Por Mariana Honesko
A corrida contra o tempo e em busca das pesquisas já começou. Desde o início da semana, papelarias e até casas de comércio popular recebem um grande número de pais. A procura é pelo material escolar e especialmente pelos itens que oferecem desconto. A balconista Cleide Regina Iszezuk levou o filho Kauan, de sete anos, às compras. Com a lista de material escolar em mãos, ela procurava pelos melhores preços dos principais itens. Ainda assim, esperava gastar R$ 100 ou um pouco mais. “Vim preparada para isso”, sorri, com a relação solicitada pela escola do menino, um estabelecimento público de União da Vitória. Mas, se dependesse da vontade de Kauan, os gastos seriam bem maiores. “Queria os cadernos do Ben10”, conta.
A preferência por um dos personagens preferidos dos meninos é quase uma unanimidade. As meninas também não ficam de fora: diante das populares Monster High, Barbie e Moranguinho, as garotas ignoram as cifras. De acordo com os proprietários de empreendimento do ramo, é justamente a compra de marcas e nomes da moda o que encarece os valores das listas. “Por isso já vendemos bastante em dezembro. Os pais sabiam que o material iria ficar ainda mais caro neste ano”, comenta a sócia de uma loja de comércio popular, Roseli Vogel.
A diferença, de fato, é grande. Uma breve pesquisa revela o abismo entre itens de marca e os menos sofisticados. Um caderno de capa dura, por exemplo, com dez matérias, pode ser encontrado por menos de R$ 10. O mesmo caderno, mas com uma capa moderna, pode custar R$ 35,99. O comportamento repete-se com as mochilas, carro-chefe das vendas na loja Denise e Flor da Vitória. “Os acessórios, neste momento, são os mais procurados. Mochila, especialmente, é o mais forte”, confirma a proprietária Dircélia Domit. A variação é alta: modelos mais simples custam menos de R$ 30 e os mais populares alcançam os R$ 80. É o caso das malas que tem os carros da Hot Wheels estampados. “É o modelo mais caro”, comenta Dircélia. Estojos para lápis e canetas também tem diferença. Há modelos que custam R$ 7 e outros R$ 15. Nas casas de comércio popular, a diferença também ocorre. No caso da tinta guache há variações: algumas marcas custam R$ 1,99 e outras, como as da Faber Castell, R$ 3,99.
Diante de tanta oferta, a recomendação dos especialistas é a pesquisa por preços menores. A comerciante Iria Zaiko Berejuk, com mais de 50 anos de experiência na venda de material escolar, endossa a dica. “Estamos recebendo muitos pais que buscam a tomada de preços. A pesquisa é o que ocorre mais neste momento. Acredito que é isso o que tem que ser feito mesmo. Há listas que chegam aos R$ 300”, conta. Em sua loja, já há ofertas. Alguns itens, com edições mais antigas, custam R$ 5. “Hoje há muito excesso. As escolas pedem muita coisa”, comenta.
A compra de material escolar, dizem os especialistas, exige cuidados, já que é um investimento que envolve a situação financeira da família.
De acordo com a Secretaria de Educação em Santa Catarina, as aulas na rede estadual, municipal e particular começam no dia 13 de fevereiro. Na rede estadual, ao longo do ano, o calendário pode sofrer alterações, porém garantem ao aluno o mínimo de 200 dias letivos e 800 horas. O recesso ocorre entre os dias 21 de julho e 1º de agosto. As aulas terminam em 19 de dezembro.
No Paraná, conforme o Núcleo Regional da Educação em União da Vitória, as aulas recomeçam no dia 10 do próximo mês. Por estarem em período de recesso, os secretários municipais de Educação não informaram a data para o reinício.