Em menos de um ano, o Programa Mais Médicos já impacta na assistência à população dos municípios do estado do Paraná. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde em cidades paranaenses que participam do programa aponta crescimento de 56,3% no número de atendimento a consultas de pré-natal nas unidades básicas de saúde. Em janeiro de 2014, foram contabilizadas 29.663 consultas no estado contra 18.983 no mesmo período do ano anterior, quando a população ainda não contava com o reforço dos profissionais do Mais Médicos.
Por meio do Programa, o estado do Paraná ampliou em 866 o número de médicos atuando na atenção básica de 308 municípios e 01 distritos indígenas. O Ministério da Saúde atendeu 100% da demanda por médicos apontada pelos municípios e superou a meta inicialmente estabelecida. Atualmente o Mais Médicos garante assistência médica nas unidades básicas de saúde para mais de 2,9 milhões de paranaenses.
Os impactos do Programa no estado foram apresentados pelo diretor do Programa Mais Médicos no Ministério da Saúde, Felipe Proenço, nesta sexta-feira (27), em Foz do Iguaçu, durante o Seminário Mais Médicos para o Brasil, Mais Saúde para os Brasileiros. O evento reúne prefeitos e secretários de saúde dos municípios do Paraná.
Esse é um dos vários seminários que estão sendo realizados pelo governo federal em todo país para debater com gestores públicos os primeiros impactos do Mais Médicos na assistência da população que vive nas cidades beneficiadas pela iniciativa. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde em mais de dois mil municípios que contam com pelo menos um médico do Programa serviram de base para essa discussão. São dados dos sistemas de acompanhamento da atenção básica (Siab e eSUS), alimentados pelas secretarias de saúde de todo o país.
MAIS ASSISTÊNCIA – No estado do Paraná, além do crescimento de 56,3% no número de consultas de pré-natal, observou-se aumento de 44,1%, nos atendimentos a diabéticos (passaram de 33.062 em janeiro de 2013 para 47.650 no mesmo período em 2014) e 42,9% no número de atendimentos a saúde mental (19.108 para 27.304). A quantidade encaminhamentos aos Hospitais reduziu 52,7%, passando de 2.140, em janeiro de 2013 para 1.012 em janeiro de 2014, indicando maior resolutividade na atenção básica. “Aquele cidadão que procurava a unidade de saúde e que como não tinha atendimento acabava precisando o pronto socorro e hospital tem cada vez mais conseguido resolver seu problema na própria unidade de saúde e a prova disso é a redução dos encaminhamentos aos Hospitais”, enfatizou Felipe Proenço.
Em todo o país, o número geral de consultas realizadas na Atenção Básica cresceu quase 35% no mesmo período – foram 5.972.908 em janeiro de 2014 contra 4.428.112 em janeiro de 2013. Entre esses atendimentos, teve destaque o de pessoas com diabetes, que aumentou cerca de 45% – passou de 587.535, em janeiro de 2013, para 849.751 em janeiro de 2014. Os atendimentos de pacientes com hipertensão arterial aumentaram em 5% no mesmo período, e as consultas de pré-natal, em 11%. O encaminhamento a hospitais diminuiu em 20%, passando de 20.170 para 15.969.
O governo federal já superou a meta de levar médicos para os municípios de todo o país que aderiram ao Programa Mais Médicos. Atualmente mais de 14 mil profissionais atuam em cerca de 4 mil cidades. A maioria (75%) dos médicos está em regiões de grande vulnerabilidade social, como o semiárido nordestino, periferia de grandes centros, municípios com IDHM baixo ou muito baixo e regiões com população quilombola, entre outros critérios de vulnerabilidade.
MAIS MÉDICOS – Lançado em julho de 2013 pela presidenta Dilma Rousseff, o Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com o objetivo de aperfeiçoar a formação de médicos na Atenção Básica, ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país e acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde.
Os profissionais do programa cursam especialização em atenção básica, com acompanhamento de tutores e supervisores. Para participar da iniciativa, eles recebem bolsa formação de R$ 10,4 mil por mês e ajuda de custo pagos pelo Ministério da Saúde. Em contrapartida, os municípios ficam responsáveis por garantir alimentação e moradia aos participantes.
Além da ampliação imediata da assistência em atenção básica, o Mais Médicos prevê ações estruturantes voltadas à expansão e descentralização da formação médica no Brasil. Até 2018, serão criadas 11,4 mil novas vagas de graduação em medicina e mais de 12 mil novas vagas de residência médica.