A hepatite C é uma doença infectocontagiosa que acomete o fígado, causada pelo vírus C. A transmissão ocorre por contato direto com sangue ou seus derivados contaminados. Atualmente, o vírus HCV, causador da doença, é a maior causa de hepatite crônica no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 170 milhões de pessoas estão cronicamente infectadas pelo HCV e mais de 350.000 pessoas morrem todos os anos de complicações hepáticas relacionadas à doença. No Brasil, perto de três milhões de pessoas tem sorologia positiva para HCV.
É uma doença silenciosa, raramente causa sintomas, por isso a maioria dos portadores do HCV não sabe que está contaminada, só descobre se fizer um teste específico. Cerca de 90% das pessoas infectadas não eliminam o vírus e se tornam cronicamente infectadas, sendo que aproximadamente 20% delas irão desenvolver cirrose. Destas, 25% podem progredir para câncer de fígado.
A hepatite C é uma das poucas doenças crônicas que pode ser curada por meio de tratamento com medicamentos de uso oral. A FDA (Food and Drugs Administration), agência norte-americana equivalente à Anvisa no Brasil, autorizou a comercialização de dois medicamentos para o tratamento da doença – o Sofosbuvir e do Simeprevir. Com isso, um dos dois poderá ser incorporado ao tratamento já usado atualmente, com interferon peguilado e ribavirina, com maior chance de cura e redução do tempo de tratamento, mas ainda haverá restrição a pacientes intolerantes ou com contraindicação ao interferon ou ribavirina. A má notícia, porém, é o custo desses remédios.