Por Mariana Honesko
O anúncio feito oficialmente no final de setembro, ganha novos contornos já neste mês. O projeto desenvolvido há sete anos pela Vara da Infância e Juventude de União da Vitória tem agora, na parceria do curso de Psicologia da Universidade do Contestado (UnC), a possibilidade de ampliar seus resultados. Acadêmicos das disciplinas de Orientação Profissional e Psicologia Social e Comunitária, já desenham um programa para ajudar no planejamento da carreira dos jovens assistidos pelo projeto de combate à evasão. “Sair dos limites da sala de aula, além de tornar o aprendizado mais efetivo, oportuniza aos acadêmicos conhecer a realidade das demandas sociais. Dessa forma, eles podem planejar, executar e manter práticas de intervenções preventivas”, avalia a professora das disciplinas que integram o projeto, Daniele Jasniewski.
O trabalho não será fácil. Na verdade, de acordo com o juiz Carlos Eduardo Mattioli Kockanny, que coordena o projeto, os estudantes vão atender especialmente os casos mais difíceis. “A professora aceitou o desafio e tenho certeza que vai trazer frutos já à curto prazo”, elogia o magistrado. Adolescentes que se tornaram mães e jovens envolvidos com drogas, por exemplo, estão na lista do público que vai ganhar ainda mais atenção. A meta, segundo a professora Daniele, é fazer com que os jovens consigam manter a rotina de estudos e trabalho, sem que um interfira no outro.
O programa de capacitação profissional começa no dia 9, no auditório do Núcleo Regional da Educação (NRE), também parceiro da proposta. Os encontros acontecem até o dia 4 de dezembro, gratuitos aos jovens assistidos pelo programa. O Grupo Verde Vale de Comunicação também apoia o projeto.
Rede de proteção fortalece laços
Também promovido pela Vara da Infância, a primeira edição do Encontro da Rede de Integração das Redes de Proteção à Infância e à Juventude, promovido na tarde de ontem, no Cine Luz, levantou como bandeira a união de grupos e instituições em prol do fortalecimento de quem ainda merece assistência. Além disso, o evento permitiu a troca de experiências entre quem já desenvolve os projetos de acolhimento. “Isso é para mostrar que as nossas redes já estão funcionando e vamos incrementá-las ainda mais, para que elas não parem”, observa Mattioli. Ainda que inicial, a proposta foi bem aceita e garantiu bom público no anfiteatro. “Mesmo num dia útil, tivemos a chefia dos municípios, com secretários municipais, conselhos tutelares. Temos aqui um público qualificado para discutir o assunto”, elogia o juiz. Para o magistrado, o projeto supre as necessidades dos menores. “Porque as crianças e adolescentes não tem ainda muito conhecimento do que é seu direito mesmo. Não há ainda formação para que eles defendam seus direitos”, justifica.
A partir de agora os envolvidos com a rede devem se reunir com mais frequência e discutir maneiras de “cercar” crianças e adolescentes com programas de incentivo e apoio.