Por Mariana Honesko
Mesmo com apenas 1,74 metros, conforme o site de monitoramento hidrológico da Copel, o Rio Iguaçu ainda é sinônimo de ameaça. Nesta semana, houve quem se arriscou e conseguiu alcançar o meio do rio sem usar qualquer embarcação. Nadando ou a pé, é quase possível chegar à outra margem com água pela cintura.
Lembrando um ditado popular, o sargento do Corpo de Bombeiros de Porto União, Alfonso Eckel, confirma que é justamente este o ponto que exige atenção. “Água no umbigo é sinal de perigo”, diz. Os dados registrados pela Companhia reforçam o senso comum. Desde novembro, nove pessoas já morreram enquanto se banhavam no Iguaçu.
Moradora do Bairro Navegantes, em União da Vitoria, a dona-de-casa Áurea Buton de Paula assistiu da varanda vários episódios de afogamento. “Não vi ninguém morrer, mas minha filha sim. Tem muita gente que vem brincar no rio. Os que moram em outros bairros, que não conhecem bem, se arriscam mais”, conta.
Na verdade, para o Corpo de Bombeiros, conhecer o rio é uma tarefa quase impossível. Nem os militares sabem exatamente o que o fundo dele pode ocultar. A estiagem que cobre a região dá algumas pistas ao mostrar parte do interior do rio. “Mas é perigoso. Tem poços, galhos. Além disso, a água é suja. As pessoas que entram estão sujeitas inclusive a pegar micoses, algo assim”, lembra o sargento Eckel.
Brincadeiras longe do rio
O pedido dos militares do Corpo de Bombeiros sugere distância do rio. Além de profundo, mesmo com o nível abaixo da média, ele tem bastante correnteza e em um momento de descuido, pode comprometer um simples banho. “Não estrague seu final de ano. As pessoas que querem se banhar devem procurar piscinas, tanques ou até o chuveiro mesmo. O rio é muito perigoso”, lembra o sargento do Corpo de Bombeiros.