Após mais uma reunião realizada em Curitiba, na segunda-feira, 23, as negociações sobre a implantação do turismo ferroviário no vale do Iguaçu, a Secretaria de Turismo enxergou uma luz no fim do túnel. Literalmente. A reunião na sede da empresa Rumo, contou com a presença do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Urbanismo de União da Vitória, Valter Cano, do vice-prefeito de porto União, Percy Storck e do vereador Élio Weber, também de Porto União.
De acordo com o Secretário Valter Cano, objetivos parciais foram compridos e as conversações avançaram. “A advogada da Rumo, Andrea Mercaldo, que cuida da parte de concessões de trechos ferroviários, está ciente de que o trecho que nós queremos está abandonado e a ferrovia não pode ficar do jeito que está”. O secretário afirmou que apesar do abandono pela empresa, a prefeitura de Porto União está fazendo a manutenção, que seria obrigação da Rumo.
Como a empresa pediu um estudo de viabilidade, que custaria, R$ 16 mil aos cofres públicos, os prefeitos Eliseu Mibach e Santin Roveda, afirmaram a inviabilidade financeira para a demanda da empresa. “Nós lembramos a empresa que o custo da manutenção de limpeza, roçada, passagem de nível e outros, está sendo absorvido pela prefeitura de Porto União. É muito ruim arcar com o custo do estudo, sendo que o município arca com despesas que não são da sua competência.
O recomeço
Na reunião de segunda, foram apresentadas algumas soluções para a municipalização do trecho. Segundo Cano, a Agência nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pode pedir de forma unilateral a devolução do trecho para a União, o que não gera prejuízo para a Rumo. “Se a empresa quiser devolver o trecho, há questão de quebra de contrato, e isso a Rumo não aceita, ou seja, ter prejuízo financeiro”, explicou.
A aposentadoria da 310
Outra questão que foi esclarecida é a aposentadoria da Locomotiva 310. A máquina que foi ressuscitada da praça Visconde de Nácar e chegou a andar pelos trilhos do Vale do Iguaçu, vai voltar a ser objeto de exposição. Segundo Valter Cano, a velha paulistinha não oferece nenhuma segurança e sua reforma custaria muito para os cofres públicos, que já não andam muito bem de saúde. “Não existe dinheiro para reformar para andar nos trilhos, o que existe é uma empresa que quer reformar a máquina por fora para recoloca-la em exposição em algum lugar, isso também existe uma empresa que vai executar a custo zero”, explicou.
No entanto o secretário destacou que a própria Rumo ofereceu em comodato, uma máquina a diesel com vagões e tudo para o programa de truísmo ferroviário. “Eles têm dezenas de máquinas guardadas e nos ofereceram uma. Naturalmente que vai precisar de uma reforma, mas nada como o custo de reformar a 310”. Com isso, o sonho de reviver os áureos tempos da locomotiva a vapor, foram sepultadas definitivamente.
A malha ferroviária
De acordo com levantamento da prefeitura de Porto União, dois trechos sofreram com as chuvas, justamente os dois túneis até o KM 13. Segundo Cano, houve quedas de barreiras e é preciso reavaliar as condições do trecho antes de qualquer iniciativa. A empresa Rumo vai enviar técnicos para uma avaliação da malha ferroviária e para avançar nas negociações da cessão do trecho, que pode ser feito por iniciativa da própria Rumo, evitando inclusive a burocracia junto a ANTT. Os funcionários estarão no Vale do Iguaçu até o final deste mês.