uma delas”, disse Kirst.
O histórico das urnas é positivo, ainda segundo o chefe do cartório. “Desde que foi implantada a votação por urna eletrônica, nunca tivemos um só caso em que a votação precisou ser feita com cédulas de papel. Isso demonstra que o material é extremamente confiável”, explicou. Já em União da Vitória a autoridade eleitoral realizou na manhã de ontem o lacre das urnas da 153ª Zona Eleitoral, que compreende os municípios de Bituruna, General Carneiro, Porto Vitória e Cruz Machado. Na próxima semana, acontece o mesmo processo na 33ª Zona Eleitoral, que compreende União da Vitória e Paula Freitas.
Pioneirismo eleitoral
O Brasil foi um dos primeiros países a arriscar uma votação eletrônica. Enquanto países tecnologicamente mais avançados como os EUA e Canadá ainda usavam papel, nós, aqui no chamado terceiro mundo, preferimos apertar botões para escolher presidentes, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores. O responsável pelo processo sempre foi o Tribunal Superior Eleitoral e ele começou a inserir o voto eletrônico nas eleições de 1996. Naquele ano, apenas parte das eleições foi realizada eletronicamente, por falta de tempo em fabricar urnas o suficiente e também por ser uma fase de testes. Foi apenas nas eleições do ano 2000 que o País foi 100% coberto com urnas eletrônicas.
Como funciona uma urna eletrônica
No dia da votação, antes das 8 horas, o mesário responsável imprime a zerésima, que é o boletim da urna totalmente zerado, mostrando que aquela urna não tem nenhum voto. A partir das 8 horas, o sistema da urna está apto para receber os votos. A urna não tem ligação nenhuma com a internet ou qualquer meio de transmissão de dados. O único cabo que ela possui é o de energia. E ainda se for necessário, ela poderá ficar ligada somente na bateria por mais de 10 horas, por exemplo, caso falte luz.
Como é a retirada dos votos da urna
A retirada do resultado de uma urna acontece por meio de uma mídia móvel, chamada de mídia de resultado. Essa mídia contém os dados de toda a votação, que é o boletim de urna. Encerrada a votação, a urna imprime o resultado da votação daquela seção eleitoral. São cinco cópias: uma ficará fixada no próprio local, três vias são encaminhadas ao Cartório Eleitoral e a última é entregue aos representantes dos partidos políticos presentes.
Deste modo, se torna transparente e de conhecimento público o resultado da eleição assim que é encerrada a votação, e esse procedimento ocorre simultaneamente em todas as seções eleitorais. Após a impressão é retirada a mídia de resultado que será enviada a um dos pólos de transmissão. A partir desse momento a transmissão e totalização se tornam auditáveis.