Por Mariana Honesko
De acordo com estimativas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse), o pagamento do 13º salário aos trabalhadores deverá injetar mais de R$ 140 bilhões na economia nacional. O número equivale a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. O cálculo é feito a partir de Dados do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Previdência e Assistência Social, do IBGE e da Secretaria Nacional do Tesouro. Cerca de 82,3 milhões de brasileiros terão renda extra de, em média, R$ 1.740,00.
A maior parcela do 13º salário deverá ficar nos estados do Sudeste, região que concentra também a maior parte dos trabalhadores, aposentados e pensionistas. Outros 15,6% do total devem ser pagos na região Sul. No Nordeste, devem entrar em circulação 15,4%. Para a região Centro-Oeste, irá a parcela de 8,4% e para o Norte, 4,7%. O Governo Federal liberou já em agosto a primeira parcela do beneficio para os aposentados e a partir de ontem, a metade do recurso já começou ser liberada para os demais trabalhadores.
Acertando as contas
Para a economista Sueli Martini o melhor investimento é o pagamento de contas. “Todo mundo tem as suas. O brasileiro não tem o hábito de poupar. Ele está sempre gastando o dinheiro. É a cultura dele”, sorri. Neste aspecto, porém, o recebimento do dinheiro em duas etapas pode comprometer a renegociação. “Como não será integral, fica mais difícil para se organizar e isso acaba diminuindo o poder de negociação e ele acaba utilizando mal o dinheiro”, ressalta Sueli.
Quem não tem contas para pagar ou conseguir saldar suas dívidas pode optar pela poupança. Mas, o final de ano tem suas barreiras. Férias, festas, viagens e a vontade de comprar novos móveis, por exemplo, convidam aos gastos extras. Mais do que checar a necessidade da compra, para a economista, o planejamento é fundamental. “Ninguém vai deixar de comemorar o final de ano, mas é importante planejar. O montante de dinheiro sozinho não faz milagre”, orienta.
Os mais reservados conseguem viver as festas e ainda entrar no próximo ano com a carteira cheia ou pelo menos com um pequeno saldo. Para estes poucos sobreviventes, Sueli dá as dicas para aplicação do que restou. “No começo de ano tem o IPVA, o IPTU, a matrícula dos filhos, o material escolar. Então, esse dinheiro também pode ser útil nestes casos”, lembra. “Dinheiro na mão é tentação”, sorri.
Trabalhadores
61,4% são assalariados
37,4% são aposentados e pensionistas
2,2% são trabalhadores domésticos
1,2% são aposentados e beneficiários de pensão da União