Reclamação contra bancos só perde para telefonia

Queixas multiplicam-se no país e nas Cidades Irmãs também são reais. Cobrança indevida e tempo de espera são apontados

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Atualizado há 11 anos

Por Mariana Honesko

Em União da Vitória, Procon registra até dez queixas por semana contra as agencias bancárias
Em União da Vitória, Procon registra até dez queixas por semana contra as agencias bancárias

Cobranças indevidas, demora na devolução de contratos, dificuldade de negociação e tempo na fila de espera. Tudo isso e muitas outras queixas colocam as agências bancárias quase no topo das principais reclamações registradas nos órgãos de defesa do consumidor. A evolução é tanta que elas só ficam atrás da primeiríssima telefonia, cujos problemas acumulam-se e multiplicam-se. Nas Cidades Irmãs, o nível de registros contra as agências bancarias, privadas e públicas, está tão desgastado quanto o nacional.

Em União da Vitória, conforme o Procon, entre cinco e dez registros do gênero são feitos toda semana. Para o gerente do escritório, Rafael Garcia Bertolin, algumas agências descumprem, inclusive, orientações de sua federação. Mesmo assim, o Procon não esconde suas limitações. “Já emitimos cerca de R$ 80 mil em multas, mas a gente não encontra uma resposta positiva para a sociedade”, revela. Não raro, por isso, a equipe precisa encaminhar os consumidores lesados para o Fórum. Por lá, vão enfrentar uma maratona, junto ao Juizado de Pequenas Causas, para serem ouvidos por quem os lesou.

Rafael Bertolin
Rafael Bertolin

Assim, paralelo às falhas rotineiramente denunciadas, algumas agências pecam em atendimento. O encaminhamento para correspondentes, por exemplo, também tem somado problemas. Em União da Vitória, vários casos de “extravio” de pagamento foram registrados. “Temos exemplos diversos, de pagamento de faturas de telefone, cartão, e o correspondente comunica este pagamento para o banco errado. O consumidor passa a ser cobrado, inscrito junto aos órgãos de proteção ao crédito e você não consegue fazer com que o banco reconheça a falha”, revela Bertolin. “Os bancos respondem, mas fogem de suas responsabilidades”, completa.

Em Porto União, conforme a chefe do Procon, Karin Chiarentin Bida, o contato direto com o Banco Central tem sido ferramenta fundamental para as negociações. Sem isso, qualquer outro pedido, mesmo feito pelo órgão municipal, é moroso. Além disso, a equipe trabalha com prevenção e ensina: antes de fechar qualquer negócio, o ideal é estar preparado. “Sempre que a pessoa for fazer um empréstimo, por exemplo, tem que exigir o contrato na hora”, sugere. A negociação é apenas um dos problemas registrado no município. Assim como em União da Vitória, o número de queixas é grande e responsável por colocar o assunto com a medalha de prata. Em Porto União, a telefonia também lidera as reclamações.

Ambos os órgãos estão mais atentos e devem mobilizar campanhas especiais para evitar que especialmente idosos e pessoas com menos instrução sejam prejudicadas. Geralmente, elas são as principais vítimas dos nós feitos atrás dos balcões e guichês.

gráficoProcon de PU atende em novo horário

A partir do dia 3 de março, o Procon vai atender ao público em horário comercial, das 8 às 17 horas. Até lá, segue o atendimento apenas no período da tarde, a partir do meio dia. O órgão fica no térreo do Terminal Rodoviário.