Longe de ter um final, a novela do presídio de União da Vitória ganhou mais um capítulo. O prefeito de União da Vitória quer que o povo decida se quer ou não o presídio semiaberto em União da Vitória. Ou, pelo menos, que os representantes das associações de classes decidam algo. O assunto ganhou corpo depois que todos os treze vereadores de União da Vitória solicitaram ao prefeito Pedro Ivo Ilkiv que antes de doar o terreno ao Governo do Estado do Paraná, objetivando a construção de um presídio em União da Vitória, se certifique com a Secretaria de Justiça (Seju-PR) qual seria a unidade prisional planejada para o local. Os vereadores querem que a doação aconteça somente após o comprometimento de construção de um presídio fechado, e não o Centro de Integração Social para Presidiários, em regime semiaberto.
Alguns dias antes, moradores do Rio Vermelho manifestaram posição contrária à destinação do terreno na Invernadinha para a construção do presídio em regime semiaberto. O prefeito não quer o ônus político pela doação do terreno ao Estado para a construção do presídio. O vereador Ziliotto Daldin, vice-presidente da Câmara Municipal e líder de fato do prefeito, disse que o chefe do Executivo, em reunião com um promotor de justiça da comarca local, ajustou a realização de uma Audiência Pública para consultar a sociedade sobre aceitar ou não o presídio semiaberto.
O prefeito disse que está recebendo críticas por causa do presídio, mas que o prédio tem de ser colocado em algum lugar. “É o preço que se paga por ser uma cidade deste tamanho e cidade polo da região”, justificou. Ilkiv reclamou da falta de informação sobre o regime semiaberto. Mas, pelas reações adversas, o prefeito quer discutir a questão com a comunidade. A Audiência não tem data e local para acontecer, mas se mostrou uma saída política eficiente.
Presídio é necessário
Os vereadores disseram que ouviram o povo e vão defender a implantação de um presídio em regime fechado para que a cadeia da 4ª SDP, que está no centro de União da Vitória, seja desativada de uma vez por todas. A Secretária da Justiça (Seju), Maria Tereza Uille Gomes, anunciou no final de outubro uma unidade de presídio de regime semiaberto para União da Vitória. O anúncio foi feito depois que União da Vitória não apareceu na lista dos 12 presídios que serão construídos com verba federal e contrapartida do Paraná. O presídio, chamado de Centro de Integração Social, na verdade é uma penitenciária para detentos que cumprem pena em regime semiaberto.
Segundo a Seju, os Centros de Integração Social serão construídos nos moldes de casas populares e terão capacidade para 216 detentos do regime semiaberto. Terão salas de aula, assistência social, canteiros de trabalho, setor de apoio ao preso, com lavanderia, ambulatório, refeitório, salas para visita íntima e alojamentos. A construção é uma parceria entre a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) e Secretaria Estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e terá financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF).
A cadeia da Delegacia de União da Vitória tem 55 presos. Destes, quatro estão no regime semiaberto. O Centro de Integração Social disponibilizado para União da Vitória terá capacidade de 216 detentos. Se somar todos os presos em regime semiaberto em União da Vitória, o número não chega a 20. Logo, as 196 vagas (aproximadamente) serão preenchidas com presos de várias regiões do Estado. Nos argumentos contra o presídio em regime semiaberto estão informações de que os presos em regime fechado continuarão entulhados nas delegacias da região, pesando na visa da Polícia Civil.
Enquanto a audiência pública não é definida, muita gente continua criticando a decisão do governo de trocar o presídio em regime fechado pelo Centro de Integração Social.