Depois de semanas considerando a possibilidade de retomar o horário de verão, o governo decidiu não adotar a medida em 2024. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o ajuste de uma hora nos relógios não será “imprescindível” para garantir o abastecimento de energia durante um dos períodos mais secos do país. Ele mencionou que a reintrodução da medida será reavaliada para 2025.
“Concluímos hoje que não é necessário implementar o horário de verão neste período. Temos a segurança energética garantida, ainda que modesta, com a recuperação das condições hídricas. Depois do verão, poderemos reavaliar essa política para o ano de 2025”, declarou o ministro nesta terça-feira.
Silveira enfatizou que a decisão foi baseada em critérios técnicos, não políticos, e que não haverá problemas na geração e no fornecimento de energia.
O horário de verão está suspenso desde 2019, após estudos do Ministério de Minas e Energia apontarem que a medida não resultava em economia significativa de energia. A análise indicou que os consumidores passaram a utilizar mais ar-condicionado, ventiladores e iluminação devido ao prolongamento do período de luz natural, o que, em alguns casos, até aumentou o consumo de energia.
No entanto, em setembro deste ano, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou um estudo mostrando que, em cenários de afluências críticas, como o atual, o horário de verão poderia reduzir a demanda máxima em até 2,9%. Segundo a pesquisa, essa redução poderia gerar uma economia operacional de aproximadamente R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro.
Antes da divulgação do estudo do ONS, o ministro Silveira já havia sinalizado a possibilidade de retomar o horário de verão. Contudo, após analisar os dados apresentados, afirmou que não estava “convencido” de que a medida seria essencial.
Além da discussão sobre o horário de verão, Silveira destacou que o governo está avaliando outras alternativas para melhorar a geração de energia durante o verão, como aumentar a capacidade de linhas de transmissão, adaptar a linha de Itaipu e utilizar mais água em horários específicos da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.