Setembro é um mês especial para a conscientização sobre a saúde mental, marcado pelo movimento Setembro Amarelo, que destaca a importância da prevenção ao suicídio. A data é inspirada pelo Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro.
A depressão, uma doença que afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo e 5,8% da população brasileira, ganha atenção especial durante este mês, especialmente após o aumento significativo dos casos de depressão pós-pandemia.
O psicólogo Guilherme Alcântara Ramos, professor do curso de Psicologia do Unicuritiba, ressalta a importância do Setembro Amarelo como um momento para refletir sobre a saúde mental. Segundo ele, “a depressão é um transtorno mental complexo que pode se manifestar de diversas formas em cada indivíduo. Somente um profissional de saúde mental pode diagnosticar a doença, mas reconhecer os sinais é fundamental para buscar ajuda e iniciar o tratamento o mais cedo possível.”
Guilherme aponta os cinco principais sinais de alerta para a depressão:
- Tristeza Profunda e Persistente: Sentimentos prolongados de tristeza, vazio e desânimo que duram semanas ou meses.
- Perda de Interesse em Atividades Prazerosas: A falta de prazer em atividades que antes eram agradáveis, incluindo hobbies e interações sociais.
- Alterações no Apetite e Peso: Mudanças significativas no apetite e no peso, que podem se manifestar como compulsão alimentar ou perda de peso sem razão aparente.
- Distúrbios do Sono: Problemas como insônia, despertares frequentes durante a noite ou sono excessivo (hipersonia).
- Cansaço e Falta de Energia: Sensação constante de fadiga, mesmo após períodos de descanso.
Além desses sinais, o psicólogo destaca que a depressão pode estar associada a dificuldades de concentração, sentimentos de culpa ou inutilidade, irritação, uma visão negativa sobre si mesmo e sobre o futuro, e até pensamentos de autoagressão ou suicídio.
Causas e Fatores de Risco
A depressão pode surgir por uma combinação de fatores genéticos, bioquímicos e ambientais. A genética contribui com cerca de 40% da suscetibilidade ao transtorno. A bioquímica cerebral, incluindo deficiências em neurotransmissores como serotonina e dopamina, também desempenha um papel crucial. Eventos estressantes, como traumas, estresse crônico, conflitos conjugais e outras mudanças significativas, podem desencadear episódios depressivos, especialmente em indivíduos com predisposição genética.
Guilherme Ramos alerta para a crescente incidência de depressão entre adolescentes e jovens, destacando a necessidade de uma vigilância constante sobre os sinais e comportamentos relacionados.
Ação e Prevenção
O psicólogo enfatiza a importância de observar os próprios sentimentos e o comportamento de pessoas próximas. “Sempre que sentimentos negativos persistirem ou você notar que amigos, filhos ou familiares estão isolados, desinteressados, agressivos ou com alterações no apetite, é essencial buscar a orientação de um profissional de saúde mental. Identificar a depressão precocemente e iniciar o tratamento o quanto antes pode fazer toda a diferença na recuperação”, conclui Guilherme.
Neste Setembro Amarelo, dedique um tempo para refletir sobre a saúde mental, tanto a sua quanto a dos outros ao seu redor. A conscientização e a busca por ajuda podem salvar vidas e promover um futuro mais saudável para todos.