Restos mortais foram encontrados as margens da BR-280

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Atualizado há 2 semanas

A polícia encontrou no Paraná, nas margens da rodovia BR 280, próximo às usinas eólicas de Palmas, o que se acredita serem os restos mortais da advogada Karize Fagundes.

A informação foi ventilada na manhã desta sexta-feira, 8, e confirmada durante entrevista coletiva dos delegados Marcelo Colaço, da Delegacia de Polícia Civil de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Caçador, e de Matusalém Machado, da Delegacia de Investigação Criminal (DIC), realizada na DPCAMI nesta tarde.

De acordo com Colaço, foram encontradas ossadas e alguns materiais que dão um forte indicativo de que se trata do corpo da advogada caçadorense.

“A coloração do cabelo condiz com fotos de Karize, assim como também foram encontrados um cobertor e um roupão em que a advogada aparece em fotografias encontradas na investigação. Mas, confirmação oficial, só ocorrerá com o laudo pericial que será feito pela Polícia Técnica do Estado do Paraná, que tem prazo de 30 dias para ser conhecido”, disse o titular da DPCAMI.

As investigações foram divididas pela DPCAMI e pela DIC e quem se deslocou com outros policiais até Palmas, foi o delegado Matusalém Machado.

“A polícia tem técnicas de investigação que não vem ao caso revelar, mas chegaram informações sobre a localização de ossadas, encontradas em uma estrada vicinal de terra há cerca de 1 quilômetro da rodovia BR 280. As investigações continuam até a elucidação do caso”, destacou Matusalém.

Os delegados confirmaram que o suspeito continua em silêncio, com prisão preventiva decretada e sendo transferido para Caçador.

“Ainda não existem fatos que levem a polícia a acreditar na veracidade da informação de que há uma segunda vítima no caso”, disseram os delegados.

O crime

Na madrugada do dia 30 de setembro, o suspeito de um duplo homicídio em Caçador, foi preso na cidade de Guaíra, na fronteira com o Paraguai.

A polícia chegou até ele, após amigos receberem mensagem do mesmo, em um grupo de redes sociais, onde dizia que havia feito uma “besteira”, que teria assassinado a companheira, a advogada Karize Fagundes e um suposto amante dela (que o teria atraído para a residência do casal através de mensagens no aparelho celular), na madrugada de sábado, 28.

Após os supostos crimes, empreendeu fuga.

No carro do suspeito foram encontrados alguns livros de teor macabro e roupas manchadas de sangue e outros objetos, que foram – todos – apreendidos pela polícia.

A residência em Caçador, investigadores encontram sangue em vários locais.

Os corpos

Pelas mensagens postadas no grupo das redes sociais, o suspeito disse que abandonou os corpos nas margens da rodovia, o primeiro a cerca de 200 quilômetros de Caçador e o segundo corpo, à cerca de 100 quilômetros do primeiro.

Mas, pelas informações dos delegados, o corpo de Karize foi encontrado há cerca de 35 quilômetros de Palmas, portanto há aproximadamente 90 quilômetros de Caçador

Prisão temporária

De posse das informações e com a investigação em andamento, a justiça decretou a prisão temporária do suspeito, inicialmente, evoluindo depois para prisão temporária.

Karize Fagundes

A advogada de 33 anos mantinha escritório profissional em sociedade com outra advogada. Ela vivia com o suspeito e não haviam, até então, rumores de que tivessem um relacionamento conturbado.

Manifestações

Após cerca de 15 dias em que não haviam notícias concretas sobre o corpo de Karize, tanto a família como os amigos, relataram angústia devido ao corpo não ser encontrado, ao menos para dar um velório e sepultamento digno.

A subseção da OAB e o Conselho Municipal dos Diretos da Mulher de Caçador (Comdim) se manifestaram pedindo rigor nas investigações e prometendo acompanhar o caso.

Durante as manifestações de familiares e amigos começaram a aparecer boatos de uma convivência difícil entre Karize e o companheiro e suspeito do crime.

A família e advogados acompanham as investigações.

Investigações

O delegado de polícia, Marcelo Colaço, responsável pelas investigações, nunca confirmou a morte de uma segunda pessoa, o suposto amante de Karize. Com as investigações em andamento, o delegado praticamente descartou que o suposto amante existisse e que estivesse morto.

Velório e sepultamento

O delegado da DIC disse que a família não teve contato com as ossadas e materiais encontrados, que foram recolhidos para a perícia.

Quanto à realização de velório e sepultamento, os restos mortais somente serão entregues à família depois da perícia e divulgação do laudo, quando não houve mais nada a investigar sobre o corpo especificamente.

Após isto é que a família deve se manifestar, inclusive a família não é oriunda de Caçador.