Centenas de urnas eletrônicas estão sendo lacradas pela justiça eleitoral das duas Zonas Eleitorais da região de União da vitória, No Sul do Paraná. O trabalho, complexo e minucioso, está sendo realizado pelos funcionários do Fórum Eleitoral de União da Vitória.
E nesta quinta-feira, 27, aconteceu o lacre das urnas da 153ª Zona Eleitoral. No inicio da semana, o trabalho envolveu as urnas da 33ª Zona Eleitoral.
Conforme a Juíza Eleitoral da 153ª Zona, Jeane Carla Furlan, ao todo são nove lacres dispostos em cada urna eletrônica. O processo é feito sempre a poucos dias de cada turno de uma eleição.
O Comércio acompanhou o serviço de lacração das urnas e conversou com a Dra. Jeane Carla.
JOC – Como é feita a lacração das urnas?
JEANE – Nós começamos hoje cedo, porque é um trabalho demorado e requer muito cuidado e atenção. As urnas são previamente separadas, são limpas resetadas para apagar os dados da eleição anterior, recebem carga e por último são lacradas para o dia da eleição.
JOC – Depois de lacradas, o que acontece?
JEANE – São inseridos os dados de todos os candidatos e dos eleitores daquela urna. Depois fazemos a cerimônia pública, embora nunca venha nenhum fiscal, mas a cerimônia é pública. Depois fazemos auditoria em 3% de cada seção eleitoral.
JOC – A lacração é rigorosa, mesmo assim ainda tem quem desconfie das urnas…
JEANE – Graças a Deus, nosso trabalho é muito fidedigno, nós não temos nada a esconder de ninguém, as pessoas podem vir aqui ver, verificar que as urnas estão todas limpas, não há dado nenhum, são extremamente confiáveis. Existem vários níveis de segurança desde o TSE até a lacração, então a população pode ficar tranquila que seu voto estará depositado lá conforme ela quis.
JOC – E se alguma urna der problema de mau funcionamento?
JEANE – Existem urnas reservas e serão dispostas no momento em que eventualmente uma delas apresentar defeito.
JOC – E depois da lacração, o que acontece?
JEANE – As urnas são depositadas até a véspera da eleição e distribuídas para as sessões eleitorais.
JOC – E em casos de 2º turno?
JEANE – Nós recolhemos todas as urnas, resetamos de novo, depois de limpas inserimos os dados do segundo turno e os dados dos eleitores de cada urna em cada sessão.
JOC – Qualquer um pode acompanhar esse serviço?
JEANE – Quem quiser. Nós convidamos promotores (MP), representantes da OAB, representantes dos candidatos ou partidos políticos. Estamos aqui até esta sexta-feira, 28. Hoje ainda não apareceu ninguém para fiscalizar nosso serviço.
JOC – Nunca houve problemas com urnas nas duas sessões?
JEANE – Em que sentido?
JOC – Que gerasse desconfiança em torno dos resultados dessa urna?
JEANE – Nem aqui, nem em qualquer lugar, que eu tenha conhecimento. Comi disse pode haver eventualmente uma ou outra urna que apresente pane, mau funcionamento, problemas com a bateria, mas relacionado a fraudes ou outros eventos dessa natureza não.
JOC – Mas e se faltar energia elétrica, o que acontece?
JEANE – As urnas são equipadas com baterias que tem autonomia de 8 horas, então elas aguentam mesmo se não tiver energia elétrica na sessão eleitoral.
JOC – E mudando de assunto como está a campanha eleitoral deste ano?
JEANE – Na 153ª Zona em que eu estou Juíza eleitoral houve ação de apreensão de placas fora de medida, em General Carneiro, mas aí conversamos com o pessoal do partido e eles retiraram o material. Esta é minha 12ª eleição, então eu prefiro primeiro conversar para depois tomar medidas. Se ela [a irregularidade] resolve eu faço assim, eu pedi para o Vilmar [Jarentchuck] conversar com as pessoas, elas retiraram o material irregular, e até agora não tive problemas com ninguém.
JOC – O que mudou com a evolução da lei Eleitoral, que existia antes e agora não se vê mais?
JEANE– A sujeira. O que era pior era o derrame de santinhos poucas horas antes da votação. Era ridículo aquilo, porque a população ficava indignada, e o candidato parecia que estava alheio a essa circunstância, além do problema ambiental, tinha que todo mundo ir limpar, recolher o material no dia seguinte. As vezes até as professoras tinham de varrer as calçadas das escolas, por causa do derrame de santinhos.
JOC – Agora o que acontece em caso de derrames de santinhos?
JEANE – Nessa eleição isso foi criminalizado, então o derrame de santinho na boca de urna é crime. Mas essa eleição é atípica no meu ponto de vista, porque está tudo nas mídias digitais, quase nem se vê propaganda impressa.
JOC – Não passa a impressão que nem é ano eleitoral?
JEANE – Quase. Ainda se vê camisetas, adesivos, plaquinhas, bandeiraços, mas santinho mesmo, muito pouco.
JOC – Então se espera uma eleição na mais perfeita ordem, Juíza Jeane Carla?
JEANE – Se Deus quiser, e se não tiver na ordem a gente [Justiça Eleitoral] põe na ordem…