Brasil é o quarto país com mais vazamentos online do mundo

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Atualizado há 2 anos

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Um estudo pela companhia de segurança cibernética Surfshark trouxe o Brasil como quarto lugar no mundo em números de vítimas de vazamentos e violações na internet no segundo trimestre de 2022.
De acordo com o relatório, 3,2 milhões de brasileiros tiveram sua privacidade invadida no período, com sete vezes mais contas sendo hackeadas e um aumento de 771% no comprometimento de dados, em relação ao trimestre anterior.
À frente do Brasil, estão apenas a Rússia (com 28,8 milhões de vítimas), a Índia (com 4,4 milhões) e a China (com 3,4 milhões). Os EUA, que antes apareciam na quarta posição, deram lugar ao Brasil e agora figuram em quinto, com 2,3 milhões de usuários vitimizados.
A pesquisa aponta ainda que, na América do Sul, em média, todas as pessoas foram afetadas por um vazamento de dados pelo menos uma vez em sua vida. E se essa pessoa for brasileira, as chances de que isso tenha ocorrido múltiplas vezes é ainda maior.
“A diferença pode ser devida aos hábitos online dos usuários ou às práticas de coleta de dados dos vários serviços e aplicativos. Um número elevado de contas afetadas mostra que há mais a ser feito para a proteção dos dados online”, explicou Agneska Sablovskaja, pesquisadora da Surfshark.

O que fazer para melhorar a segurança online?

Quando perguntados sobre o que fazer para se proteger nesse contexto, os especialistas são categóricos ao afirmar que os usuários precisam ser proativos com sua cibersegurança.
Uma das maneiras de se fazer isso é ter em mãos boas ferramentas de privacidade e defesa, como as redes virtuais privadas (VPN) e os programas de proteção antimalware.
As VPNs funcionam como um manto protetor que recobre a rede do usuário criptografando todos os dados que por ela passam. Assim, ao usar uma VPN grátis para PC, por exemplo, o usuário garante que nenhum terceiro tenha acesso às suas informações de tráfego, não importando se sua conexão vem de um Wi-Fi público ou da sua rede doméstica.
Já os antimalware são aplicativos que fornecem um sistema de proteção contra várias ameaças da internet, como downloads, páginas e arquivos maliciosos. São especialmente importantes para evitar a infecção dos dispositivos por códigos perniciosos que podem desde corromper o aparelho até roubar dados confidenciais, como senhas.
Por falar em senhas, essas são um dos alvos principais dos criminosos virtuais e evidenciam que, mesmo com as melhores ferramentas de segurança, os usuários ainda podem estar em risco se não adotarem estratégias comportamentais também seguras.
Segundo o estudo da Surfshark, 50% dos vazamentos com brasileiros ocorreram junto com o comprometimento de uma senha. Isso demonstra como é fundamental ter um bom manejo dos códigos de acesso. Combinações curtas, com sequências lógicas ou datas comemorativas devem ser descartadas e substituídas por versões mais complexas e difíceis de adivinhar.
Para melhor controle desses códigos, os especialistas recomendam o uso de gerenciadores de senha, que, além de armazenarem as credenciais, ainda disponibilizam a funcionalidade de gerar senhas mais fortes.
Outra fonte comum de problemas são os e-mails e mensagens falsos, os quais trazem em geral alguma forma de manipulação psicológica para induzir os usuários a baixarem arquivos prejudiciais ou fornecerem dados pessoais aos criminosos.
Sob o nome de phishing, essa estratégia de fraude pode ser perpetrada na forma de e-mails que se assemelham a instituições conhecidas, como bancos e provedores de serviço, ou na forma de ameaças ou promessas vazias, como recompensas e heranças milionárias ou supostos vídeos íntimos roubados.
O recomendável é sempre desconfiar de qualquer mensagem do tipo que não venha de um endereço conhecido e nunca abrir nenhum anexo até ter certeza da procedência do mesmo.
Ao empregar essas medidas básicas, os usuários podem garantir um melhor nível de segurança e privacidade na internet – e, com sorte, ajudar a diminuir os números de casos de violação no país.