O Paraná ultrapassou recentemente o Espírito Santo e tornou-se o estado brasileiro com a maior taxa de mortes atribuíveis ao consumo de bebidas alcoólicas. A revelação é parte da sexta edição da publicação “Álcool e a Saúde dos Brasileiros”, divulgada pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa).
O estudo também classifica o Paraná como o segundo estado com a maior taxa de internações atribuíveis ao álcool em todo o país.
De acordo com a pesquisa, que analisa dados do Datasus e do IBGE, o Paraná registrou em 2022 uma taxa alarmante de 42 óbitos atribuíveis ao álcool por 100 mil habitantes. O Espírito Santo, que liderava o ranking até 2021, tem uma taxa de 39,4. Em comparação, a média nacional de óbitos relacionados ao álcool é de 32,8 por 100 mil habitantes. O estudo revelou que, no Paraná, foram registradas 4.908 mortes atribuíveis ao álcool em 2022, o que corresponde a um óbito a cada uma hora e 47 minutos.
A maior parte das vítimas era do sexo masculino (71%) e tinha mais de 55 anos (58%). No entanto, o impacto também afeta os mais jovens: 1% das mortes envolveram pessoas entre 0 e 17 anos, 12% eram de indivíduos de 18 a 34 anos, e 29% tinham entre 35 e 54 anos. As principais causas de morte incluem doenças alcoólicas do fígado (19%), transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool (15%), fibrose e cirrose hepáticas (5%), e agressões por armas de fogo (5%).
Embora o Brasil tenha registrado uma tendência de queda nas mortes atribuíveis ao álcool até 2019, a taxa voltou a crescer após o início da pandemia, refletindo uma situação que ainda persiste.
No que diz respeito às internações atribuíveis ao álcool, o Paraná ocupa o segundo lugar no ranking nacional, com uma taxa de 65,3 em 2023, significativamente acima da média nacional de 27,0. O Rio Grande do Sul lidera com uma taxa de 69,9, enquanto Santa Catarina ocupa a terceira posição com 37,1. Entre 2010 e 2023, o Paraná também viu um aumento nas internações na faixa etária de 55 anos ou mais, de 22% para 34%.
As principais causas de internações atribuíveis ao álcool são síndrome de dependência (36%), doença alcoólica do fígado (20%), intoxicação aguda (6%), síndrome de abstinência (6%), e transtorno psicótico atribuível ao álcool (4%).
O estudo também indica que, apesar da queda na taxa geral de internações por álcool no Brasil, a prevalência de óbitos entre os internados aumentou de 3% para 6%, o que pode estar associado ao aumento de internações em estados graves.