Por Jaqueline Viero e Osni Schroh
Com a determinação do ministério do Meio Ambiente o ano de 2014 será o ano limite para os lixões em todas as cidades brasileiras, pois só poderão existir os aterros sanitários legais devido à alta periculosidade das substâncias que se formam juntamente com o chorume, resultando em poluição aos lençóis freáticos e ao solo. Como observamos na coluna da semana passada nosso trabalho como cidadãos, na segregação correta do nosso lixo, não ocorre como o esperado, ocasionando desta forma grandes volumes destinados aos aterros sanitários os quais ficam com seus prazos de utilidade reduzidos. A grande pergunta ou indagação por estudiosos e leigos ligados ao meio ambiente que se perguntam sobre a viabilidade na utilização de incineradores, com o objetivo da queima destes resíduos, que por sua vez ocasionam a redução no volume destes materiais. Sabemos que a incineração consiste em um processo de destruição térmica, realizado sob alta temperatura em torno de 900ºC a 1200ºC, o que também trás consigo o potencial de destruição completa e segura dos resíduos de alta periculosidade e organismos patogênicos. Como resultado final da incineração restam somente duas fases, ou seja, resíduo gasoso e sólido (cinzas), que podem representar um ganho a partir de utilização destes gases para geração de energia e também uma redução acentuada do volume e peso que teriam como destino o aterro, resultando em um aumento de sua vida útil. Dentro deste processo existem inúmeros resíduos passiveis de incineração, dentre eles os resíduos sólidos que abrangem em grande maioria produtos provenientes de serviços farmacêuticos, hospitalares, recicláveis, orgânicos, agropecuários e contaminados em geral. Mas a incineração não pode ser implementada de modo drástico, pois muitos materiais têm potencial para serem novamente reutilizados ou servirem de matéria prima novamente dentro do processo industrial. Impactos da incineração Por outro lado as emissões de resíduos gasosos tóxicos liberados dentro do processo de incineração resultam em três tipos de poluentes perigosos ao meio ambiente e a saúde humana, que são metais pesados, partículas provenientes da combustão incompleta dos resíduos, e as substancias químicas novas que são formadas durante o processo. Lembramos ainda que os metais pesados como o chumbo, cadmio, arsênio, mercúrio e cromo não são destruídos pela incineração e são fonte geradora de doenças como o câncer, problemas no sistema nervoso, respiratório, mutações genéticas e até mesmo a inalação e morte instantânea pelos gases. Após uma avaliação dos processos é possível ter varias opiniões, visto que a ciência ainda não pode definir o melhor método de destinação final do lixo, vendo que os mesmos são eficientes e também ineficientes caso não forem implantados e levados com seriedade dentro das suas atribuições, pois assim os riscos ambientais não poderão ser minimizados.