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Considerado o maior fracasso da história dos jogos eletrônicos, o título “E.T.”, lançado para o Atari 2600, poderia ter sido o fim da indústria. Na verdade, esse foi apenas um momento de reconstrução.
Quando olhamos para trás e comparamos o nascimento dos jogos eletrônicos com a fase da vida em que se encontra hoje, a diferença é avassaladora. O que começou como um hobby de nicho, mais associado a uma brincadeira de crianças, se tornou uma das maiores indústrias do entretenimento.
E a jornada até aqui foi uma montanha-russa: da crise dos videogames nos anos 80 até as polêmicas envolvendo NFTs e IA em tempos atuais, o mercado dos jogos viveu incontáveis altos e baixos. O mais recente ocorreu durante a pandemia de Covid-19, onde a indústria viveu um “boom” inesperado.
Diante de tudo isso, vale observar mais analiticamente o que nos trouxe até aqui e o que podemos esperar do futuro dos jogos eletrônicos. Dito isso, uma afirmação é certa desde o princípio: foram as inovações tecnológicas e de ideias que mantiveram a indústria respirando em seu mais de meio século.
A prevalência dos jogos online
São cada vez mais raros os jogos de grandes produtoras sem qualquer tipo de funcionalidade online, mesmo aqueles cujo gameplay não é voltado ao coletivo. Experiências devem ser compartilhadas, seja na forma de transmissões de partidas, gravações de vídeos e imagens ou em comunidades de gamers.
Isso se deve, em partes, à universalidade da internet no cotidiano das pessoas. Se antes ter acesso à rede pedia um computador, atualmente qualquer dispositivo móvel (e quase qualquer dispositivo eletrônico!) é capaz de nos conectar com o mundo. Naturalmente, os videogames devem se adequar.
Há também aqueles gêneros especialmente voltados ao online, como as apostas esportivas e jogos similares, impulsionadas por software igaming e outros recursos. Jogos de tiro em primeira pessoa, MMORPG, Battle Royales e muitos outros inovam utilizando a internet como o seu recurso principal.
A questão das inteligências artificiais
A inovação nos jogos eletrônicos não vem sem suas dores. Um exemplo são as inteligências artificiais, as quais existem praticamente desde o nascimento da indústria, mas que estão cada vez mais invadindo espaços criativos que causam desconfortos e pedem uma discussão mais ampla e honesta.
É inegável que sem o auxílio das IA a indústria de games seria completamente diferente e, muito provavelmente, menos avançada. Apesar disso, é interessante que grandes companhias considerem o quanto o avanço deve permear o campo das artes, entre roteiros e design de cenários e personagens.
E essa não é a conclusão de que “toda tecnologia tem potencial negativo”, pelo contrário! Alguns recursos como online sportsbook software, que auxilia jogadores de apostas esportivas, cabem aos seus propósitos, por exemplo. O importante é que exista reflexão e preocupação com cada espaço.
A produção independente de videogames
Até aqui nós falamos bastante sobre as grandes produtoras e os jogos da categoria “AAA” (também chamados de “triple A”), mas e quanto às produções independentes? Qualquer tipo de mídia e arte possui espaços alternativos, onde apaixonados desenvolvem trabalhos fora do que é o “mainstream”.
Novas tecnologias permitiriam que desenvolvedores fizessem trabalhos independentes de qualidade igualáveis ao de grandes estúdios, como é o caso de “Stardew Valley”, jogo indie que ganhou status equiparável ao de franquias tradicionais puramente pelo talento de seu criador, o “dev” Eric Barone.
O cenário brasileiro também tem importância notável aqui, com títulos como “Dandara: Trials of Fear” e “Irmão Grande & Brasileiro 2”. O que antes estava acessível somente a quem detinha os meios de produção, agora pode ser desenvolvido e ser bem-sucedido por profissionais talentosos e dedicados.
Nós podemos tentar prever o que o mercado de games tem reservado para o futuro, mas se a história nos ensinou algo, foi que esse exercício poucas vezes deu certo. Se existe uma indústria capaz de nos surpreender mesmo em momentos de crise extrema, essa com certeza é a indústria dos videogames.