Carlos Moisés da Silva tem 51 anos e nasceu em Florianópolis, em 17 de agosto de 1967. É bacharel e mestre em Direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), onde foi professor de Direito Administrativo e Constitucional.
Concluiu o Curso de Formação de Oficiais da Academia da Polícia Militar de Santa Catarina em 1990. Atuou como coordenador regional de Defesa Civil no Sul do Estado, trabalhou como corregedor-adjunto do Corpo de Bombeiros Militar, junto ao Comando-geral da corporação, e na Secretaria de Justiça e Cidadania. Atualmente é advogado e coronel de reserva do Corpo de Bombeiros. Esta foi a primeira vez em que Moisés concorreu a um cargo eletivo.
ADI/Adjori – No dia seguinte ao da eleição o senhor teve um encontro com o governador Eduardo Moreira. Como foi esse encontro?
Moisés – Foi um primeiro contato para definir a equipe de transição, onde vai ser instalada, como vai funcionar. Estamos construindo isso tudo aos poucos. O local de trabalho será no próprio Centro Administrativo e já estamos com algumas visitas programadas em pastas setoriais para conhecermos todo o conteúdo. Foi delineado, na verdade, o começo desse processo.
ADI/Adjori – O senhor já havia declarado que sua primeira medida depois de empossado seria a extinção das Agências de Desenvolvimento Regional. Isso foi assunto da conversa com Pinho Moreira?
Moisés – Esse assunto, para nós, é compromisso: a extinção das ADRs. Como também de parte dos cargos comissionados. Enxugamento da máquina pública estadual. É o carro-chefe do processo de reforma administrativa que estamos propondo para o atual governador e que ele tem sido extremamente receptivo. É um pleito nosso, enquanto governador eleito, mas ele tem apoiado. Inclusive se propondo a abrir todas as informações do Estado para que possamos elaborar a proposta de reforma.
ADI/Adjori – O PSL é um partido novo no Estado. Dispõe de nomes preparados, ou existe a possibilidade de manter alguém do atual governo para compor a administração?
Moisés – Avalio como pouco provável que isso aconteça. O que entendo é que os secretários atuais têm muitas contribuições a dar. E esse conhecimento é um capital também do servidor público que trabalha em cada secretaria. É natural a troca de pessoas de um governo para outro. Excepcionalmente pode acontecer. Mas a tendência é, primeiro, desenhar esse novo modelo de Estado que virá com a reforma administrativa para depois pensar em cargos. Temos nos pautado pela inversão do processo. É enxugar a máquina, conforme prometemos, redesenhar as pastas e só então elencar as pessoas.
ADI/Adjori – O senhor pretende ir à Assembleia para conversar com os deputados e bancadas em favor dessa reforma administrativa ainda em 2018?
Moisés – Acredito que podemos, sim, conversar com os deputados, com as bancadas. Essas propostas de enxugamento da máquina são, hoje, uma unanimidade entre todos os partidos. Há uma aceitação e um clamor de parte da sociedade. É uma proposta tranquila neste sentido e acredito que não devemos ter maiores dificuldades.
ADI/Adjori – Qual o prazo para apresentar essa proposta de reforma e anunciar nomes de secretários de Estado?
Moisés – Não temos um prazo estipulado. Neste primeiro momento vamos focar de fato na reforma. Mas acredito que isso deva acontecer nos próximos 30 dias. Os nomes só serão definidos a partir daí, de forma técnica e despolitizada.
ADI/Adjori – Já há definição de quais obras serão consideradas mais importantes?
Moisés – Não. Mas viajando pelo Estado ficou claro que o que é mais urgente, e é uma demanda de todas as regiões e do setor produtivo, a recuperação e a manutenção imediata de várias rodovias estaduais. Muitas delas precisam de melhorias em segurança, de sinalização e na própria manutenção. A soma dessas ações é uma obra importantíssima, grande pleito da sociedade catarinense e do empresariado em geral. Existem pontos que colocam em risco a vida das pessoas, além de prejudicar o escoamento dos produtos catarinenses.
ADI/Adjori – Segurança Pública também é apontada como prioridade. Possibiliade de construir novas unidades prisionais?
Moisés – Sim. Temos muito a investir em inteligência. Na verdade, a modernização do Estado, com investimentos em tecnologia e inovação, vai se refletir em todas as áreas: educação, saúde, segurança pública. Haverá uma modernização dos nossos processos, melhorias em equipamentos, mais atenção à área de investigação e perícias. Quanto ao sistema prisional, teremos, sim, que construir novas unidades.
ADI/Adjori – Passadas as eleições, agora governador eleito, que recado gostaria de deixar para os catarinenses?
Moisés – Primeiro preciso agradecer os votos de mais de 2,6 milhões de pessoas, uma marca jamais alcançada antes. Nossa responsabilidade aumenta muito com essa votação tão expressiva. Não vou governar apenas para uma região, mas para todo o Estado de Santa Catarina.