O inverno, que começa na próxima sexta-feira, 21, deve trazer um alívio esperado para as temperaturas elevadas que têm predominado. Segundo a Climatempo, a massa de ar seco instalada sobre o Brasil se estenderá até os últimos dias do outono.
Fenômeno de Veranico
O Brasil enfrenta atualmente um fenômeno conhecido como veranico, caracterizado por períodos de mais de quatro dias quentes no inverno ou no outono, com temperaturas acima da média e tempo seco, com poucos registros de chuva. Apesar da expectativa de frio nos primeiros dias de inverno, dias muito frios não serão a norma para a estação.
Previsão de Temperaturas
Meteorologistas preveem um equilíbrio entre frio e calor, sem extremos esperados. A tendência é para mais dias com temperaturas elevadas, embora ainda haja períodos de frio ao longo do inverno. De acordo com o Climatempo, o inverno de 2024 terá temperaturas acima da média, com destaque para o final da estação, entre agosto e a primeira quinzena de setembro, quando novas ondas de calor podem ocorrer.
Embora sejam esperados dias frios, até mais gelados que no ano passado, os períodos com temperaturas mais altas do que o normal vão predominar e serão mais longos. Andrea Ramos, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), comenta que o mês de junho deve ser quente devido à influência da massa de ar seco e quente instalada no país. “Isso deve manter as temperaturas elevadas e a umidade baixa, em torno de 25% em alguns pontos”, explica.
Influência do La Niña
Com o fim do El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico Equatorial, e a passagem para uma fase neutra, espera-se a instalação do La Niña no segundo semestre deste ano. O La Niña ocorre quando há o resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico, estabelecido quando a temperatura das águas diminui em 0,5°C ou mais. Esse fenômeno, que ocorre a cada 3 a 5 anos, traz efeitos clássicos para o Brasil:
- Aumento de chuvas no Norte e Nordeste
- Tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares
- Tendência de tempo mais seco no Sul
Além disso, o La Niña propicia a chegada de mais massas de ar frio ao centro-sul do continente americano, afetando países como Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e áreas do centro-sul do Brasil. Segundo Lucyrio, o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná devem receber uma maior quantidade de massas de ar frio no início do inverno. No entanto, poucas dessas massas conseguirão avançar para o interior do Brasil, incluindo as regiões Sudeste, Centro-Oeste e partes do Norte.
“A partir de julho e agosto, a quantidade de massas de ar frio começará a aumentar gradualmente e se tornará mais perceptível”, analisa o meteorologista. A mudança deve ser mais evidente nesses meses, com mais dias registrando temperaturas mais baixas.