Por Mariana Honesko
Empresários e a equipe do Senac, em União da Vitória, estão preocupados com a permanência de sete famílias indígenas no terreno comprado pelo estabelecimento de ensino. A dúvida envolve o início da construção do imóvel que vai abrigar o empreendimento. Marcada para janeiro, a ação pode ficar atrasada por conta da moradia temporária do grupo. Informações extra-oficias reforçam a preocupação: os índios não estariam dispostos, pelo menos neste momento, à uma negociação.
Mas, um dos membros do grupo, Marcos Campos Novos, de 34 anos, confirmou a saída das famílias já neste final de semana. “Vamos para Mafra”, revelou. De acordo com ele, sete famílias, incluindo algumas crianças, estão nas barracas. Cobertas por lonas, as pequenas residências ficam quase no asfalto. A medida garante a iluminação do ambiente por conta dos postes da rede pública. O grupo sobrevive quase que exclusivamente da venda do artesanato. Os banhos ocorrem no Terminal Rodoviário.
Marcos é de descendência indígena, assim como o são todos os outros moradores do acampamento. Na cidade, o grupo divide-se entre o encontro de recursos, como água e alimento, e a produção de balaios de taquara. Na região, o grupo garante ter encontrado matéria-prima suficiente para a produção. “Ficamos aqui uns 15 dias, mas já estamos indo”, lembra. As famílias vieram de ônibus, do Rio Grande do Sul. A vida nômade não é prioridade. “Nossa casa é no Sul e a gente viaja pelas cidades apenas no final de ano”, explica Marcos.
Vizinhança
Os índios estão bem próximos da Vila dos Ferroviários. De acordo com os moradores, o relacionamento é pacífico. Não há confusões ou brigas.