Por Mariana Honesko
O salário mínimo subiu, mas está longe do ideal. Pelo menos, longe do que a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sugere ao brasileiro para suprir as despesas com alimentação, saúde, educação, lazer, higiene e moradia. Em média, se as contas realmente fossem colocadas no papel, o valor subiria para mais de R$ 2 mil.
O valor apareceu de maneira mais clara após a divulgação do aumento da cesta básica. De acordo com o levantamento da Diesse, o valor aumentou em 10% em nove capitais brasileiras. A maior alta foi registrada em Salvador, de 16,74%, influenciada pelo preço da carne, da farinha e do feijão. Também tiveram altas as cestas de Natal e Campo Grande. As menores alterações ocorreram em Goiânia e Brasília. Porto Alegre foi a capital com o maior valor da cesta praticada em dezembro. Os gaúchos pagaram R$ 329,18 por ela. Os paulistas, R$ 324,24 e Vitória, R$ 321,39. “A cesta básica é composta de alguns itens necessários para que a pessoa possa sobreviver com dignidade, com certo nível de conforto”, explica a economista Sueli Martini.
Mas, diante do valor alto da cesta e da necessidade do consumo de outros produtos, o salário mínimo dever ser pelo menos quatro vezes maior do que é praticado hoje. Desde o dia 1º, o mínino saltou R$ 50 e alcançou os R$ 724. Para o Diesse e especialistas, o valor está muito longe do ideal. “Acredito que R$ 2,5 mil, ficaria no básico. Se for levado tudo em conta o que é preciso pagar, você vai ver que precisa talvez até mais que isso”, avalia.
Assim, a cesta básica vai depender do bolso de cada um. Pesquisa de preços e escolha do que realmente é necessário, são válidas. “Se meu salário chega próximo dos R$ 2,5 mil, posso ter transporte, boa alimentação. Isso cabe a cada um, fazer a gestão do seu orçamento de forma que atenda as necessidades mais importantes”, sugere.
Pão, leite e farinha de trigo mais caros
De acordo com o Dieese, entre os produtos da cesta básica, leite, farinha de trigo, banana, pão francês e batata tiveram aumento em todas as regiões. O óleo foi o único produto que teve o preço reduzido nas 18 capitais pesquisadas.
O custo do leite “in natura” aumentou em todas as cidades analisadas, com variações acumuladas entre 6,18% em Manaus, e 28,24% em Belém. A farinha de trigo teve variações que chegaram à 67,06% em Florianópolis e 55,56% em Campo Grande. O preço do pão francês, por conta do consumo alto da farinha, variou entre 2,13% em Aracaju, e 24,71% em Campo Grande.